Renda mínima para pessoas vulneráveis
É fundamental e urgente a necessidade do governo federal implementar estratégias rápidas e eficazes de oferecer recursos financeiros para que pessoas mais vulneráveis economicamente possam praticar o isolamento social e não passar fome. A decisão de transferir renda (de até 1200,00 por família vulnerável) tomada pelo Congresso é corretíssima e o governo Bolsonaro, infelizmente, retardou por um mês esta tomada de decisão, questionando o distanciamento social, dizendo que a COVID-19 era uma "gripezinha", instigando o não isolamento devido à economia, o que "autorizou" empresários inescrupulosos a fazerem perversa propaganda contra o isolamento e mesmo médicos, como Osmar Terra, que contraria a OMS e as evidencias científicas e zomba do isolamento social. O Ministério da Saúde foi lento em adquirir testes e usá-lo em massa, como aconteceu na Coreia do Sul, pois o diagnóstico precoce ajuda as medidas de controle e reduz drasticamente os óbitos.
Nós estamos na fase crítica de ascensão da contaminação. O isolamento social, estabelecido pelos governadores, preservando o funcionamento dos serviços essenciais, permitiu um tempo minimo para criar a infraestrutura de suporte para o enfrentamento do pico da epidemia que acontecerá no próximo mês. Faz-se necessário ampliar radicalmente a oferta de testes e o controle rigoroso dos positivos, para prevenir o agravamento do quadro clinico e reduzir o número de óbitos, antecipando cuidados. Mas é decisivo agilizar a transferência de renda para os mais vulneráveis socialmente, ampliar radicalmente o bolsa-família, amparar os trabalhadores informais e microempreendedores individuais, dando-lhes condições minimas de sobrevivência para suportar a calamidade causada pelo COVID-19.
UNIDOS SOMOS MAIS FORTES.
Manoel Fonseca - médico epidemiólogo e mestre em saúde pública.
Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia-Ceará
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