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quarta-feira, 13 de março de 2024

NOVO DIA - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Minha amada irmã Georginha Teles, hoje é um dia muito especial para mim.Saí do HRU, dia 12/ 3/ 2021, a despeito de todos os maus prognósticos, enfrentando em meu internamento um choque séptico multiresistente polimicrobiano por MR associado à disfunção múltipla de órgãos e sistemas, condição fatal em aprox 90% dos casos, ainda padeci de uma trombose venosa profunda, uma úlcera por pressão/ escara ,com exposição óssea e de tecidos profundos.Grandes colegas ao meu lado e outros doentes até em situação clínica melhores que eu foram abduzidos e mortos implacavelmente pela Pandemia do século 21, que não distinguiu idade, sexo, raça, condição física ou status social, debelando em nosso país 800.000 almas e no mundo 20 milhões.Na unidade de Terapia intensiva,que, em tantas trabalhei, estava agora " paciente" cuidado por valorosas equipes de colegas obstinados, competentes,inteligentes e treinados para enfrentar o vírus e seus desdobramentos inflamatórios, em forma de " tempestade citocínica", com potencial pró- inflamatório tremendo,pró- coagulante e suscetibilizando nosso corpo combalido às mais variadas infecções oportunistas bacterianas e fúngicas ,com a terapia intensiva, a mais difícil das especialidades clínicas, suportando- nos com próteses ventilatórias, terapia de suporte renal, drogas vasoativas, antibioticoterapia de amplo espectro, dietas enterais ou parenterais,todos os " devices" , todos os tipos de cateteres de inserção profunda ou periférica,monitorização intensiva, vigilância clinica ininterrupta,que caracterizam a unidade mais capacitada a receber o doente grave. Nas mãos de toda a equipe médica, enfermagem especializada, fisioterapeutas, nutricionistas,maqueiros que nos confortavam , nos transportavam e até nos pregavam o evangelho.Foram 53 dias de UTI e 70 dias de hospital a contra  todos os maus prognósticos, incertezas e aflicões de todos que velavam por nossa saúde, inclusive com hipótese de morte encefálica aventada por mais de uma vez;aqui estou , profundamente agradecido à minha linda e pequena família, meu anjo da guarda na terra , minha esposa Magnólia que arriscou sua vida e integridade, me acompanhando todos os dias, minhas filhas Yélena e Lara,minha mana Jamily, meus amados pais, Paulo e Helena, meus cunhados e genros e tantos amigos, que não sabia possuir,a tantos que nunca vi,que se apiedaram e consternaram- se com meu suplício e rezaram, oraram, pediram ao nosso onipresente e onipotente Deus,à virgem Maria e todos os seus exércitos angélicos,meu retorno à aventura terrena, para progredir e melhorar como ser humano, como marido, pai, filho,irmão, profissional, como cristão,  com um profundo sentimento de gratidão, por tudo o que passei para melhorar  e por algo mais a conquistar, pois somos imperfeitos; pois meu presente foi singelo, único e inarredável: A vida.
Hoje sou e estou feliz, pois ,Deus age e corrige com maiores tribulações aqueles que a quem ama, segundo São Paulo,apóstolo dos gentios, o antigo" Saulo" da casa de Gamaliel, perseguidor e executor implacável dos Cristãos, que " cegou" para enxergar a Cristo e evangelizar os" incircuncisos"; ele também nos revela em suas magníficas epístolas que: O" reino de Deus é feito de virtudes e não de palavras".
Peço desculpas à minha família por quaisquer  excessos, contendas ou atritos,  que talvez tenham existido como sequelas da condição clínica tão grave que enfrentei e minha volta ao " novo normal" que afetaram minha economia orgânica e até psicológica .Devo citar meu colega e grande intensivista , clínico, Dr Northon Bessa,médico assistente, Dr André Pereira, dr Marcos Gadelha, dr Igor Rêgo e todos os demais colegas que foram fundamentais em nosso restabelecimento,em especial o dr Northon que  através de sua competência inquestionável, inteligência fulgurante, calcada em sólida base científica, nos assistiu, a mim e ao nosso pai, diariamente e exitou nossa alta hospitalar e volta ao recôndito de nossos lares.
No mais caminhemos juntos, buscando as armas da luz  para enfrentar o nosso dia a dia, em nossa luta pelo pão de cada dia e por nossa paz, não esquecendo o quanto somos frágeis e finitos e como é tão bom, conveniente e sagrado amar nosso próximo.

segunda-feira, 4 de março de 2024

RECORDANDO NOSSO MESTRE DR. JOSÉ MARIA CHAVES



https://www.youtube.com/watch?v=oqhOesnkAJE


https://www.youtube.com/watch?v=9TKsAcyUDME


https://youtube.com/watch?v=EHR7dmIbc5M&feature=shared

NOTA DE FALECIMENTO - JOSÉ MARIA CHAVES

 


PESAR PELO FALECIMENTO DO ACAD. JOSÉ MARIA CHAVES


PESAR PELO FALECIMENTO DO ACAD. JOSÉ MARIA CHAVES

É com intenso pesar que aqui registro o súbito falecimento na noite de ontem, 3 de março de 2024, do Dr. JOSÉ MARIA CHAVES, conceituado médico proctologista e escritor cearense, cujo passamento enluta seus familiares e o seu vasto ciclo de amigos e colegas, bem com as diversas entidades médicas, literárias e culturais das quais era um ativo integrante. 

