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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

QUADRO DE ROMERO ESMERALDO - Por: Dra. Fátima Azavêdo


Hoje no HGF, acompanhando um familiar no ambulatório de Endocrinologia, fiquei procurando passatempo até a hora do atendimento. 

Nessa busca de passar o tempo, me deparo com um quadro lindo e tocante, na parede do ambulatório.  Pintura do Romero, irmão de outro Ronaldo, não o da  minha turma. Romero Esmeraldo. Eu o conheci em 1971, quando meu pai fazia tratamento de uma meningite por tórula na Casa de Saúde São Raimundo e Romero era um jovem e já brilhante médico residente. Foi ele, quem naquele ano, estava de plantão no dia em que meu pai fez um quadro de anafilaxia e o socorreu. Em seguida chegou Dr Flávio Leitão, que fazia parte da equipe que acompanhava meu pai, junto com outros expoentes da neurologia e neurocirurgia desde então, o saudoso amigo Dr. Lobo e Dr. Djacir Figueiredo.

Pois bem, hoje me deparo com essa maravilha de obra de arte, com cenas que só poderiam ter sido retratadas por quem conhece o universo da verdadeira medicina. Esta, hoje tão maculada, devido à práticas que nada têm a ver com o nosso juramento. 

E viva nós, e viva a minha Turma80, e tantas outras turmas que seguem honrando o que conhecemos como juramento de Hipócrates.

Fátima Azevêdo

Médica Geneticista 

Prof da FAMED-UFC

Fortaleza 17/8/2022

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

LINGUA PORTUGUESA - Por: dr. Ronald Teles

                                                                   Dr. Ronald Teles

Escrever é uma arte para poucos. Hoje é o dia do escritor e a data merece uma atenção toda especial, diante da pobreza cultural que nos é colocada diariamente através dos mais variados meios de comunicação.

O primeiro alfabeto foi da escrita cuneiforme babilônica, depois vários povos criaram o seu, como o aramaico de Cristo Jesus, os hieróglifos egípcios, o alfabeto inglês, francês, o cirílico(russo)o alfabeto oriental japonês, chinês e coreano, até a invenção da imprensa por Gutemberg e a tirada em grande escala dos livros e compêndios inclusive a Santa Bíblia. 

Nosso idioma português é um dos mais difíceis e complexos do mundo, em sua pontuação, pronomes, concordância, sintaxe e tantos outros detalhes que o fazem belo e desafiador. Nossa língua é falada em nosso país, na pátria mãe Portugal, na África portuguesa, em São Tomé e Príncipe, em poucos outros países. 

Nós que nos aventuramos com nossas " penas" temos que ter o máximo cuidado e zelo em nossos conteúdos, pois nossa língua e idioma português estão sendo literalmente " surrados" por gírias, neologismos, frases sem lógica, ícones digitais que são os "ventriloquos" dos semianalfabetos, que além de se privarem da construção de uma frase lógica pertinente e primada para cada situação, fazem da expressão maior da palavra um simples "emoji" que é o tradutor de suas emoções e até vontades. 

Acho que as academias de letras de nosso país são um derradeiro reduto do " cálice sagrado da língua portuguesa" pois lá encerram um respeito profundo pela nossa tradição literária, das várias vertentes derivadas dela, da cultura e do enlevo à alma que se apraz de uma construção literária originada não só do coração como de um profundo conhecimento do canon linguístico. 

Rogo que sempre seja plantada no coração da juventude o gosto pela palavra, por nosso idioma e por nossa língua! De que vale ser " poliglota" se não sei minha própria língua, minha própria gramática!?

A evolução se faz necessária em todas as vertentes de conhecimento, a transmissão desse conhecimento se faz através de vários meios e veículos, em quaisquer deles estará presente nossa língua; em uma crônica, poesia, música, comercial televisivo, mídia digital, anúncio jornalístico, propagandas, campanhas eleitorais, enfim, se estivermos por aqui, nosso bom e velho português via de regra sofrerá alguns ultrajes quando não verdadeiros " estupros" em sua tão bem desenhada trajetória, de tanta riqueza e gloria desses mais de 500 anos.

Tenho orgulho de ter sido alfabetizado em português, não sou daqueles, que preferiam um Brasil espanhol, francês ou até mesmo holandês, descendente dos que aportaram aqui com ideais conquistadores e foram rechaçados. Somos descendentes de portugueses e da miscigenação a que tão bem se referiu Darcy Ribeiro em sua grande obra que fala de nossa origem. Somos discípulos de Machado de Assis e de seu universo literário imortal, somos filhos de Raquel de Queiroz, somos amantes da língua portuguesa, da sua glória, perfeição e eternidade