Diário de uma quarentena (33° dia).
Obnubilado de “A” a “Z”
Por Arruda Bastos
Acordei nessa terça-feira como tenho feito todos os dias: preparado para enfrentar as tarefas da minha agenda. Caminhar, tomar banho de sol, trabalhar em algum conserto, escrever a crônica, preparar aulas virtuais, e não poderia esquecer que terça é dia da minha tutoria com os alunos da Medicina da Unichistus.
Levantei, fui logo tomar banho, vesti uma bela camisa, a bermuda e liguei o computador para receber os alunos na sala virtual do Google Meet. Por volta das oito horas fiquei esperando e nenhum pé de pessoa entrou no circuito. Depois de algum tempo, fui olhar no grupo do WhatsApp dos professores e descobri então que hoje era feriado de Tiradentes.
Nesse período de isolamento social, não sei mais o que é sábado, domingo e, muito menos, feriado. Acho que estou mesmo ficando totalmente obnubilado, talvez até de “A” a “Z”. Também, não é de se estranhar, pois depois de trinta e três dias de isolamento, não é fácil lembrar o dia da semana uma vez que todos parecem domingos.
Depois que aterrissei no calendário, fiquei revigorado e foi só alegria. Realizei o cooper mais à vontade e caprichado, o sol foi pouco devido à chuva, mas, na hora do almoço, a grande surpresa foi a chegada de uma farta feijoada encaminhada pela minha querida nora Laís e pelo meu filho Bruno.
Para alguns dos meus leitores, sei que falar em feijoada deu água na boca e até tem quem tenha lambido os beiços com saudade daquela cervejinha gelada. Como não bebo a cervejinha, eu dispenso, mas o papo gostoso com familiares e amigos deu mesmo muita nostalgia.
Após o lauto almoço, sobrou mesmo foi o bucho cheio, aquela precundia, o sono, e também um tempinho curto, com alguns peixinhos para, antes de me entregar aos braços de Morfeu, assistir às últimas e nada alvissareiras notícias do Jornal Hoje.
Durante o cochilo, sonhei com a última feijoada que participei na casa do meu colega Evalto em Águas Belas, foi bom demais. Infelizmente, o sono durou pouco, pois fui logo acordado com um telefonema pedindo minha assinatura em uma nota de apoio ao isolamento social.
Por falar no Evalto, ele ontem me ligou para desabafar e se mostrou também preocupado com a evolução da Covid-19 no Ceará. Depois de solicitar a minha opinião, passamos a falar amenidades e até marcamos uma grande festa para quando tudo terminar. Digo que vou ficar contando os dias e, mesmo que obnubilado, esse regabofe eu não vou perder. Planeje o seu também!
Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Esta foi a do dia 33. #FiqueEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES - CE).
Obnubilado de “A” a “Z”
Por Arruda Bastos
Acordei nessa terça-feira como tenho feito todos os dias: preparado para enfrentar as tarefas da minha agenda. Caminhar, tomar banho de sol, trabalhar em algum conserto, escrever a crônica, preparar aulas virtuais, e não poderia esquecer que terça é dia da minha tutoria com os alunos da Medicina da Unichistus.
Levantei, fui logo tomar banho, vesti uma bela camisa, a bermuda e liguei o computador para receber os alunos na sala virtual do Google Meet. Por volta das oito horas fiquei esperando e nenhum pé de pessoa entrou no circuito. Depois de algum tempo, fui olhar no grupo do WhatsApp dos professores e descobri então que hoje era feriado de Tiradentes.
Nesse período de isolamento social, não sei mais o que é sábado, domingo e, muito menos, feriado. Acho que estou mesmo ficando totalmente obnubilado, talvez até de “A” a “Z”. Também, não é de se estranhar, pois depois de trinta e três dias de isolamento, não é fácil lembrar o dia da semana uma vez que todos parecem domingos.
Depois que aterrissei no calendário, fiquei revigorado e foi só alegria. Realizei o cooper mais à vontade e caprichado, o sol foi pouco devido à chuva, mas, na hora do almoço, a grande surpresa foi a chegada de uma farta feijoada encaminhada pela minha querida nora Laís e pelo meu filho Bruno.
Para alguns dos meus leitores, sei que falar em feijoada deu água na boca e até tem quem tenha lambido os beiços com saudade daquela cervejinha gelada. Como não bebo a cervejinha, eu dispenso, mas o papo gostoso com familiares e amigos deu mesmo muita nostalgia.
Após o lauto almoço, sobrou mesmo foi o bucho cheio, aquela precundia, o sono, e também um tempinho curto, com alguns peixinhos para, antes de me entregar aos braços de Morfeu, assistir às últimas e nada alvissareiras notícias do Jornal Hoje.
Durante o cochilo, sonhei com a última feijoada que participei na casa do meu colega Evalto em Águas Belas, foi bom demais. Infelizmente, o sono durou pouco, pois fui logo acordado com um telefonema pedindo minha assinatura em uma nota de apoio ao isolamento social.
Por falar no Evalto, ele ontem me ligou para desabafar e se mostrou também preocupado com a evolução da Covid-19 no Ceará. Depois de solicitar a minha opinião, passamos a falar amenidades e até marcamos uma grande festa para quando tudo terminar. Digo que vou ficar contando os dias e, mesmo que obnubilado, esse regabofe eu não vou perder. Planeje o seu também!
Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Esta foi a do dia 33. #FiqueEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES - CE).
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