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terça-feira, 31 de março de 2020

POR TIAGO STUDART SINDEAUX: À vil metade

Dr. Tiago Studart Sindeaux
À vil metade 

Sua verve se insinua 
pelas brechas mal deixadas
Segue calma noite surda
madrugadas bem caladas

No seu grito se mistura 
a mordaça colocada 
Brado alto que machuca 
canto raso pela escada

De uma vida segue espúria
passo tão acorrentada 
Sombra é o que futura 
seu caminho está cansada 

Pobre bela branca pura 
era quando em casa estava 
Hoje segue apanha e suga
grana alma enterrada 

O tempo curto encena
se demora ilusão 
Dor figura obscena 
Pulsa escorre compaixão 

Carne cheiro olhos negros 
pele moça já rasgada 
Tua forma deixa em cada
cama solo macerada

Bocas braços pêlos vultos
Companhia de viagem
Ventos botes e sussurros
violentam cada parte 
Te separa de quem tudo 
fez te um dia baluarte 

Para e pensa num segundo
Nasce o dia cai a tarde 
Hoje à noite não tem mundo
que te tire te invade 
Segue a vida outro rumo
Dá-lhe norte 
À vil metade

Tiago Studart Sindeaux

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