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domingo, 27 de novembro de 2022

AMAR - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Amar

Esse verbo de fácil pronúncia e difícil prática é o mister de Deus para todas as criaturas humanas. Quando amamos, esse sentimento resplandece em tudo o que fazemos, almejamos, temos, alcançamos, queremos e ofertamos.

Essa prática é uma caminhada dificílima ao nosso interior, às zonas mais profundas de nossas almas, tantas vezes imiscuídas de outros sentimentos que abafam fragorosamente essa capacidade latente, linda e celestial que todos nós temos e devemos cultivar, buscar e almejar todos os dias para construção de uma vida mais intensa em todos os sentidos, livre da superficialidade do mundo que nos envolve com doutrinas descartáveis, ditas por muitas vezes com o que queremos ouvir e não o que devemos ouvir. 

Esse convite é diário, assim como seu valor supérfluo, assim como seu conteúdo vazio, assim como seu tempo inválido e sem valor construtivo para nossas vidas e pessoas. Nossos olhos, as janelas de nossas almas, devem estar conectados com nossos corações, que são a sede dos nossos sentimentos mais profundos, como o amor, a compaixão, o perdão, a benevolência, a caridade e a piedade. 

Quando somos movidos pela luz, nossos passos, e nossas mãos, acompanharão nossos pensamentos, que fugirão do universo caótico do mundo que gira em torno da vaidade, do conflito e do desamor. Para que tudo isso aconteça temos que buscar uma reflexão profunda de nossas atitudes e atos e viajar ao âmago de nossas consciências, buscando humildemente uma perscrutação de nossos excessos e de velhos vícios que nos amarram ao passado ou nos movem no presente, prejudicando nossa total entrega, embora difícil de amar ao próximo. 

Falar do amor é um desafio imenso, ele já foi dissertado por grandes escritores, foi obra de filósofos, escultores, pintores, teatrólogos, a música é puro amor, já se travaram até guerras em seu nome como a de Tróia, pelo amor de Helena; mas a verdade é que quando somos realisticamente invadidos por ele, nosso olhar ao mundo se reveste de emoções que brotam do amor do Criador por nós! 

Nossa prudência em não ferir se aguça, nossos passos são brandos e nossos atos pensados, nosso olhar se reveste de paz e carinho e prima pelo bem, nosso abraço é sincero e carinhoso, vemos o mundo como um presente para nossa edificação e crescimento, como um bom desafio para crescermos de maneira saudável física e espiritualmente. 

O homem admira a belicosidade, a agressividade, a guerra acirra seus instintos primordiais e territorialistas; é bem certo que alguns conflitos da humanidade foram do bem contra o mal e Deus foi providencial, dando a vitória a aqueles que deram suas vidas para a construção de um mundo melhor, como todos sabemos, na segunda grande guerra mundial onde o Eixo, queria engolir o mundo como um dragão de fogo e fazer reinar a treva sobre a humanidade. 

Graças a Deus sabemos o final! E respiramos aliviados, pois o bem sempre vencerá o mal, como afirmou São Paulo em uma de suas 7 epístolas. Voltando mais ao tempo, indo ao velho testamento, temos o cerco à Jericó, onde o exército israelita arrodeou a cidade várias vezes com a arca da aliança e as muralhas desaba

ram por ordem divina, dando grande vitória ao povo de Deus. Voltando ao século 21,esses tempos de grande turbulência e inquietação da humanidade, onde estamos assistindo tanta desconstrução dos verdadeiros valores ditos cristãos, que estão caindo em frente aos nossos olhos, como se fora " esse novo normal " que na verdade é escatológico! 

As relações humanas estão deturpadas com uma agressividade jamais Vista, nada é meritório, pois temos " cotas " para tudo e todos, como se não houvesse mais necessidade da boa luta para a consecução dos objetivos maiores. 

