Dr. Edgard Steffen - Médico Pediatra e Escritor
e-mail edgard.steffen@gmail.com
Perdido em Roma
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa"
Notícia publicada na edição de 23/03/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na
página 2 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Quem tem boca vai a Roma (Aforismo popular)
Este brocardo repetido ad nausean indica que você encontra qualquer endereço, se não tiver vergonha ou preguiça em perguntar. Na internet, versão tenta mudar o sentido. A frase correta seria: "Quem tem boca vaia Roma". Não creio seja verdadeira. Alguns césares como Calígula e Nero mereceriam vaias, mas o antigo Império Romano tem de ser visto, ao lado da Grécia Antiga, como base da Civilização Ocidental. O Cristianismo teria grandes dificuldades na expansão, não fossem a extensão territorial do Império, as estradas construídas para deslocamento das legiões e o beneplácito do Direito Romano.
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa". Neste mundo moderno, turístico, das viagens facilitadas, quem tem dólares (ou euros) vai a Roma. Ver o Papa já é outra conversa. Leve binóculo. A não ser que Francisco mude o procedimento padrão e desça à Praça de São Pedro, você somente poderá vê-lo muito de longe, na janela de onde saúda fiéis e turistas. Visitar o Vaticano vale a pena. Ao circular pelas igrejas e museus, de muito perto, você poderá ver o que de melhor o Renascimento produziu, tanto em pintura quanto em escultura.
A cidade-estado é um enclave murado dentro de Roma. Com seus 0,44 km e aproximadamente 832 habitantes, é o menor país do mundo tanto em área quanto em população. Fora do enclave, pertencem ao estado eclesiástico o Palácio de Castel Gandolfo e três basílicas (São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros). Pelo Tratado de Latrão (11/02/1929), o ditador fascista Benito Mussolini reconheceu o Vaticano como estado soberano, independente, neutro, inviolável e sob a autoridade do Papa.
Obelisco egípcio, construído há mais de 4.000 anos, marca o centro da Piazza San Pietro. Calígula trouxe o troféu, do Egito, para marcar o centro do Circus Maximus. Ao pé desse marco, o apóstolo Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O Papa Sisto V (1586) mandou colocar o obelisco no centro da Praça. Modificou-o: no globo metálico dourado foram depositados fragmentos do lenho original; no ápice, cruz metálica.
No interior da Basílica de São Pedro a maior do mundo você poderá apreciar a Pietà, esculpida em mármore de Carrara, por Michelangelo. São duas figuras: a Virgem e o Filho. Desde que um louco tentou destruí-la a marteladas, a escultura está protegida por uma caixa de cristal à prova de balas. Se você prestar atenção, perceberá que o genial escultor modificou as proporções das figuras para dar beleza à obra. A Mater Dolorosa está sentada; é muito maior e corpulenta que o Crucificado ao seu colo.
Se reduzíssemos aos tamanhos naturais, Jesus mediria 1,80 m enquanto Maria teria mais de dois metros de estatura. A genialidade do escultor inferiu a tendência a se ter piedade da figura menor. A Madonna face bela apesar do sofrimento parece mais nova que o Filho. Criticado, o escultor teria replicado: "A Mãe de Deus nunca envelhece!". Na Capela Sistina, você terá de entortar o pescoço para apreciar outra obra prima de Michelangelo. Na abóbada, cenas bíblicas pintadas pelo genial artista (que trabalhou deitado).
Na única ocasião em que pude visitar a Europa (1975) quis ver o Moisés de Michelangelo. Andei quilômetros a pé graças a meu precário entendimento da língua italiana. De informação em informação, zanzei muito antes de chegar ao objetivo. Cheguei até a entrar na basílica de Santa Maria Majore. Prova que pela boca se vai a Roma, mas, para não se perder, precisa falar e entender o italiano.
- Fontes: Wickipedia, Admirável Mundo Médico ( A.J.C. Bezerra), César e Cristo (W.Durant).
