Dr. Francisco José Pessoa - Médico e Membro da SOBRAMES-CE |
LAMENTO DA SERRA
Eu sou a SERRA mãe das aroeiras
Você que passa e nem sequer me vê
Se delicia com a cor do ipê
E com o cheiro vindo de
ingazeiras
Com o balançar alegre das
palmeiras
Com o chão molhado que me faz
mais terra
Foi nosso Deus quem fez e Ele não
erra
Um campo vasto de belas gardênias
De cedro angicos Senhor, peço vênias
Ensine o homem replantar a SERRA.
Vê-se a queimada fogo desumano,
Matando o solo me tornando
infértil
Que seja ela o último projétil
Que com furor me atinge todo ano
E vem a chuva pro meu desengano
Pois depois dela vem a construção
De moradia nobre em profusão
Que na justiça faz seus desafio
Enquanto no meu leito os velhos
rios
Mudam tristonhos sua direção.
Eu sou a SERRA, outrora
verdejante
Que me adornava com pés de café
Nas serranias de Baturité
Foi num passado tempo não distante
Que meu pedido ecoe retumbante
Cada serrano não se faça omisso
Que todos tenham como compromisso
Salvaguardar meus animais a flora
A cachoeira que sem água chora
A lenta morte deste meu Maciço.
Pessoa, que belíssimo poema!!! A insana e desrespeitosa especulação imobiliária está acabando com a vegetação original, apesar de todas as vozes que fazem coro contra isso. Imaginem como estaria o mundo se essas mesmas vozes estivessesm silenciosas...
ResponderExcluirDaqui a pouco, os desabamentos, as enchentes, as secas extremas e o ser inumano, diante do rigor da natureza, fará aquela tradicional pergunta: "Castigo de Deus?". Não! A responsabilidade é nossa...
Li com emoção o seu poema. Eu que nasci em Baturité e tive a serra como berço, não poderia ter outra reação, diante desse belíssimo poema.
ResponderExcluirPARABÉNS!
anamargarida