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segunda-feira, 4 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena ( 44º dia )

Diário de uma quarentena ( 44º dia )
Beatles, recordar é viver
Por Arruda Bastos

Acordei pensando em escrever, nesse 04 de maio de 2020, acerca de um tema inusitado, quando recebi uma ligação da minha querida filha Lilia sugerindo que eu e Marcilia assistíssemos a um filme denominado “Yesterday”, que estava para iniciar no Telecine Premium. Ela informava que já tinha assistido e era muito bom.

Como sou fã dos Beatles, não tive dúvida e saltei do Jornal Nacional para assistir. Digo que fiquei vidrado, inebriando-me com as músicas e a linda história. Não vou dar spoiler e quem quiser saber do fim e assistir, que procure na Netflix ou noutras plataformas. O filme terminou tarde e me fez recordar de uma crônica que escrevi em 2016. Como recordar é viver, vou postar abaixo nesse meu quadragésimo quarto dia de quarentena.

Tem uma frase clichê que diz “recordar é viver”. Se algumas recordações tristes nos fazem sofrer, algumas lembranças obscurecem o brilho dos nossos olhos, por outro lado, memórias de momentos felizes fazem o brilho dos olhos ficar mais claro do que o sol, a lua, ou qualquer outro astro brilhante. Na maioria das vezes, as lágrimas também teimam em cair. De todas as formas, recordar é tão bom, tão bom.

Na última semana, tive a oportunidade de confirmar, mais uma vez, a força das recordações. Com minha querida esposa, Marcilia, e os amigos Evalto e Maria, Silveira e Mila, lindos e queridos casais, comparecemos ao show do grupo Abbey Road, conhecido como um dos melhores covers dos Beatles do mundo.

Entramos no túnel do tempo, fomos transportados para a nossa adolescência e juventude. Durante mais de duas horas, recordamos todas as fases do lendário quarteto inglês. O repertório, apresentado em ordem cronológica dos discos lançados pelos Beatles, fez fluir todos os belos e inesquecíveis momentos da época.

Clássicos como "Love me do" (1962); "She loves you" e "I want to hold your hand" (1963); "Can't buy me love" e "A hard day's night" (1964); "Help" e "Yesterday" (1965);  "Yellow Submarine" (1966); "Hey Jude" (1968), "Let It Be" (1970); “The Long and Winding Road" (1970) e muitos outros nos encantaram. Músicas que fizeram parte da trilha sonora que marcou indelevelmente o nosso passado e de muitas outras gerações.

Como uma contribuição para os mais jovens e uma recordação para os mais vividos, lembro que a banda The Beatles surgiu na cidade de Liverpool (Inglaterra) em 1956 e que faziam parte do grupo os músicos John Lennon (vocalista, guitarrista e compositor), George Harrison (guitarrista e vocalista), Paul McCartney (baixista, compositor e vocal) e Ringo Star (baterista). O nome inicial da banda era Silver Beatles, lembrando de besouros. Depois, por sugestão de Lennon, passou para The Beatles, haja vista que a palavra inglesa "beat" significa ritmo ou batida, que era o forte do grupo.

A história dos Beatles é incrível: eles criaram algumas das mais populares músicas da história do rock'n'roll, e quando a revista Rolling Stone fez sua lista das quinhentas maiores músicas de todos os tempos, os Beatles derrotaram todos os outros artistas com a impressionante marca de vinte e três músicas listadas. Por uma semana em 1964, tiveram doze músicas no Hot 100 da Billboard, incluindo as músicas número um, dois, três, quatro e cinco. Ninguém conseguiu este feito antes ou depois disso.  A banda começou a entrar em crise, em função de divergências, no final dos anos 60, terminando em 1970.

Fiz toda essa ilustração para chegar ao cerne desse meu artigo nostálgico de hoje. O ponto principal é o do provérbio "recordar é viver novamente". Existem pessoas que procuram esquecer o seu passado, para apagar as suas cicatrizes, como se elas pudessem deixar de existir. Tem o receio de sofrer novamente com as recordações de tristeza e, mesmo quando são de alegria, não desejam recordar, pois raciocinam que os momentos felizes não voltam mais.

Afirmo que recordar, por mais triste que seja o passado, é uma forma de exorcizar as agruras das atribulações vividas e, com isso, encarar o presente e o futuro como dádivas de Deus. É o primeiro passo para enfrentarmos os novos desafios e escrevermos uma nova história. Não importa o quão difícil foi seu passado, você pode sempre começar novamente. Mesmo que ontem a vida tenha lhe dado um “não”, lembre-se que há sempre um amanhã e, com ele, a certeza de que novos caminhos podem ser trilhados ao lado de quem nos ama, com amor, paz, e confiança. Felicidade não existe; o que existe na vida são momentos felizes.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 44. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

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