Este brocardo repetido ad nausean indica que você encontra qualquer endereço, se não tiver vergonha ou preguiça em perguntar. Na internet, versão tenta mudar o sentido. A frase correta seria: "Quem tem boca vaia Roma". Não creio seja verdadeira. Alguns césares como Calígula e Nero mereceriam vaias, mas o antigo Império Romano tem de ser visto, ao lado da Grécia Antiga, como base da Civilização Ocidental. O Cristianismo teria grandes dificuldades na expansão, não fossem a extensão territorial do Império, as estradas construídas para deslocamento das legiões e o beneplácito do Direito Romano.
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa". Neste mundo moderno, turístico, das viagens facilitadas, quem tem dólares (ou euros) vai a Roma. Ver o Papa já é outra conversa. Leve binóculo. A não ser que Francisco mude o procedimento padrão e desça à Praça de São Pedro, você somente poderá vê-lo muito de longe, na janela de onde saúda fiéis e turistas. Visitar o Vaticano vale a pena. Ao circular pelas igrejas e museus, de muito perto, você poderá ver o que de melhor o Renascimento produziu, tanto em pintura quanto em escultura.
A cidade-estado é um enclave murado dentro de Roma. Com seus 0,44 km e aproximadamente 832 habitantes, é o menor país do mundo tanto em área quanto em população. Fora do enclave, pertencem ao estado eclesiástico o Palácio de Castel Gandolfo e três basílicas (São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros). Pelo Tratado de Latrão (11/02/1929), o ditador fascista Benito Mussolini reconheceu o Vaticano como estado soberano, independente, neutro, inviolável e sob a autoridade do Papa.
Obelisco egípcio, construído há mais de 4.000 anos, marca o centro da Piazza San Pietro. Calígula trouxe o troféu, do Egito, para marcar o centro do Circus Maximus. Ao pé desse marco, o apóstolo Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O Papa Sisto V (1586) mandou colocar o obelisco no centro da Praça. Modificou-o: no globo metálico dourado foram depositados fragmentos do lenho original; no ápice, cruz metálica.
No interior da Basílica de São Pedro a maior do mundo você poderá apreciar a Pietà, esculpida em mármore de Carrara, por Michelangelo. São duas figuras: a Virgem e o Filho. Desde que um louco tentou destruí-la a marteladas, a escultura está protegida por uma caixa de cristal à prova de balas. Se você prestar atenção, perceberá que o genial escultor modificou as proporções das figuras para dar beleza à obra. A Mater Dolorosa está sentada; é muito maior e corpulenta que o Crucificado ao seu colo.
Se reduzíssemos aos tamanhos naturais, Jesus mediria 1,80 m enquanto Maria teria mais de dois metros de estatura. A genialidade do escultor inferiu a tendência a se ter piedade da figura menor. A Madonna face bela apesar do sofrimento parece mais nova que o Filho. Criticado, o escultor teria replicado: "A Mãe de Deus nunca envelhece!". Na Capela Sistina, você terá de entortar o pescoço para apreciar outra obra prima de Michelangelo. Na abóbada, cenas bíblicas pintadas pelo genial artista (que trabalhou deitado).
Na única ocasião em que pude visitar a Europa (1975) quis ver o Moisés de Michelangelo. Andei quilômetros a pé graças a meu precário entendimento da língua italiana. De informação em informação, zanzei muito antes de chegar ao objetivo. Cheguei até a entrar na basílica de Santa Maria Majore. Prova que pela boca se vai a Roma, mas, para não se perder, precisa falar e entender o italiano.
- Fontes: Wickipedia, Admirável Mundo Médico ( A.J.C. Bezerra), César e Cristo (W.Durant).
Parabéns, Dr. Edgard! O Rosemberg, meu marido, se estivesse entre nós, apreciaria muito o seu texto.
ResponderExcluirabraço
Ana Margarida Rosemberg
Dr.Edgard é Medico Pediatra e Infectologista, Prof.Titular aposentado da Faculdade de Medicina de Sorocaba. Escreve semanalmente no jornal Cruzeiro do Sul há quase dez anos. Fomos contemporâneos no antigo Departamento Estadual da Criança do Estado de São Paulo. É o coordenador do Núcleo do MMCL- Movimento Médico Paulista do Cafezinho Literário em Sorocaba. Todos os artigos dele são muito interessantes e tenho às vezes dificuldade para separar alguns para indicar à nossa caríssima Presidente Celina visando sua postagem no nosso Blog. William Moffitt Harris, médico sobramista cearense de Campinas-SP.
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