A libertinagem, a luxúria campeiam as televisões e net oferece um " cardápio" de ultrajes morais e até " manual" de suicídio para os jovens, a cortesia, a nobreza e os bons costumes estão solapados pela aspereza de tratamento, os idosos que são as verdadeiras joias e nossas bibliotecas vivas dos conhecimentos da vida são relegados em asilos de luxo, ou de lixo, pois são considerados " ultrapassados" e não úteis à velocidade nefasta do mundo ocidental. 

As relações humanas estão superficiais e desinteressantes, nos atemos aos nossos computadores de mão intitulados celulares e quase não nos olhamos nos olhos de nossos interlocutores, caracterizando um desrespeito e fragilização de nossa vida em sociedade. É bem verdade que cada geração tem suas inovações, suas conquistas, seu novo modo de vida e suas aspirações para o presente e futuro. 

Essa marcha tem que ser avaliada passo a passo, a ciência e a fé são como duas asas de um passar o, que o fazem voar em busca da felicidade e de um destino construído na rocha da esperança. Não podemos abrir mão do amor, ele deve permear nossas conquistas e nossas vidas, nossos relacionamentos, nossas profissões, nosso zelo pessoal, nossa saúde e nossos pensamentos; pois se assim o fizermos tudo será e terá como consequência a perfeição do bom pensamento, da atitude limpa de escrutínios de arrependimento; a luz estará presente em nossos atos ,pois como diz o sagrado Evangelho "Vós Sois o sal da terra e a luz do mundo". 

Então façamos essa diferença que pregou Jesus Cristo em sua imensa, divina e onipotente sabedoria; Ele deixou todo seu amor para nós ! Entreguemo-lo de volta aos nossos irmãos e vivamos em paz e concórdia construindo uma vida melhor, voltada para um presente de felicidade e um futuro que acalente as novas gerações com pensamentos, aprendizados e uma herança de paz amor e cuidado com o próximo e com o mundo, preservando e cultivando a paz e a boa vontade na raça humana, que a olhos vistos marcha para o Armagedon! 

A geopolítica é confusa, sinistra e ditada por atores mestres do terror, das bombas atômicas, de nêutrons, dos foguetes atmosféricos e de todo um discurso maléfico, além de nossa capacidade de controle, pois se julgam os donos do mundo e senhores dos nossos destinos, esse equilíbrio é frágil e capilar, pois qualquer exercício de guerra mal elaborado pode desencadear o terceiro conflito mundial, desta vez atômico e irreversível para a raça humana. 

Pelo outro lado vemos os pseudo-dirigentes, com seus ternos, gravatas e discursos impecáveis decidindo os destinos de nossos climas e das matrizes energéticas em um recente encontro em território árabe com a seguinte conclusão: Nada! Apenas apelo visual, discursos vazios e rebuscados em um desfile de vaidades e incertezas. 

No entanto é certo que por um sentimento de autopreservação nos inventamos e reinventamos, quase sempre, quando nossa existência vai escapando por entre os dedos e nos volta irremediavelmente ao pó e destruição total. Incrivelmente nosso livre arbítrio determina essas escolhas, que muitas vezes alegamos como os "castigos" a que somos presenteados pela vida. A esperança de um novo sol a brilhar, da voz de uma criança e do choro de um recém nato, nos movem todos os dias ao nosso novo amanhã, na paz do Criador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

A POBREZA - Por: Dr. Ronald Teles

               Dr. Ronald Teles - Cardiologista

A POBREZA

De quatro em quatro anos, um sentimento uníssono se apodera do coração dos brasileiros. Desde nossos primeiros passos, quando crianças, que começamos a ter entendimento, somos capturados pela magia de uma camisa amarela, que é a única campeã do mundo 5 vezes, a única que participou de todas as copas do mundo, a única que teve em seu time Pelé e Garrincha, inclusive jogando os dois juntos, dois deuses do esporte bretão, que nos apoderamos magistralmente através de virtuoses da bola de pé em pé, suscitando uma paixão, uma magia, uma catarse de sentimentos ,manifestada em cada drible, gol e vitória, e chorada como se fora a perda de um ente querido nas nossas derrotas.

