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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

NATAL - Por: Ronald Teles


Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Natal

            Chegamos ao final de mais um ano; época de revisões, de julgamento, de interrogações a respeito de ganhos e perdas a respeito da prosperidade de nossas ações, e do que pensamos ter construído de bom ao curso dos 365 dias do calendário gregoriano, que definiu esse espaço de tempo, que circunscreve nossas vidas, ações e pensamentos.

Essa época por ter em seu âmago um caráter revisivo nos volta às nossas consciências e à arquitetura de nossos pensamentos pode sofrer com nossas cobranças mais íntimas, e a sensação de que algo não foi construído ou até desconstruído por nossos atos.

 Incrivelmente as festas de final de ano aceleram e acarretam índices elevados de suicídio, que representam uma ruptura total do querer, do pertencimento ao mundo, e da autoaceitação, assim da cobrança suprema de nossos atos e pensamentos; sendo ditada uma ordem da corte suprema do desespero para a auto aniquilação.

Nossos jovens perderam a capacidade de sonhar e já não dormem, pois estão em constante companhia de seus "devices" intitulados celulares ou computadores, e as máquinas  "sonham" por eles, em noites de verdadeira "fissura”, liberando uma dopamina, que lhes dá prazer, mas também outro dia sem sono e repouso, sem a ação de células neurológicas batizadas de micróglia, que são os verdadeiros lixeiros celulares, limpando seus encéfalos e mentes dos maus pensamentos e das doenças degenerativas que tem caráter também genético, mas que também fazem parte do estresse oxidativo vascular, provocado nas preciosas artérias cerebrais, que irrigam bilhões de neurônios, que necessitam de oxigênio, glicose e paz espiritual.

Temos um final de ano alvissareiro para a humanidade; nos preparamos para um ano com uma nova perspectiva de saúde e progresso. Nossa pulsão por viver é calcada na esperança; São Paulo em várias passagens de suas epístolas, encontrava-se faminto, degradado, espancado, amedrontado, abandonado pela caridade humana, mas dizia: "Alegrai-vos na esperança!".

Essa alegria vem do Espírito Santo, e ninguém e nenhum fato pode nem deve nos tirá-la, pois ela é perene, assim como seu manancial é inesgotável pois provém de nossa adoção como filhos de Deus, e do seu amor infindável por nós, para que passemos pelo mundo experimentando as delícias de amar e ser amado em sua dimensão divina.

O Natal, o presépio, o " papai Noel”, têm caráter sagrado, aqueles, e pagão o último. Há 2 mil anos, em uma estrebaria de Belém de Judá, nascia o cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo, cercado de sua santíssima mãe Maria e seu casto esposo da tribo de Davi, São José, dos bichinhos que presenciaram o nascimento, de um coro angelical que O louvavam com " Hosana nas alturas, nasceu o Salvador da humanidade, paz na terra aos homens de boa vontade ".

Lá estavam também Belchior, Baltazar e Gaspar, os reis magos, vindos do oriente, para adorar o menino Deus e presenteá-lo com ouro, incenso e mirra. Esse nascimento marcou o reinício da esperança de que falávamos ao início, pois colocou na terra o único Deus e homem que habitou entre nós, e através de sua vida e ministério, sua paixão, morte e ressureição, nos mostrou a salvação por sua palavra e nos redimiu do pecado original, com o sangue que pintou na cruz a maior obra de arte até hoje realizada e nunca copiada por nenhuma mão humana, pois o autor dessa obra foi Deus, assim como quem padeceu nela foi o próprio Cristo por amor a todos nós. Voltando ao presépio foi obra e ideia de São Francisco de Assis, que o idealizou como lembrança para a humanidade da singela humildade e majestade de Deus ao seu nascimento.

Já nosso papai Noel, em da Lapônia, terra fria e nevada, onde usava um trenó, tracionado por renas. Essa estória foi transferida ao imaginário infantil como um velhinho rechonchudo voando nos céus em um trenó magico, distribuindo presentes ao redor do mundo na noite de Natal.

Grandes multinacionais se apoderaram da ideia e colocam suas marcas como se fora o real sentido do Natal, em um espetáculo de luzes e consumismo tão pertinente aos dias atuais, materializando a data de 25 de dezembro em festas regadas aos seus produtos, em uma alegria efêmera de um momento.

A infância passa, a inocência dá lugar à maturidade e nos tornamos adultos desconfiados, pragmáticos e objetivos, somos então apresentados aos verdadeiros " papais noeis”: Nossos pais. A verdade é que nosso grande presente natalino, é nossa vida, nossa saúde, nossa família, nossas profissões, que nos dão nosso sustento, o teto que habitamos, quando tantos enfrentam as intempéries do abandono ao ar livre.

