Diário de uma quarentena (20º dia)
Há luz no fim do túnel?
Por Arruda Bastos
Passei a manhã de hoje formatando um novo projeto de comunicação para esse tempo de quarentena. Resolvi que todos os dias, às 10 horas, vou postar um vídeo tratando da evolução da Covid-19 em Fortaleza, no Ceará, no Brasil e até apresentar dados internacionais, tudo de forma simples, junto e misturado.
A primeira providência foi fazer o roteiro das atividades, para o êxito do meu projeto. Escolher a ferramenta para gravação, o local da casa para transformar em estúdio, a pauta do dia e, ainda, a forma de transmitir os vídeos para as minhas redes sociais:
• instagram.com/arrudabastos,
• facebook.com/arrudabastos,
• twitter.com/arrudabastos
• youtube.com/raimundoarrudabastos e
• meu www.portalarrudabastos.com.br.
Depois de tudo definido, gravei o primeiro vídeo, tendo como estúdio a sala do meu apartamento devido à boa iluminação e à decoração, que daria um ar de informalidade. Utilizei os recursos do meu notebook, já que minha amada Marcilia não poderia, nesse projeto, ser minha camerawoman devido suas orações matinais.
O vídeo ficou muito bom, modéstia à parte. O difícil mesmo foi, depois de editar, postar nas redes sociais com a qualidade que eu desejava e ainda tendo que enfrentar como inimigo uma redução inesperada de velocidade na internet. O tema que inaugurou o meu canal “Saúde em Dia com Arruda Bastos” foi: A Covid-19 em Fortaleza.
O tema não poderia ser mais atual. O Ministério da Saúde, no dia de ontem, divulgou que Fortaleza possui a maior incidência do novo coronavírus entre as capitais do país. Segundo os dados divulgados, na capital cearense há 34,7 casos a cada 100 mil habitantes. O número assusta, causa grande preocupação e foi o estopim para resolver tirar do papel o projeto de divulgar vídeos expondo o meu pensamento e a minha experiência de ex-secretário da Saúde do Ceará.
Espero que gostem, comentem e compartilhem com seus amigos e seguidores. O meu compromisso vai ser com as informações técnicas, pautadas pela ciência, em informes oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Não vou adotar do achismo como muitas autoridades no tempo atual.
Depois desse sutil merchandising, vou me deter ao titulo da crônica de hoje. A inspiração veio de uma ligação da minha querida filha caçula, Lilia, que como nós, encontra-se de home office no seu apartamento com seu esposo, Raul.
Na chamada de vídeo, ela perguntou se eu vislumbrava alguma luz no fim do túnel. Antes de responder, observei suas feições e encontrei um rastro de preocupação diferente dos outros dias, quando deixava transparecer mais alegria e otimismo. Acredito que os vinte dias de isolamento social e as últimas notícias da pandemia sejam as causas do seu desânimo.
Depois de alguns segundos, respondi que sim, existe uma luz no fim do túnel e os seus raios brilharão mais cedo se todos se conscientizarem da importância de uma postura responsável e colaborativa. Se o isolamento social for mantido e respeitado e se o governo socorrer, o mais rápido possível, a população vulnerável e as empresas em dificuldade, logo veremos tal luz.
Eu vejo uma luz no fim do túnel. Ela pode ainda estar distante, ser muito tênue, mas com fé em Deus, coragem, com a mente alerta e o coração solidário superaremos juntos esses momentos de dificuldade.
Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Este foi o dia nº 20. #FiquemEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-CE)
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