 Sabemos perfeitamente os anos que fomos campeões, ansiamos inebriadamente pelo hexa, e por mais estrelas no peito dos que vestem o manto sagrado amarelo, de nossa seleção brasileira. De quatro em quatro anos nossa vida avança e passa, nossos problemas se avolumam e carpimos nossos destinos que vêm implacavelmente, em resposta ao tempo e o galardão que merecemos e buscamos. Nesse ínterim também vem a Copa do mundo de futebol, essa solene guerra no campo, com cada país exibindo o que de melhor tem na arte do football. 

Nelson Rodrigues, fanático por futebol e cronista ácido desse esporte dizia que através dele nos despíamos do nosso " complexo de vira-latas”, e o Brasil assumia toda sua fortaleza e majestade de grande país, como um grande vencedor que foi e é nesse esporte desde sua criação. A arte da bola em campo e a riqueza e perfeição de nossos atletas, grandes especialistas em cada posição, suplantando todos os rivais passo a passo é a verdadeira catarse de um povo sofrido, que esquece por algumas horas a fome, a miséria, o abandono, a saúde precária, a falta de teto, a falta de qualquer consideração social que os façam cidadão dignos. 

Donos de sorrisos banguelos, desidratados e famintos se postam defronte de televisões contemplado seu circo, pois eles não têm o pão da dignidade. Os romanos ofereciam pão e circo aos seus cidadãos. O pão pelas facilidades, e benefícios distribuídos ao povo romano pelos Césares, que eram " deuses" vivos, e o circo era o espetáculo horrendo, dos cristãos trucidados por feras, crucificados e queimados vivos, além de batalhas de gladiadores finalizadas com a morte autorizada pelo imperador em um aceno final em um banho de sangue, que ensandecia a turba em um frenesi macabro. 

O palco principal dessas atrocidades está de pé em Roma, que é o Coliseu romano. Lá ecoam os gritos e a morte na paz de Cristo, daqueles que tiveram sua vida ceifada brutalmente por serem seguidores do mestre do amor, assim como dizem os evangelhos. Essa sina ainda é presente hoje e muitos ainda são mortos e perseguidos por seres cristãos, mas estes encontrarão a paz eterna ao lado do Pai, conforme a sagrada palavra bíblica. De forma surpreendente o imperador Teodósio, adotou o cristianismo como religião oficial do império romano, pois o grito dos que morreram massacrados nas arenas chegou aos ouvidos de Deus e Ele que tudo sabe, vê e ouve, fez o Espírito Santo converter o coração dos algozes em seguidores da justiça de Cristo. 

Assim veio nossa igreja católica apostólica romana. De novo, os novos gladiadores do século 21 estão nas arenas de um emirado árabe, em uma batalha que passo a passo comoverá a nação brasileira, quiçá com um desfecho glorioso que todos almejamos, que é mais um campeonato do mundo. Esse pensamento, essa atitude, esse campeonato que despende milhões de dólares em caprichos de estádios climatizados, em um copo de cerveja a 70 reais, à construção de uma infra- estrutura que mais matou operários no mundo, pelo calor e insalubridade, que trabalham, por esses mesmos 70 reais a diária. 

Deveriam ser pensados e repensados. Será justo morrer de fome e sede!? Ser jogado na sarjeta invisível aos olhos daqueles que passam apressados em seus carros importados, rumo ao trabalho, já havendo tomado um bom café matinal? A negação aos que pedem é um ato de muitas repercussões; eles nas ruas, nas favelas, becos, aterros sanitários, em suas condições sub humanas, pedem socorro e são ignorados pela sociedade Esse 1% detêm todas as riquezas e as concentram, não importando os outros, pois seus maiores horizontes são seus próprios umbigos, são narcisistas e egocêntricos por natureza, suas fortunas são para ostentação, baluartes que alimentam suas almas mundanas, materialistas e mesquinhas. Só há um detalhe: Esse desprezo está se transformando em violência, e o que não é oferecido pelos mais ricos e pelo estado, está se travestindo de assaltos, sequestros, latrocínios, homicídios e delinquências mil. 