Temos tudo e há uma sensação de não termos nada, pois a felicidade não é só um estado de espírito ou algo material conquistado. A plenitude vem de nossa fé, essa plenitude não é palpável nem é contada como o dinheiro que corrompe a tantos. Ela vem do encontro sincero com o amor do Criador por nossas vidas e atos.


terça-feira, 13 de dezembro de 2022

CONFRATERNIZAÇAO NATALINA SOBRAMES-CE - 2022

Aconteceu, ontem, dia 12.12.2022 (segunda-feira), às 19h, no Auditório da Unichristus (2° andar) - Campus Parque Ecológico, Fortaleza-CE, a Confraternização Natalina da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Capítulo Ceará, SOBRAMES-CE.

A programação contou com a solenidade de posse de novos membros, homenagem ao Jornal do Médico e ex-presidentes da Sobrames. O Coral da Unimed de Fortaleza deu um brilho especial ao evento. Empossados: Sócios Titulares: Dra. Adriana Pinheiro Bezerra Pires, Dr. Felipe Oliveira Neves, Dr. Félix Campos de Barros, Dr. José Lima de Carvalho Rocha, Dra. Maria Sidneuma Melo Ventura. Sócio Acadêmico: Marília Carolina Paiva Florêncio












































domingo, 27 de novembro de 2022

AMAR - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Amar

Esse verbo de fácil pronúncia e difícil prática é o mister de Deus para todas as criaturas humanas. Quando amamos, esse sentimento resplandece em tudo o que fazemos, almejamos, temos, alcançamos, queremos e ofertamos.

Essa prática é uma caminhada dificílima ao nosso interior, às zonas mais profundas de nossas almas, tantas vezes imiscuídas de outros sentimentos que abafam fragorosamente essa capacidade latente, linda e celestial que todos nós temos e devemos cultivar, buscar e almejar todos os dias para construção de uma vida mais intensa em todos os sentidos, livre da superficialidade do mundo que nos envolve com doutrinas descartáveis, ditas por muitas vezes com o que queremos ouvir e não o que devemos ouvir. 

Esse convite é diário, assim como seu valor supérfluo, assim como seu conteúdo vazio, assim como seu tempo inválido e sem valor construtivo para nossas vidas e pessoas. Nossos olhos, as janelas de nossas almas, devem estar conectados com nossos corações, que são a sede dos nossos sentimentos mais profundos, como o amor, a compaixão, o perdão, a benevolência, a caridade e a piedade. 

Quando somos movidos pela luz, nossos passos, e nossas mãos, acompanharão nossos pensamentos, que fugirão do universo caótico do mundo que gira em torno da vaidade, do conflito e do desamor. Para que tudo isso aconteça temos que buscar uma reflexão profunda de nossas atitudes e atos e viajar ao âmago de nossas consciências, buscando humildemente uma perscrutação de nossos excessos e de velhos vícios que nos amarram ao passado ou nos movem no presente, prejudicando nossa total entrega, embora difícil de amar ao próximo. 

Falar do amor é um desafio imenso, ele já foi dissertado por grandes escritores, foi obra de filósofos, escultores, pintores, teatrólogos, a música é puro amor, já se travaram até guerras em seu nome como a de Tróia, pelo amor de Helena; mas a verdade é que quando somos realisticamente invadidos por ele, nosso olhar ao mundo se reveste de emoções que brotam do amor do Criador por nós! 

Nossa prudência em não ferir se aguça, nossos passos são brandos e nossos atos pensados, nosso olhar se reveste de paz e carinho e prima pelo bem, nosso abraço é sincero e carinhoso, vemos o mundo como um presente para nossa edificação e crescimento, como um bom desafio para crescermos de maneira saudável física e espiritualmente. 

O homem admira a belicosidade, a agressividade, a guerra acirra seus instintos primordiais e territorialistas; é bem certo que alguns conflitos da humanidade foram do bem contra o mal e Deus foi providencial, dando a vitória a aqueles que deram suas vidas para a construção de um mundo melhor, como todos sabemos, na segunda grande guerra mundial onde o Eixo, queria engolir o mundo como um dragão de fogo e fazer reinar a treva sobre a humanidade. 

Graças a Deus sabemos o final! E respiramos aliviados, pois o bem sempre vencerá o mal, como afirmou São Paulo em uma de suas 7 epístolas. Voltando mais ao tempo, indo ao velho testamento, temos o cerco à Jericó, onde o exército israelita arrodeou a cidade várias vezes com a arca da aliança e as muralhas desaba

ram por ordem divina, dando grande vitória ao povo de Deus. Voltando ao século 21,esses tempos de grande turbulência e inquietação da humanidade, onde estamos assistindo tanta desconstrução dos verdadeiros valores ditos cristãos, que estão caindo em frente aos nossos olhos, como se fora " esse novo normal " que na verdade é escatológico! 

