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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

POR CELINA CÔRTE - RESPEITO AO PEDESTRE



Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE
                                       Respeito ao Pedestre


Publicado no Jornal Diario do Nordeste, em  11/11/2012 - DEBATES E IDEIAS
   
Aprecio andar a pé, embora me inibam a insegurança (furtos, roubos, calçadas irregulares...) e a temperatura em Fortaleza, cidade situada pouco abaixo da linha do Equador. Mesmo assim, caminho bastante nas ventiladas manhãs, quando a temperatura se torna arrefecida pelo vento agradável que sopra por aqui. Assim, observo o comportamento dos guiadores que atribuem a si a total propriedade das ruas. Para muitos, o pedestre inexiste e, portanto, não merece respeito. Um dia desses, uma mulher atravessava a rua. Repentinamente, um veículo, em alta velocidade, dobrou a esquina e colheu a infeliz pedestre que foi atirada inerte ao chão. Esta cena violenta, não ficcional, representa o cotidiano em um trânsito cada vez mais violento e agressivo. Poderia ter sido evitada, bastando que o motorista reduzisse a velocidade do veículo ao dobrar a esquina. Ele não se utilizou dos princípios da direção defensiva, procurando agir com zelo de modo a evitar acidentes. Foi imprudente e negligente em uma situação que merece todo cuidado. Dirigir um veículo não é uma brincadeira infantil. Exige atenção, cautela, perícia e desvelo, apesar das ações incorretas dos outros e das condições adversas encontradas nas vias de trânsito.


Pesquisas demonstram que, em 64% dos acidentes, o condutor é o responsável. De acordo com estatísticas do Detran-CE, no ano de 2011, foram mortos 457 pedestres no trânsito, o que representa 22% do total de vítimas. Além desses, 1167 sofreram ferimentos, de leves a graves. Estes números revelam que a cada 24 horas, morre um pedestre e a cada oito horas, três são feridos no trânsito.


No ano passado, houve um acréscimo de 45,54% no número de pedestres mortos, em relação ao ano de 2010. Em relação às vitimas fatais, os pedestres ocupam o segundo lugar (21,86%), perdendo apenas para os motociclistas que continuam sendo os mais afetados (36,39%), em decorrência da violência do trânsito. É interessante lembrar que todos nós, em algum momento, somos pedestres e merecemos respeito, pois nossa vulnerabilidade é expressiva. O pedestre não utiliza armadura metálica para ir às ruas. Seu corpo encontra-se completamente desprotegido. O hábito da cortesia no trânsito, por si só, contribuirá com a melhoria das estatísticas!

                                                                    Celina Côrte Pinheiro

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