Dr. Tiago Studart Sindeaux |
Sua verve se insinua
pelas brechas mal deixadas
Segue calma noite surda
madrugadas bem caladas
No seu grito se mistura
a mordaça colocada
Brado alto que machuca
canto raso pela escada
De uma vida segue espúria
passo tão acorrentada
Sombra é o que futura
seu caminho está cansada
Pobre bela branca pura
era quando em casa estava
Hoje segue apanha e suga
grana alma enterrada
O tempo curto encena
se demora ilusão
Dor figura obscena
Pulsa escorre compaixão
Carne cheiro olhos negros
pele moça já rasgada
Tua forma deixa em cada
cama solo macerada
Bocas braços pêlos vultos
Companhia de viagem
Ventos botes e sussurros
violentam cada parte
Te separa de quem tudo
fez te um dia baluarte
Para e pensa num segundo
Nasce o dia cai a tarde
Hoje à noite não tem mundo
que te tire te invade
Segue a vida outro rumo
Dá-lhe norte
À vil metade
Tiago Studart Sindeaux
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