As relações humanas estão deturpadas com uma agressividade jamais Vista, nada é meritório, pois temos " cotas " para tudo e todos, como se não houvesse mais necessidade da boa luta para a consecução dos objetivos maiores. 

A libertinagem, a luxúria campeiam as televisões e net oferece um " cardápio" de ultrajes morais e até " manual" de suicídio para os jovens, a cortesia, a nobreza e os bons costumes estão solapados pela aspereza de tratamento, os idosos que são as verdadeiras joias e nossas bibliotecas vivas dos conhecimentos da vida são relegados em asilos de luxo, ou de lixo, pois são considerados " ultrapassados" e não úteis à velocidade nefasta do mundo ocidental. 

As relações humanas estão superficiais e desinteressantes, nos atemos aos nossos computadores de mão intitulados celulares e quase não nos olhamos nos olhos de nossos interlocutores, caracterizando um desrespeito e fragilização de nossa vida em sociedade. É bem verdade que cada geração tem suas inovações, suas conquistas, seu novo modo de vida e suas aspirações para o presente e futuro. 

Essa marcha tem que ser avaliada passo a passo, a ciência e a fé são como duas asas de um passar o, que o fazem voar em busca da felicidade e de um destino construído na rocha da esperança. Não podemos abrir mão do amor, ele deve permear nossas conquistas e nossas vidas, nossos relacionamentos, nossas profissões, nosso zelo pessoal, nossa saúde e nossos pensamentos; pois se assim o fizermos tudo será e terá como consequência a perfeição do bom pensamento, da atitude limpa de escrutínios de arrependimento; a luz estará presente em nossos atos ,pois como diz o sagrado Evangelho "Vós Sois o sal da terra e a luz do mundo". 

Então façamos essa diferença que pregou Jesus Cristo em sua imensa, divina e onipotente sabedoria; Ele deixou todo seu amor para nós ! Entreguemo-lo de volta aos nossos irmãos e vivamos em paz e concórdia construindo uma vida melhor, voltada para um presente de felicidade e um futuro que acalente as novas gerações com pensamentos, aprendizados e uma herança de paz amor e cuidado com o próximo e com o mundo, preservando e cultivando a paz e a boa vontade na raça humana, que a olhos vistos marcha para o Armagedon! 

A geopolítica é confusa, sinistra e ditada por atores mestres do terror, das bombas atômicas, de nêutrons, dos foguetes atmosféricos e de todo um discurso maléfico, além de nossa capacidade de controle, pois se julgam os donos do mundo e senhores dos nossos destinos, esse equilíbrio é frágil e capilar, pois qualquer exercício de guerra mal elaborado pode desencadear o terceiro conflito mundial, desta vez atômico e irreversível para a raça humana. 

Pelo outro lado vemos os pseudo-dirigentes, com seus ternos, gravatas e discursos impecáveis decidindo os destinos de nossos climas e das matrizes energéticas em um recente encontro em território árabe com a seguinte conclusão: Nada! Apenas apelo visual, discursos vazios e rebuscados em um desfile de vaidades e incertezas. 

No entanto é certo que por um sentimento de autopreservação nos inventamos e reinventamos, quase sempre, quando nossa existência vai escapando por entre os dedos e nos volta irremediavelmente ao pó e destruição total. Incrivelmente nosso livre arbítrio determina essas escolhas, que muitas vezes alegamos como os "castigos" a que somos presenteados pela vida. A esperança de um novo sol a brilhar, da voz de uma criança e do choro de um recém nato, nos movem todos os dias ao nosso novo amanhã, na paz do Criador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

A POBREZA - Por: Dr. Ronald Teles

               Dr. Ronald Teles - Cardiologista

A POBREZA

De quatro em quatro anos, um sentimento uníssono se apodera do coração dos brasileiros. Desde nossos primeiros passos, quando crianças, que começamos a ter entendimento, somos capturados pela magia de uma camisa amarela, que é a única campeã do mundo 5 vezes, a única que participou de todas as copas do mundo, a única que teve em seu time Pelé e Garrincha, inclusive jogando os dois juntos, dois deuses do esporte bretão, que nos apoderamos magistralmente através de virtuoses da bola de pé em pé, suscitando uma paixão, uma magia, uma catarse de sentimentos ,manifestada em cada drible, gol e vitória, e chorada como se fora a perda de um ente querido nas nossas derrotas.

