FALTAM METADES
Faltam metades
Nesse carrossel trôpego.
Metades doces,
O verso em branco,
De alguma página mal escrita.
De algum beijo mal remunerado.
Faltam metades nesses abraços meio soltos,
Nesses sorrisos meio sem graça, de faz de conta.
Nessas vidas meio sem rumo, prumo.
Faltam metades nessas camas
fartas em lençóis e plumas,
pobres em almas e espanto.
Faltam metades nesses dramas que,
sem solução, se arrastam
como
o fel no altiplano.
Faltam metades nessas desculpas mal armadas,
Nessas promessas nunca cumpridas.
Faltam metades nos nossos
encontros
A que sempre fui,
Nos desejos que sempre tive,
Nas mágoas que sempre desejei despejar
no abismo.
* Poesia publicada em POLICROMIAS.
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