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terça-feira, 31 de março de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (12º dia)


Por Arruda Bastos
Diário de uma quarentena (12º dia)
Armagedom

Na manhã de hoje, 31 de março de 2020, acordei com uma palavra martelando na minha cabeça e colada tipo chiclete. Acho que o programa “Roda Viva” de ontem da TV Cultura em que o entrevistado foi o biólogo, pesquisador e comunicador científico, Atila Iamarino, foi o responsável por isso. 

A entrevista foi excelente, esclarecedora e bem conduzida pela jornalista e apresentadora Vera Magalhães. As perguntas muito pertinentes e as respostas de uma clareza técnica irrefutável. O programa teve o seu tempo prorrogado por vários minutos graças à audiência e à participação de telespectadores nas redes sociais. 

Depois do programa, fiquei por algum tempo a meditar sobre algumas assertivas e previsões do pesquisador. Segundo ele, o isolamento vai ser fundamental para frear o número de mortes no Brasil e a pandemia de Covid-19 deve mudar para sempre a ciência, a imprensa, a política, o trabalho e os relacionamentos.

Depois de pegar no sono, os sonhos fluíram em sequência e a noite foi longa e entrecortada com muitos espasmos de pensamentos, sempre sobrepostos, sem uma lógica definida. Os filmes de ficção do meu passado povoaram uma boa parte do meu devaneio noturno.

Lembro-me de ter sonhado com alguns trechos do filme Armageddon que foi exibido em 1998. A trama do filme mostrava a saga de astronautas encaminhados a um asteróide para evitar o seu choque com a Terra. Para cumprir tal missão, é convocado o mais famoso perfurador (Bruce Willis), que compõe uma equipe de comportamento nada convencional. O certo é que, mesmo assim, o planeta foi salvo.

Armagedom é identificado na Bíblia como a batalha final de Deus contra a sociedade humana iníqua, em que numerosos exércitos de todas as nações da Terra encontrar-se-ão numa condição ou situação, em oposição a Deus e seu Reino por Jesus Cristo no simbólico "Monte Megido". Segundo Jeremias (46,10) essa guerra será perto do Rio Eufrates.

Muitas vezes a palavra armagedom está relacionada com o fim dos tempos, através de uma última batalha de destruição total. Também costuma ser usada para descrever um grande e importante conflito. Por esse motivo, esta palavra é bastante comum em vários filmes e seriados.

Não desejo que ninguém fique sugestionado com minha crônica de hoje. O filme teve um final feliz, com a salvação do planeta, e a Bíblia entrou de propósito no final para lembrar que ela pode ser uma grande companheira na nossa longa jornada de quarentena.  

Armagedom era a palavra da minha cabeça.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Este foi o dia nº 12. #FiquemEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-CE).

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