 Sabemos perfeitamente os anos que fomos campeões, ansiamos inebriadamente pelo hexa, e por mais estrelas no peito dos que vestem o manto sagrado amarelo, de nossa seleção brasileira. De quatro em quatro anos nossa vida avança e passa, nossos problemas se avolumam e carpimos nossos destinos que vêm implacavelmente, em resposta ao tempo e o galardão que merecemos e buscamos. Nesse ínterim também vem a Copa do mundo de futebol, essa solene guerra no campo, com cada país exibindo o que de melhor tem na arte do football. 

Nelson Rodrigues, fanático por futebol e cronista ácido desse esporte dizia que através dele nos despíamos do nosso " complexo de vira-latas”, e o Brasil assumia toda sua fortaleza e majestade de grande país, como um grande vencedor que foi e é nesse esporte desde sua criação. A arte da bola em campo e a riqueza e perfeição de nossos atletas, grandes especialistas em cada posição, suplantando todos os rivais passo a passo é a verdadeira catarse de um povo sofrido, que esquece por algumas horas a fome, a miséria, o abandono, a saúde precária, a falta de teto, a falta de qualquer consideração social que os façam cidadão dignos. 

Donos de sorrisos banguelos, desidratados e famintos se postam defronte de televisões contemplado seu circo, pois eles não têm o pão da dignidade. Os romanos ofereciam pão e circo aos seus cidadãos. O pão pelas facilidades, e benefícios distribuídos ao povo romano pelos Césares, que eram " deuses" vivos, e o circo era o espetáculo horrendo, dos cristãos trucidados por feras, crucificados e queimados vivos, além de batalhas de gladiadores finalizadas com a morte autorizada pelo imperador em um aceno final em um banho de sangue, que ensandecia a turba em um frenesi macabro. 

O palco principal dessas atrocidades está de pé em Roma, que é o Coliseu romano. Lá ecoam os gritos e a morte na paz de Cristo, daqueles que tiveram sua vida ceifada brutalmente por serem seguidores do mestre do amor, assim como dizem os evangelhos. Essa sina ainda é presente hoje e muitos ainda são mortos e perseguidos por seres cristãos, mas estes encontrarão a paz eterna ao lado do Pai, conforme a sagrada palavra bíblica. De forma surpreendente o imperador Teodósio, adotou o cristianismo como religião oficial do império romano, pois o grito dos que morreram massacrados nas arenas chegou aos ouvidos de Deus e Ele que tudo sabe, vê e ouve, fez o Espírito Santo converter o coração dos algozes em seguidores da justiça de Cristo. 

Assim veio nossa igreja católica apostólica romana. De novo, os novos gladiadores do século 21 estão nas arenas de um emirado árabe, em uma batalha que passo a passo comoverá a nação brasileira, quiçá com um desfecho glorioso que todos almejamos, que é mais um campeonato do mundo. Esse pensamento, essa atitude, esse campeonato que despende milhões de dólares em caprichos de estádios climatizados, em um copo de cerveja a 70 reais, à construção de uma infra- estrutura que mais matou operários no mundo, pelo calor e insalubridade, que trabalham, por esses mesmos 70 reais a diária. 

Deveriam ser pensados e repensados. Será justo morrer de fome e sede!? Ser jogado na sarjeta invisível aos olhos daqueles que passam apressados em seus carros importados, rumo ao trabalho, já havendo tomado um bom café matinal? A negação aos que pedem é um ato de muitas repercussões; eles nas ruas, nas favelas, becos, aterros sanitários, em suas condições sub humanas, pedem socorro e são ignorados pela sociedade Esse 1% detêm todas as riquezas e as concentram, não importando os outros, pois seus maiores horizontes são seus próprios umbigos, são narcisistas e egocêntricos por natureza, suas fortunas são para ostentação, baluartes que alimentam suas almas mundanas, materialistas e mesquinhas. Só há um detalhe: Esse desprezo está se transformando em violência, e o que não é oferecido pelos mais ricos e pelo estado, está se travestindo de assaltos, sequestros, latrocínios, homicídios e delinquências mil. 

Vivemos uma convulsão social banhada de sangue e violência e há uma demência geral que faz indivíduo interrogar o que está acontecendo...? Está acontecendo uma concentração de renda estúpida e falência do poder público em alcançar aos cidadãos em seus anseios mais legítimos e dignos. Nosso Brasil é imenso e rico, assim como o são o continente africano, o asiático, o americano do norte e a velha Europa. No entanto a solidariedade e a justiça social não são infelizmente novos paradigmas para nenhum deles. Em todos os citados encontramos os seres humanos como se fossem de outra raça. 