José Maria Chaves nasceu em São João do Jaguaribe-CE em 23 de outubro de 1937. Teve as suas primeiras letras com a sua mãe, em sua terra natal, onde fez o curso primário. Na adolescência, veio morar em Fortaleza, para dar continuidade aos seus estudos, concluindo o ensino médico do Liceu do Ceará. A esse tempo, participava da Guarda de Honra da Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, sob a orientação do Frei Teodoro, ofm, destacando-se como excelente jogador de futebol do Montese, um dos times principais dessa igreja. A paixão nutrida pelo futebol, desde então, fez dele um aficionado da Medicina Desportiva, que se tornaria uma segunda especialidade médica.

Médico formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1961. Quando universitário, foi responsável pela coluna “Plantão de Hospital”, do jornal Unitário, escrevendo crônicas dominicais. 

Completou a sua formação pós-graduada com a obtenção da livre-docência, mediante tese orientada pelo Prof. Dr. Osvaldo Riedel, defendida na UFC.

Era professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, lotado no Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina, no qual ingressou em 1953, e coloproctologista aposentado do INAMPS, tendo participado da fundação do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) em 1967. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Era poeta, romancista, novelista, pesquisador de poesia popular, cronista e memorialista.

Atuante como Membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames); Membro Fundador da Academia Cearense de Médicos Escritores (Acemes); da Academia Limoeirense de Letras (ALL); Academia Fortalezense de Letras; da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional Ceará (Sobrames/CE); da Sociedade Cearense de Geografia e História e da União de Médicos Escritores e Artistas Lusofonos (UMEAL).

Ingressou na Sobrames em 1996 quando assumiu a tesouraria do XVI Congresso Brasileiro realizado em Fortaleza. Participou de quase todas as Antologia da Sobrames-CE. Ex-Presidente Nacional da Sobrames e da Sobrames/CE, da (ALL) e da Acemes.

Dentre suas obras escritas e publicadas, figuram: “Além do Mais” (Prosa e Verso); “Uma Turma Proficiente” (Memorialista); “O Nubente” (Romance); “Alzira” (Romance). No prelo, para lançamento próximo, “Olivio, Questionamentos da Vida” (Novela). No momento, estava escrevendo as suas memórias da infância em São João do Jaguaribe.

Foi laureado com a Medalha Jurandir Picanço, por relevantes serviços prestados ao ensino médico cearense, e homenageado pela Câmara Municipal de Fortaleza por sua atuação na Sobrames/CE.

Segue em paz ao encontro do nosso Pai eterno, caro José Maria Chaves.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Acemes, Sobrames/CE e Abrames

Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 4/03/2024.

Link, abaixo

https://blogdomarcelogurgel.blogspot.com/2024/03/pesar-pelo-falecimento-do-acad-jose.html

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SOBRAMISTA DR. JOSÉ MARIA CHAVES



 NOTA DE PESAR

Com profundo pesar, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames, em conjunto com sua Regional do Ceará, comunica o falecimento do Dr. José Maria Chaves, ilustre médico, escritor e ex-presidente Nacional e da Regional do Ceará.

A essência humanista, liderança inspiradora e paixão pela cultura desse grande homem deixaram marcas indeléveis em todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. A Medicina e a Literatura perdem um gigante, mas sua influência e legado seguirão conosco.

Além de ser um professor exemplar, o Professor José Maria Chaves destacava-se como escritor talentoso e orador admirável, elevando não apenas a Medicina, mas também as letras e o espírito humano. Seu carinho e amor dedicado à família sempre nos inspiraram.

Em meio às lágrimas, enviamos um abraço solidário a todos que compartilham dessa dor, especialmente à família, colegas e amigos, desejando que encontrem conforto em Deus e nos momentos felizes que tiveram ao lado dele.

Que o Criador o receba em seu Reino de Bem-aventurança e conforte os corações enlutados.

Atenciosamente,

Diretoria da Sobrames Nacional e da Regional do Ceará.

domingo, 3 de março de 2024

AMOR MATERNO - Por: Ronald Teles

 Amor Materno

Dr. Ronald Teles- cardiologista

Dentro do ventre materno é gerada uma nova vida à cada divisão mitótica, até o feto com seus batimentos cardíacos iniciais, orquestrados pelo coração de sua mãe, em consonância com um amor inexplicável, cheio de esperança, de carinhos e cuidados. O sangue da criança e todos os nutrientes, anticorpogenese inicial e o calor, que regula sua temperatura é levado à piscina amniótica, onde ela flutua, já com percepções de sons e movimentos reflexos às circunstâncias externas. O primeiro sentido é o da audição e a voz materna o embala em uma doce música que chega aos pequeninos ouvidos, soando como uma carícia cifrada melodicamente, que o conforta, acolhe e lhe dá uma paz inigualável. Cumprida a gestação, já estabelecida a madureza, tão singularmente, como são as obras divinas, a pequenina criança é apresentada a um ambiente inóspito e  à uma quebra de confiança, sendo expulso daquele doce meio que o albergara com tanto zelo, cuidado e suavidade.