Vivemos uma convulsão social banhada de sangue e violência e há uma demência geral que faz indivíduo interrogar o que está acontecendo...? Está acontecendo uma concentração de renda estúpida e falência do poder público em alcançar aos cidadãos em seus anseios mais legítimos e dignos. Nosso Brasil é imenso e rico, assim como o são o continente africano, o asiático, o americano do norte e a velha Europa. No entanto a solidariedade e a justiça social não são infelizmente novos paradigmas para nenhum deles. Em todos os citados encontramos os seres humanos como se fossem de outra raça. 

No nosso gigante adormecido dispensamos comentários, na África subsaariana, falta da água, às vestes e comida, não há vacinas, e as novas variantes virais se albergam por lá em combinações explosivas, no continente asiático o desastre populacional desmonta qualquer política de bem estar aos cidadãos e a fome campeia, assim como uma economia escravagista, na América do Norte não existe saúde pública, e com toda a pompa e fleuma de " grande," os pobres morrem congelados em Manhattan e as " favelas" americanas se aglomeram em grandes centros como Detroit,  e outras cidades famosas como " comunidades desassistidas " e alternativas. 

Na Europa o fenômeno se repete, mas pelo menos no Reino Unido existe um sistema público de saúde, mas lá também a fome, o frio e a falta de teto vitimizam muitos. O Evangelho de Cristo Jesus diz que: " Não há um só justo entre nós " Mas também prega que o amor ao próximo é nossa cura, libertação e restauração. Devemos rever todas as estruturas vigentes, políticas, sociais, culturais, religiosas, no sentido da justiça e do bem comum. 

Não existe possibilidade de pacificação social com uma desigualdade avassaladora que ora vivemos e que se agravará se nada for feito. Isso passa pelos governos em todas as suas instâncias, mas também deve suscitar comoção aos ricos. Esses ricos e muito ricos, podem dispor de uma pequena parte de suas fortunas para promover o bem social. Será que o acúmulo de riqueza por si só, não configura uma estúpida e atávica mesquinhez? Essa pequena, mas plural contribuição em todo nosso país orquestrada como um amplo movimento, entrelaçada aos governos nos mais variados programas, iriam tornar nossa imensa e desigual nação, mais justa, mais alegre, mais segura, menos violenta. 

E assim então cada conquista de nossos cidadãos seria uma grande vitória, e não precisaríamos esperar a cada quatro anos para gozarmos de uma felicidade efêmera de um campeonato mundial, pois as vitórias em Cristo seriam diárias e nossas expectativas alicerçadas no rochedo, e não no solo arenoso e pantanoso de promessas vãs, feitas em de quando em quando, calcadas em frases de efeito e consciências sórdidas, que só buscam a perpetuação da dominação de nosso povo sem nunca oferecer-lhes o real e digno sentido de suas vidas.

domingo, 6 de novembro de 2022

EVENTO COMEMORATIVO - 40 ANOS DA SOBRAMES-CE

 

No dia 04/11/2022, no auditório da Unichristus, em Fortaleza-CE, ocorreu a solenidade comemorativa dos 40 anos da fundação da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará (SOBRAMES-CE), com a seguinte programação: 

1) Lançamento da Antologia da Sobrames de 2020, "Limiar da Criação".

Apresentação do sobramista Marcelo Gurgel com projeção de um vídeo com as capas de todas as antologias já publicadas.

2) Homenagem a sete ex-presidentes da Sobrames-CE: Emanuel de Carvalho, Paulo Gurgel Carlos da Silva, Geraldo Beserra da Silva e Luiz Gonzaga Moura Jr. (os quatro primeiros).

Homenagem a três ex-presidentes falecidos: Drs. Pedro Henrique Saraiva Leão, José Telles da Silva e Celina Côrte Pinheiro.

Os homenageados foram saudados pelo sobramista e ex-presidente José Maria Chaves.

O ex-presidente Paulo Gurgel Carlos da Silva agradeceu em nome dos agraciados.

3) O presidente da Sobrames-CE, Raimundo José Arruda Bastos, proferiu o discurso de encerramento.