No nosso gigante adormecido dispensamos comentários, na África subsaariana, falta da água, às vestes e comida, não há vacinas, e as novas variantes virais se albergam por lá em combinações explosivas, no continente asiático o desastre populacional desmonta qualquer política de bem estar aos cidadãos e a fome campeia, assim como uma economia escravagista, na América do Norte não existe saúde pública, e com toda a pompa e fleuma de " grande," os pobres morrem congelados em Manhattan e as " favelas" americanas se aglomeram em grandes centros como Detroit,  e outras cidades famosas como " comunidades desassistidas " e alternativas. 

Na Europa o fenômeno se repete, mas pelo menos no Reino Unido existe um sistema público de saúde, mas lá também a fome, o frio e a falta de teto vitimizam muitos. O Evangelho de Cristo Jesus diz que: " Não há um só justo entre nós " Mas também prega que o amor ao próximo é nossa cura, libertação e restauração. Devemos rever todas as estruturas vigentes, políticas, sociais, culturais, religiosas, no sentido da justiça e do bem comum. 

Não existe possibilidade de pacificação social com uma desigualdade avassaladora que ora vivemos e que se agravará se nada for feito. Isso passa pelos governos em todas as suas instâncias, mas também deve suscitar comoção aos ricos. Esses ricos e muito ricos, podem dispor de uma pequena parte de suas fortunas para promover o bem social. Será que o acúmulo de riqueza por si só, não configura uma estúpida e atávica mesquinhez? Essa pequena, mas plural contribuição em todo nosso país orquestrada como um amplo movimento, entrelaçada aos governos nos mais variados programas, iriam tornar nossa imensa e desigual nação, mais justa, mais alegre, mais segura, menos violenta. 

E assim então cada conquista de nossos cidadãos seria uma grande vitória, e não precisaríamos esperar a cada quatro anos para gozarmos de uma felicidade efêmera de um campeonato mundial, pois as vitórias em Cristo seriam diárias e nossas expectativas alicerçadas no rochedo, e não no solo arenoso e pantanoso de promessas vãs, feitas em de quando em quando, calcadas em frases de efeito e consciências sórdidas, que só buscam a perpetuação da dominação de nosso povo sem nunca oferecer-lhes o real e digno sentido de suas vidas.

domingo, 6 de novembro de 2022

EVENTO COMEMORATIVO - 40 ANOS DA SOBRAMES-CE

 

No dia 04/11/2022, no auditório da Unichristus, em Fortaleza-CE, ocorreu a solenidade comemorativa dos 40 anos da fundação da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará (SOBRAMES-CE), com a seguinte programação: 

1) Lançamento da Antologia da Sobrames de 2020, "Limiar da Criação".

Apresentação do sobramista Marcelo Gurgel com projeção de um vídeo com as capas de todas as antologias já publicadas.

2) Homenagem a sete ex-presidentes da Sobrames-CE: Emanuel de Carvalho, Paulo Gurgel Carlos da Silva, Geraldo Beserra da Silva e Luiz Gonzaga Moura Jr. (os quatro primeiros).

Homenagem a três ex-presidentes falecidos: Drs. Pedro Henrique Saraiva Leão, José Telles da Silva e Celina Côrte Pinheiro.

Os homenageados foram saudados pelo sobramista e ex-presidente José Maria Chaves.

O ex-presidente Paulo Gurgel Carlos da Silva agradeceu em nome dos agraciados.

3) O presidente da Sobrames-CE, Raimundo José Arruda Bastos, proferiu o discurso de encerramento.

4) Coquetel de encerramento.

Detalhes do evento no blog do sobramista Marcelo Gurgel

Link, abaixo

http://blogdomarcelogurgel.blogspot.com/2022/11/comemoracao-dos-40-anos-de-fundacao-da.html













Ocupantes da mesa diretora: Flávio Leitão (ACL), José Maria Chaves (ACEMES), Arruda Bastos (Sobrames/CE), Marcelo Gurgel (Instituto do Ceará) e Henrique Leal (ACM).

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A MÚSICA - Por: Dr. Ronald Teles