Desembarcando no mundo exterior por mãos especializadas ou em circunstâncias outras, mas de qualquer maneira, debutando em um mundo exógeno ao seu; chora ruidosamente, refletindo o exercício de seus pequenos pulmões e pede socorro. Logo é colocada ao seio materno, refazendo aquele laço afetivo tão singular e ouvindo desta vez ao lado de fora, aquele coração prodigioso que o nutriu até este encontro singelo, até seu desmame, estreitando mais ainda essa relação majestosa entre a criança e sua mãe. Os olhinhos se abrirão mais tarde e buscarão avidamente a face maternal e santa, de sua genitora. Os cuidados se estenderão aos primeiros passinhos e serão sua referência e maturidade, fazendo dessa relação tão inigualável, um marcador biopsicossocial, imprescindível para toda a vida.

O amor materno é inexprimível, singular, incomparável e inatingível por aqueles que o buscam sem sentí-lo; é uma joia incalculável, uma dádiva de Deus para aqueles que querem penetrar em seus mistérios pelo sagrado coração de sua mãe Santíssima, a Virgem Maria.

Ele é um amor ágape, nos complementa e fortalece através das duras agruras da vida e nos abençoa e nos aconselha perenemente do momento que somos gerados até seu epílogo que é a morte física.

Ainda assim, seu doce holor nos abençoa através de nossas lembranças, ensinamentos, da nossa convivência e o respeito que nos impõe através de tantas lições e aprendizados.

Esse fato se dá em todas as esferas sociais. A mãe tem um altar no coração de cada filho, da mais humilde à mais instruída e sofisticada, a maternidade real, tem desdobramentos incalculáveis sobre a vida dos rebentos e é primordial ao desenvolvimento pleno como seres humanos íntegros.

O amor materno é pura renúncia, ele  faz a mãe se oferecer como altar sacrificial por sua prole, defende- os até a morte e torna suas faltas menos graves a seus olhos, que os enxergam como suas eternas crianças. O olhar materno é benevolente sem ser descuidado, é cuidadoso e atento aos nossos erros, mas não é algoz de seus filhos ou punitivo exageradamente por faltas comuns ao nosso gênero humano, tão falho e frágil, as vezes se torna cego pelo próprio amor .

 A mãe é o útero do mundo, é a garantia de nossa procriação e de nossos destinos, da nossa descendência como seres humanos. O amor maternal nunca será substituído pelas vozes falsas emanadas de inteligência artificial ou coisa que o valha, pois estes artifícios nunca terão  o valor real da " real" convivência entre os filhos e suas genitoras.

Santo Agostinho de Hipona, um dos doutores da igreja, viveu momentos pagãos tormentosos, trafegando por crenças e filosofias vãs, mas sua mãe, Santa Mônica, orou por ele até sua conversão aos 32 anos de idade, quando finalmente aceitou Cristo Jesus como seu Salvador e seu destino.

No seu famoso livro " Confissões " é narrada toda essa linda história de fé e tem o grande amor de Mônica como um referencial em sua vida.

Sua mãe não desistiu de Agostinho, até abraçar o catolicismo, e o livro à reverencia das páginas iniciais ao epílogo.

O amor maternal em sua conotação sagrada é demonstrado por Maria e suas sete dores.

Da profecia de Simeão, até a recepção de seu amado filho dilacerado aos pés da cruz, passando por sepultá-lo no túmulo. 

Ela o guardou em seu santo ventre, o amamentou e acompanhou sua paixão, morte e ressurreição. 

Os Serafins e todos os anjos celestiais bebem do amor Mariano e o cantam em seu louvor.

O coração de Maria emana amor do seu Filho que é Pai e Santo Espírito  para nossa conversão, e salvação e abençoa todas as mães da terra pois cada uma delas tem um pouco de Maria.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

LIBERTO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

LIBERTO

Perdão por não ter te amado,o tanto que merecias, 

Por preconceitos criados por algo que eu não via,

Perdoe julgamentos e vaticínios,

Quando estou tão errado,

Quase embriagado com meu ego,

Não vendo em ti um ser tão frágil,

Como aquele que em mim carrego,

Em meus olhos estrábicos e embaçados,

Não enxergando tua alma leve,

Pois ela está além de qualquer julgamento,

Sendo lúdica  e sempre calma,

Não submissa à maldade,

De pensamentos incautos,

Que invadem os meus e me agridem,

Com remorsos por minhas faltas,

Enquanto você me ensina a amar,

De modo pleno,livre de amarras,

A cada dia que passa,

Construindo meu futuro,

Liberto do muro,

Que represa meu verdadeiro ser.