RIO JAGUARIBE
Ele caminha lento,
amargurado,
invadindo a caatinga,
passando os taboleirosa,
levando esperanças
ao caboclo que acredita
na sua força.
O desmatamento de suas margens,
o assoreamento que é vitima,
a poluição
que lhe agride,
os dejetos que lhe jogam,
mesmo assim ele caminha,
embora lento,
segue firme,
sabendo que seu destino
é levar em frente
o esperado desenvolvimento.
Os sertanejos
que dependem das suas águas,
das suas margens,
do seu peixe,
lhe respeitam.
Seus afluentes vivem
o drama do sol,
da falta de inverno,
da ausencia de programas oficiais.
Todos querem seus beneficios,
porém,
nada lhe dão em troca.
São os exploradores,
os mesmos que fazem joguete,
joguete do seu povo, sua gente.
Vicente Alencar
(Da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-AJEB/CE.)
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