Dr. Ronald Teles - Cardiologista

A MÚSICA

O sentido da audição é o primeiro a se desenvolver nos seres humanos; no ventre materno o feto ouve e percebe o coração da mãe, e os vários ruídos que o cercam, avivando sua interação entre o mundo particular que o acolhe, com proteção, temperatura amena e nutrição pelo cordão umbilical, que o alimenta constantemente com todos os nutrientes que precisa, com as defesas da anticorpogênese que o fará enfrentar o novo mundo que o espera, pondo em prova seus próprios sistemas orgânicos, em um teste cabal para sua sobrevivência no mundo exógeno à sua antiga e confortável morada. Ele percebe vários ruídos externos quando desenvolve a audição, e a primeira música cifrada em seu pequenino encéfalo é a voz materna. Ela soa como um bálsamo a acalentá-lo, e ele percebe a ternura e o amor da mãe e do amor inescrutável que o acolhe permanentemente, essa interação guarda uma profundeza imensa de significados, que vai determinar após o nascimento desse novo ser humano, até suas preferências musicais. Se a mãe, o pai ou a família, entoam ou reproduzem algum gênero musical constantemente, frente ao bebê, este terá uma tendência e inclinação natural a aquele gênero musical, seja popular, clássico, rock ou outros tantos. Isso é comprovado cientificamente com vários trabalhos. Jabal foi o precursor bíblico, no velho testamento, a Torá dos hebreus, dos instrumentos musicais. As grandes celebrações de todos os povos antigos e modernos, sempre foram enlevadas pela música típica de cada povo. A harpa grega de singelo encanto, tocada para os filósofos, o senado; nos banhos dos nobres e festividades, os instrumentos medievais de corda, percussão e sopro, animando bailes com a corte e seus nobres em festas apoteóticas de saudação aos príncipes e monarcas, em coreografias elegantes e estudadas pelos participantes, em sincronia perfeita e reverência ao nobre, festejado muitas vezes como um deus. As festas africanas com seus tambores uníssonos os reinos africanos multicoloridos, em uma dança majestosa de seus guerreiros, com suas lanças e flechas, escudos de couro de animais selvagens, pinturas típicas, e passos firmes, implacáveis, lembrando conflitos enfrentados, vitórias e saudação efusiva ao chefe tribal e monarcas africanos. O povo africano é dono do ritmo e de uma das músicas mais propaladas e universais do mundo, e a alegria que a entoam é contagiante, emocionante e cheia de felicidade e significado; tudo é motivo de música e comemorações, desde uma caça bem sucedida, uma boa colheita, uma chuva que irrigou bem seus campos, à vitórias memoráveis em campos de guerra. Nossos índios brasileiros também têm sua tradição musical bem definida e arraigada, eles usam tambores, troncos e instrumentos de sopro. Comemoram as forças da natureza, comemoram os rios, o sol, os peixes que comem, comemoram a floresta que é seu sustento, numa relação fraterna entre "mãe "e filhos. Há um grande respeito pela natureza, pois dependem totalmente dela para seu sustento. Eles fazem sua música, mas também têm a sinfonia dos pássaros, dos bichos selvagens que emitem seus sons característicos, que para eles soam como uma verdadeira música aos seus ouvidos, não corrompidos com os barulhos da modernidade e da torpeza das grandes cidades. Uma fascinante música, também é representada pela gaita escocesa, e sua história milenar na Grã-Bretanha. O toque da gaita no campo de guerra com o exército perfilado pronto para o combate com seus Kilts quadriculados, em guerras de secessão da Escóssia, tentando sua independência é algo emocionante e de uma nobreza indefinível. Muitas películas da sétima arte já nos mostraram esses episódios. A rainha Elizabeth II, recentemente escolheu sua casa na Escóssia, para seu decesso,e o cortejo fúnebre recebeu a saudação majestosa das gaitas e guarda escocesa. Não poderíamos deixar de falar de nossa música brasileira, que é tida como uma das melhores do mundo, por sua riqueza e diversidade correspondente ao seu povo. Por aqui foram criados novos gêneros, como a bossa nova, o movimento tropicalista, e claro os gêneros regionais. No entanto não há dúvida que o legítimo representante do povo brasileiro é o samba. Ele traz em seu DNA a origem do nosso povo, de sua negritude, de sua felicidade, espontaneidade, alegria contagiante e identidade nacional. Temos a apoteose do samba chamado carnaval; festa que convida a todos os brasileiros a " brincar”, configurando uma verdadeira democracia na acepção da palavra, onde o "brincante" só precisa do passaporte da alegria e do entusiasmo, sem ter que provar sua origem ou posse econômica. É realmente a maior festa popular do mundo, copiada timidamente por outros países que simplesmente não terão nunca o samba no pé de uma cabrocha negra brasileira, e a malemolência de nosso povo e nosso samba. Definitivamente nossa música brasileira é praticamente uma "comodities" de tão rica, diversa, e lindamente construída. Ariano Suassuna, intelectual brasileiro, da mais alta estirpe, oriundo de terras pernambucanas, escritor, dramaturgo, ensaísta, crítico musical, definiu a música em uma análise profunda em " dionisíaca" e " apolínea”, aquela seria de melodia, ritmicidade, acordes, e construção mais vertical, objetiva, direta, persuasiva. Teríamos o rock n roll como um exemplo clássico, música que significa protesto, rebeldia, inconformidade, jovialidade, identidade, e é representativa de toda uma geração que a criou e que trafega hoje mais viva do que nunca, em seus anseios e luta por aceitação e estilo de vida mais excêntrico e muitas vezes alternativo. No entanto esse mesmo rock roll abriga também múltiplas correntes e tem uma vasta riqueza, como o pop rock, o tecno rock, o punk rock, o rock sinfônico, o rock metal e tantos outros. Cidadãos de bem, com carreiras sólidas e respeitáveis, estão inclusos entre os apreciadores deste género muitas vezes tido e lido preconceituosamente. A música Apolínea, seria mais melodiosa, de acordes suaves, letras, cifras e partituras bem definidas, teríamos então como exemplo marcante a música clássica, com suas sinfonias e seus grandes autores, como Mozart, Beethoven, Chopin, Vivaldi e tantos outros grandes gênios e mestres clássicos que presentearam a humanidade com verdadeiras peças e obras de arte musicais que fazem um contato direto com o espírito e os sentimentos mais profundos que o ser humano abriga dentro de si. Outro fato muito importante é o poder que a música carrega, sendo ela a maior representante das sete artes. Ela tem a capacidade de nos remeter ao passado poderosamente trazendo recordações, fatos e até aromas que experimentamos em tempos longínquos, também nos distrai no presente de maneira a alegrar nosso dia a dia e nos motivar para a vida, e nos faz pensar no futuro através de melodias que nos levam a novos horizontes e reúnem temáticas propriamente pensadas para algo que nem vivenciamos ainda. Existe também uma forma melodiosa musical, que nem sempre é tocada no coração do homem que é a sinfonia do amor ao semelhante. Essa deve ser tocada diariamente, na busca incansável de um mundo melhor, onde nossos ouvidos ouçam como uma música perfeita a declaração perfeita: " Eu te amo!", Pois essa frase soa em qualquer ouvido humano, como a mais linda música que podemos experimentar, e muitas vezes à buscamos artificialmente em palavras que não nos foram ditas, mas sim a outros por tantos músicos e cantores.