4) Coquetel de encerramento.

Detalhes do evento no blog do sobramista Marcelo Gurgel

Link, abaixo

http://blogdomarcelogurgel.blogspot.com/2022/11/comemoracao-dos-40-anos-de-fundacao-da.html













Ocupantes da mesa diretora: Flávio Leitão (ACL), José Maria Chaves (ACEMES), Arruda Bastos (Sobrames/CE), Marcelo Gurgel (Instituto do Ceará) e Henrique Leal (ACM).

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A MÚSICA - Por: Dr. Ronald Teles



Dr. Ronald Teles - Cardiologista

A MÚSICA

O sentido da audição é o primeiro a se desenvolver nos seres humanos; no ventre materno o feto ouve e percebe o coração da mãe, e os vários ruídos que o cercam, avivando sua interação entre o mundo particular que o acolhe, com proteção, temperatura amena e nutrição pelo cordão umbilical, que o alimenta constantemente com todos os nutrientes que precisa, com as defesas da anticorpogênese que o fará enfrentar o novo mundo que o espera, pondo em prova seus próprios sistemas orgânicos, em um teste cabal para sua sobrevivência no mundo exógeno à sua antiga e confortável morada. Ele percebe vários ruídos externos quando desenvolve a audição, e a primeira música cifrada em seu pequenino encéfalo é a voz materna. Ela soa como um bálsamo a acalentá-lo, e ele percebe a ternura e o amor da mãe e do amor inescrutável que o acolhe permanentemente, essa interação guarda uma profundeza imensa de significados, que vai determinar após o nascimento desse novo ser humano, até suas preferências musicais. Se a mãe, o pai ou a família, entoam ou reproduzem algum gênero musical constantemente, frente ao bebê, este terá uma tendência e inclinação natural a aquele gênero musical, seja popular, clássico, rock ou outros tantos. Isso é comprovado cientificamente com vários trabalhos. Jabal foi o precursor bíblico, no velho testamento, a Torá dos hebreus, dos instrumentos musicais. As grandes celebrações de todos os povos antigos e modernos, sempre foram enlevadas pela música típica de cada povo. A harpa grega de singelo encanto, tocada para os filósofos, o senado; nos banhos dos nobres e festividades, os instrumentos medievais de corda, percussão e sopro, animando bailes com a corte e seus nobres em festas apoteóticas de saudação aos príncipes e monarcas, em coreografias elegantes e estudadas pelos participantes, em sincronia perfeita e reverência ao nobre, festejado muitas vezes como um deus. As festas africanas com seus tambores uníssonos os reinos africanos multicoloridos, em uma dança majestosa de seus guerreiros, com suas lanças e flechas, escudos de couro de animais selvagens, pinturas típicas, e passos firmes, implacáveis, lembrando conflitos enfrentados, vitórias e saudação efusiva ao chefe tribal e monarcas africanos. O povo africano é dono do ritmo e de uma das músicas mais propaladas e universais do mundo, e a alegria que a entoam é contagiante, emocionante e cheia de felicidade e significado; tudo é motivo de música e comemorações, desde uma caça bem sucedida, uma boa colheita, uma chuva que irrigou bem seus campos, à vitórias memoráveis em campos de guerra. Nossos índios brasileiros também têm sua tradição musical bem definida e arraigada, eles usam tambores, troncos e instrumentos de sopro. Comemoram as forças da natureza, comemoram os rios, o sol, os peixes que comem, comemoram a floresta que é seu sustento, numa relação fraterna entre "mãe "e filhos. Há um grande respeito pela natureza, pois dependem totalmente dela para seu sustento. Eles fazem sua música, mas também têm a sinfonia dos pássaros, dos bichos selvagens que emitem seus sons característicos, que para eles soam como uma verdadeira música aos seus ouvidos, não corrompidos com os barulhos da modernidade e da torpeza das grandes cidades. Uma fascinante música, também é representada pela gaita escocesa, e sua história milenar na Grã-Bretanha. O toque da gaita no campo de guerra com o exército perfilado pronto para o combate com seus