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domingo, 17 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (54º dia)


Diário de uma quarentena (54º dia)
O presente que salvou meu dia
Por Arruda Bastos

Hoje, acordei com disposição de fazer uma crônica falando novamente das minhas atividades diárias, uma volta ao passado, pois, no início do isolamento, cheguei a escrever por várias vezes orientando a melhor forma de manter uma agenda diária com muitas atividades.

O check list desse domingo, 17 de maio de 2020, começou cedo com minha caminhada pelo apartamento e rápido banho de sol na varanda. O café da manhã foi antecipado porque logo às 08 horas eu teria uma aula virtual do Mestrado em Ensino na Saúde da Unichristus, que duraria até o meio dia.

Com essas atividades pela manhã, já sabia que no turno da tarde a coisa ia pegar, vez que as outras atividades não poderiam ficar para segunda feira. Depois do almoço, passei a cumprir a parte que me cabe nas tarefas domésticas de todos os dias.

A minha quarentena é muito rígida e aqui em casa, desde 18 de março, não entra ninguém. Eu só saí uma vez para tomar a vacina da gripe, como escrevi na crônica “Uma odisseia na terra dos vírus gigantes”. Estou só com minha amada Marcilia e dividimos todas as obrigações diárias.

Voltando para minhas tarefas, depois de ajudar a lavar os pratos, ler um pouco e preparar uma prova para meus alunos da Medicina, chegou a hora de pegar no pesado com minha obrigação de passar um pano no apartamento, pois limpeza é fundamental nesses dias de pandemia.

Quando já me preparava física e psicologicamente para a academia diária da faxina, Marcilia chegou com um presente bem grande e embalado em papel chamativo. Fiquei surpreso, visto que meu aniversário é em janeiro, o dela em fevereiro e não me lembrava de ter encomendado nada e nem feito compra na internet.

Antes de abrir o pacote, fiquei tentando adivinhar do que se tratava. O que seria aquilo, o que caberia em uma caixa de aproximadamente um metro por quarenta centímetros. Seria alguma peça para ajudar nas minhas lives? Quem sabe uma iluminação ou uma mesa de som?

Para solucionar o dilema, perguntei quem tinha encaminhado e ela falou que foi nossa filha Lilia. Aí foi que fiquei sem saber mesmo o que era, embora minha caçula seja o nosso contato para compras, mercantil e tudo mais que pode ser adquirido de forma virtual.

O jeito mesmo era abrir de uma vez o presente para resolver a ansiedade que já tomava conta do meu ser. Olhei pela fresta do papel e descobri que se tratava de um “Mop Spray”. Digo que, como a maioria de vocês, continuei sem saber o que era aquilo.
Para ajudar, rasguei mais um pouco do papel e vi que era um objeto 3 em 1, com reservatório e que borrifa, limpa e seca, de uso ideal para porcelanato, cerâmicas em geral. As fotos na caixa, para quem não é do ramo, não ajudaram muito.

A solução foi abrir a caixa para retirar a geringonça que ela continha. Foi só assim que descobri se tratar de um objeto com gatilho pulverizador, spray frontal, tudo em microfibra e um recipiente de 460 ml para água ou qualquer produto de limpeza.

Devido a minha ignorância, só depois de montar foi que descobri que se tratava de uma moderna “Vassoura Mop Spray com reservatório”, que nada mais é do que uma moderna forma de limpar a casa e uma verdadeira carta de alforria do rodo, balde e pano. Melhor presente não poderia existir e, embora não esteja recebendo nada por isso, indico para todos vocês.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 54. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES – CE.

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