Diário de uma quarentena (14º dia)
Se a gente colocar a nossa fé em ação, vai dar tudo certo.
Por Arruda Bastos
Completamos o décimo quarto dia da quarentena e, como já era de se esperar, os casos continuam a subir de forma vertiginosa. Com essas notícias e a falta de tempo, digo até que pensei em não escrever no dia de hoje, mas depois que dei uma olhadela nas minhas redes sociais e observei alguns comentários de preocupação, fiquei novamente estimulado.
No facebook.com/arrudabastos encontrei mensagens perguntando se eu estava bem de saúde e questionando a falta da crônica do dia. Já no instagram.com/arrudabastos, leitores diários postaram posts semelhantes. Depois da leitura, fiquei inicialmente sensibilizado e, após responder, passei a escrever, como nos outros dias.
O dia de hoje foi muito puxado. Além de cumprir todas as tarefas da nova rotina como caminhada, banho de sol, consertos em casa, ler e deitar na rede na varanda, como professor, tive que preparar aulas de gestão em saúde para minhas turmas da Unichristus. O trabalho foi tanto que só consegui iniciar minha crônica por volta das 21 horas, quando ainda participava de uma reunião virtual com meu coordenador, Dr. Marcus Kubrusly, e outros tutores de Medicina.
Aliás, tudo é virtual. Só durante o dia de hoje, participei de várias reuniões, da pós-graduação, da graduação, da Enfermagem e da Medicina. Estou com a cabeça torrando com a tensão das últimas notícias e com as dificuldades em trocar o presencial pelo uso maciço da internet e a grande quantidade de aplicativos e sistemas.
Digo que até o final da quarentena vou sair bamba em Zoom, Hangouts, Moodle, Google Meet e outros menos votados. Como os médicos e os profissionais de saúde de uma forma geral, os professores têm um papel fundamental no momento atual. São eles que seguram o tranco ministrando aulas virtuais, participando de chats e recebendo dos alunos os mais diversos desabafos.
Estou me sentindo, além de médico e professor, um verdadeiro psicólogo e acredito que todos que possam e tenham um pouco mais de cabeça fria devem fazer o mesmo. Sei que depois de tudo passar o mundo não será o mesmo e, como falei em crônica anterior, muitos devem sair melhores do que entraram, mas infelizmente alguns, que espero que sejam poucos, pelo contrário, devem sair piores.
Agora, já chegamos às 22 horas e como sei que meus leitores já estão inquietos, vou parar por aqui, pois além de cansado, não tenho mais neurônios para pensar melhor e ainda vou ter que encontrar um meio de encaminhar minha última aula que teima em não ser aceita por e-mail, devido o seu tamanho.
No dia de amanhã, tenho três aulas: duas pela manha e outra a noite. Todas elas dependem do encaminhamento dos arquivos. Assim, fico por aqui, senão vou receber também mensagens dos meus alunos e aí vai ser um caos de todos os lados.
Para terminar o dia, vamos refletir e relaxar cantando a música: “Vai dar tudo certo” que diz:
Se a gente colocar
Nossa fé em ação
E confiarmos, e orarmos a Deus
Deus ouve e responde e dá tudo certo
Vai dar tudo certo, Vai dar tudo certo
Se a gente colocar a nossa fé em ação vai dar tudo certo
Sei que a vida não e, só de momentos bons
E há tempos difíceis a vida e mesmo assim
Mas se a gente colocar a nossa fé em ação
Vai dar tudo certo
Já deu tudo certo, já deu tudo certo
Porque a gente colocou a nossa fé em ação e deu tudo certo.
Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Este foi o dia nº 14. #FiquemEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-CE).
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