Kilts quadriculados, em guerras de secessão da Escóssia, tentando sua independência é algo emocionante e de uma nobreza indefinível. Muitas películas da sétima arte já nos mostraram esses episódios. A rainha Elizabeth II, recentemente escolheu sua casa na Escóssia, para seu decesso,e o cortejo fúnebre recebeu a saudação majestosa das gaitas e guarda escocesa. Não poderíamos deixar de falar de nossa música brasileira, que é tida como uma das melhores do mundo, por sua riqueza e diversidade correspondente ao seu povo. Por aqui foram criados novos gêneros, como a bossa nova, o movimento tropicalista, e claro os gêneros regionais. No entanto não há dúvida que o legítimo representante do povo brasileiro é o samba. Ele traz em seu DNA a origem do nosso povo, de sua negritude, de sua felicidade, espontaneidade, alegria contagiante e identidade nacional. Temos a apoteose do samba chamado carnaval; festa que convida a todos os brasileiros a " brincar”, configurando uma verdadeira democracia na acepção da palavra, onde o "brincante" só precisa do passaporte da alegria e do entusiasmo, sem ter que provar sua origem ou posse econômica. É realmente a maior festa popular do mundo, copiada timidamente por outros países que simplesmente não terão nunca o samba no pé de uma cabrocha negra brasileira, e a malemolência de nosso povo e nosso samba. Definitivamente nossa música brasileira é praticamente uma "comodities" de tão rica, diversa, e lindamente construída. Ariano Suassuna, intelectual brasileiro, da mais alta estirpe, oriundo de terras pernambucanas, escritor, dramaturgo, ensaísta, crítico musical, definiu a música em uma análise profunda em " dionisíaca" e " apolínea”, aquela seria de melodia, ritmicidade, acordes, e construção mais vertical, objetiva, direta, persuasiva. Teríamos o rock n roll como um exemplo clássico, música que significa protesto, rebeldia, inconformidade, jovialidade, identidade, e é representativa de toda uma geração que a criou e que trafega hoje mais viva do que nunca, em seus anseios e luta por aceitação e estilo de vida mais excêntrico e muitas vezes alternativo. No entanto esse mesmo rock roll abriga também múltiplas correntes e tem uma vasta riqueza, como o pop rock, o tecno rock, o punk rock, o rock sinfônico, o rock metal e tantos outros. Cidadãos de bem, com carreiras sólidas e respeitáveis, estão inclusos entre os apreciadores deste género muitas vezes tido e lido preconceituosamente. A música Apolínea, seria mais melodiosa, de acordes suaves, letras, cifras e partituras bem definidas, teríamos então como exemplo marcante a música clássica, com suas sinfonias e seus grandes autores, como Mozart, Beethoven, Chopin, Vivaldi e tantos outros grandes gênios e mestres clássicos que presentearam a humanidade com verdadeiras peças e obras de arte musicais que fazem um contato direto com o espírito e os sentimentos mais profundos que o ser humano abriga dentro de si. Outro fato muito importante é o poder que a música carrega, sendo ela a maior representante das sete artes. Ela tem a capacidade de nos remeter ao passado poderosamente trazendo recordações, fatos e até aromas que experimentamos em tempos longínquos, também nos distrai no presente de maneira a alegrar nosso dia a dia e nos motivar para a vida, e nos faz pensar no futuro através de melodias que nos levam a novos horizontes e reúnem temáticas propriamente pensadas para algo que nem vivenciamos ainda. Existe também uma forma melodiosa musical, que nem sempre é tocada no coração do homem que é a sinfonia do amor ao semelhante. Essa deve ser tocada diariamente, na busca incansável de um mundo melhor, onde nossos ouvidos ouçam como uma música perfeita a declaração perfeita: " Eu te amo!", Pois essa frase soa em qualquer ouvido humano, como a mais linda música que podemos experimentar, e muitas vezes à buscamos artificialmente em palavras que não nos foram ditas, mas sim a outros por tantos músicos e cantores.