sábado, 29 de outubro de 2022

A PAZ - Por: Dr. Ronald Teles

                             

                                                     Dr. Ronald Teles - Cardiologista

PAZ 

O homem sempre guardou dentro de si um instinto indômito, que o fazia cercar  animais pré-históricos com seus pequenos grupos, abatendo-os para saciar sua fome, através de pelejas que duravam muitas vezes dias pela fragilidade e precariedade dos instrumentos de caça. No entanto eles não desistiam, pois o ambiente era hostil e todo dia eram desafiados em várias aventuras para a preservação de suas vidas também tão frágeis. A arqueologia descobriu que naquelas priscas eras, a violência contra o próximo, estava bem marcada em vestígios ósseos de crânios perfurados e afundados por artefatos primitivos, ossos quebrados e amputados por lanças e machados de pedra. A violência contra o próximo é germinal, primitiva e arraigada no coração do homem; essa animosidade instalada em sua carga genética já determinava a agressão e morte do próximo por motivos ancestrais, que na verdade estão bem presentes nos dias atuais. Na pré-história se matava por fome, ciúme, competição, territorialidade, afirmação de poder, rejeição a novos grupos, personalidade, e vários outros fatores. Alguma semelhança com o nosso século 21?.O cérebro primitivo nos acompanha, com seus instintos mais profundos, a amígdala cerebral é a sede do medo mais arraigado em nossos seres; ela deflagra as crises tão comuns de síndrome do pânico, que hoje atinge grande parte dos seres humanos. Um pico de ansiedade liberado por uma descarga anormal adrenérgica, que resulta em palpitações, falta de ar, sensação de morte iminente, e um grande sufoco, levando muitas vezes o indivíduo a um pronto socorro, pensando que se trata de um infarto ou algo mais grave.

Um sueco de nome Alfred Nobel, descobriu a TNT, que é a dinamite. Sua descoberta descortinou uma nova era para a humanidade, pois a capacidade destrutiva da dinamite seguia também a dualidade do bem e do mal. Logo foi pensada para aniquilar o próximo, fomentar guerras e discórdia. Ele constrangido com seu artefato mortal criou o prêmio Nobel, que seria entregue aos mantenedores da paz e mais tarde estendido aos grandes feitos da humanidade. A fortuna que amealhou, seria mantenedora de um fundo para perpetuação do prêmio, hoje recebido em todas as áreas de destaque global e marcantes de seus merecedores.

