Sou médico, a minha responsabilidade é salvar. Hoje, a sua também é.
Por Arruda Bastos
Hoje, 08 de maio de 2020, quadragésimo sétimo dia de quarentena, começa a vigorar em Fortaleza o Decreto que institui o lockdown em toda a cidade. Medida necessária devido ao crescimento do número de pacientes e de óbitos em decorrência da Covid-19. No meu caso, e para muitos, não vai mudar nada, pois desde o início entendemos que esta é a única forma de afastar a doença e achatar a curva que ameaça o sistema de saúde.
Depois que acordei, fui dar uma olhada na varanda para ver o movimento nesse primeiro dia de regras mais rígidas de isolamento. Transcorridos alguns minutos, e até certo ponto satisfeito com o pouco movimento, voltei à rotina de sempre, iniciando pela leitura das mensagens do whatsapp. Graças a Deus não encontrei nada de preocupante. Passei, então, para a segunda etapa: entrar nas minhas redes sociais.
Na navegação só encontrei, de princípio, a repercussão da patética entrevista da atriz e atual Secretária de Cultura Regina Duarte na CNN. Para ficar registrado, foi a mais louca entrevista que nos meus 6.5 de idade tive oportunidade de assistir. A lastimável postura da até então namoradinha do Brasil, minimizando os óbitos da Covid-19, e sua resposta acerca da ditadura causou até náuseas.
Resolvi, mesmo triste, continuar na internet. Saí do facebook e passei para o instagram. Mesmo na nova rede, demorei a encontrar alguma coisa interessante. Depois de muito atualizar a página, uma campanha publicitária do governo de Pernambuco encheu meus olhos e vai servir como mote para minha crônica de hoje.
O vídeo postado trazia um texto narrado por um médico que dizia: “Para quem está todo dia dentro de um hospital, convivendo com a realidade dessa doença, a preocupação só aumenta, vendo gente na rua, se arriscando. O pior ainda nem chegou. Num momento assim tem que ter muita paciência e cuidado”.
Continuando, a mídia fazia um apelo final: “os números são assustadores e só crescem. E por traz de cada número tem um nome, uma vida. O trabalho não para e para conseguir atender quem precisa a gente precisa de você. Quem tá em casa tem muito menos possibilidade de vir parar aqui. Eu sou médico e minha responsabilidade é salvar vidas. Hoje a sua também é. Fique em casa. Salve vidas”!
Digo que foi a melhor produção que tive acesso, pois é simples, direta e com uma linguagem de fácil entendimento. Como diz o dito popular, “é nos pequenos frascos que encontramos as melhores essências”. Vou aproveitar esta mensagem e terminar também por aqui, direto e acessível como o vídeo institucional pernambucano.
Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 47. #FiqueEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
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