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domingo, 5 de abril de 2020

POR SEBASTIÃO DIÓGENES: O Reino Unido e o coronavírus


                                               

O Reino Unido e o coronavírus

    Ricardo III, rei da Inglaterra (1483-1485) entra em desespero na batalha de Bosworth. Com o cavalo morto, ele segue lutando a pé no campo de batalha. Grita desesperadamente! “Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo!” Ninguém comparece para fazer o comércio, e a morte lhe chega pelas mãos de Richmond. Drama histórico do século XV que Shakespeare consagrou em suas obras.
       Século XXI, o mesmo reino enfrenta uma guerra diferente das ancestrais. A rainha Elizabeth II não assiste a uma disputa de poder entre os descendentes da mesma coroa. Trata-se de uma luta contra um vírus, que por ironia do destino, também é do reino coronado, de origem asiática.
       A famosa soberana está com 93 anos de idade, e contraiu o covid-19. Conhecedora da gravidade da doença em idosos, ela chamou o médico e lhe falou com indícios de dificuldades respiratórias. “Um respirador! Um respirador! Meu reino por um respirador!” O médico imediatamente intubou a paciente real, e em poucos dias ela ficou curada. Encontra-se, no momento, em convalescença no castelo de Windsor.  
     Quanto à promessa real da “troca do reino por um respirador”, lamentavelmente, não poderá ser honrada. Não há amparo legal, justificou o palácio de Buckingham, em nota oficial. Ao médico, que salvou a vida da rainha, solicita-lhe irrestrita compreensão. Pois, bem sabe ele, a enferma encontrava-se com a gasometria alterada, o que lhe poderia ter provocado alterações em suas faculdades mentais.
         “Meu reino é o da Medicina” - respondeu o médico ao palácio de Buckingham.
         Sebastião Diógenes
          05-04-2020

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