O inventor da teoria da relatividade, Albert Einstein, um dos maiores gênios que a terra abrigou era pacifista, discreto, judeu- alemão. Sua tese foi utilizada no projeto Manhattan que culminou na criação, pelos Estados Unidos da América, na criação das primeiras bombas atômicas; estreando uma nova era de morte, terror e ameaça entre as nações, que às detêm, usadas para barganhar poder, instabilizando nossas vidas e nos colocando constantemente sobre a égide de um Armagedon de fogo, que nunca foi tão ameaçador como o que estamos vivendo hoje. Einstein morreu amargurado, sabendo do destino macabro do seu pensamento formidável.

Essa violência, desamor, desprezo pela vida, nunca esteve tão presente como hoje. Nós a encontramos em nosso dia a dia, desde as relações humanas estremecidas com agressões gratuitas, por preconceitos dos mais variados ,como pela cor da pele, orientação sexual, conformação corporal, religião, gênero musical, afiliação política entre tantos, e o desfecho animalesco do homicídio, fratricídio, suicídio, as mais variadas perversões, passando pela violência dos que não tem o que comer, não têm um teto, não têm condições mínimas sanitárias onde habitam ou qualquer infra- estrutura que os sustentem em suas necessidade mais básicas e prementes.

Esse desprezo proposital pelos semelhantes, os deixam marcados com o "rótulo" de " invisíveis”, mas enquanto eles existirem, haverá uma chaga aberta que sangrará e um dia será notada pela sociedade civil ou pelo estado, pois haverá uma crise imensa que já se iniciou e conflagrará um prejuízo imenso ao arcabouço social ora dito " normal”. Então receberão tratamento digno e viveremos plenos e irmanados pelo amor verdadeiro.

Um grande pastor presbiteriano chamado John MacArthur proferiu um pensamento em uma de suas pregações que dizia" A dor é o freio do corpo, e a consciência é o freio da alma”. Pensamento magnífico e lindo deste grande homem de Deus! Nossas consciências tranquilas assinalam que estamos bem conosco e com nossas atitudes em relação ao próximo.

São Paulo, o apóstolo dos gentios, falava que se não tivéssemos o amor, nada valeria em nossas vidas, esse sentimento permeia todas as grandes virtudes e as enobrece, pois ganham um revestimento divino, pregado por Cristo como o mandamento cardinal de amar o próximo como a si mesmo.

O sermão das bem-aventuranças, proferido por Cristo Jesus, é uma das peças mais lindas dos evangelhos, O criador   remete os fiéis a exortar o que de melhor pode haver em seus corações, Ele diz: " Bem-aventurados os mansos, pois estes possuirão a terra, em aventurados os aflitos e os que têm sede de justiça, pois serão consolados".

Esse sermão proferido na montanha, é uma das peças mais lindas do cristianismo, é uma bússola de paz, amor e confiança na palavra sagrada, nos faz crer no bem, nos faz afastar o mal, nos reveste de energia pura e do bom sentimento.

Não há felicidade no egoísmo, no egocentrismo, o olhar para si deve ser analítico, cuidadoso, não deve se perder na soberba, na exiguidade de caráter, na falsa aparência, na hipocrisia de ser e se não fazer o certo. Temos a obrigação de sermos bons, pois o mundo carece dessa qualidade. Não existe essa tal" nova ordem mundial”, essa teoria conspiratória, esquizoide é fruto de uma sociedade em convulsão de seus valores, que se apega às mais variadas mídias que apregoam uma névoa negra que imiscui os fragilizados de vontade e pensamento. Na verdade, quem determina os bons costumes, as boas atitudes, as boas ações e a boa governança é uma sociedade saudável.

Somos diariamente invadidos em nossos lares pelos meios de comunicação que elaboram perfidamente conteúdos propositais banhados de sangue, terror e miséria humana. Infelizmente o bem e as boas coisas não atraem audiência e atenção, pois o ser humano carrega dentro de si a morbidez de se nutrir da desgraça alheia.

A paz está nos olhos da criança ao seio materno, a paz está nas mãos que se estendem aos mais pobres, a paz está nos exercem suas profissões com dignidade e se voltam para o bem comum, a paz mora no coração do governante que atende as necessidades de seu povo, a paz floresce no perdão às ofensas que recebemos, a paz estará diante de nossos olhos quando amarmos nosso irmão como a nós mesmos e quando sentirmos que o mundo carece de um sentimento construtivo, algo que edifique, que perpetue as energias e os mais puros eflúvios de nossas almas, que reconheça nossa fragilidade enquanto seres humanos, indistintamente feitos da mesma matéria, susceptíveis globalmente aos mesmos sentimentos e paixões, independentemente de sexo, cor raça ou língua. Somos a raça humana. Queremos paz em nossas vidas para termos o que se chama de futuro e para que descansemos em paz com Deus e nossas consciências.