Total de visualizações de página

terça-feira, 5 de novembro de 2013

POR: GERALDO BEZERRA - GRAVATA DANIFICADA


 

 Dr. Geraldo Bezerra - Médico e Ex-Presidente da Sobrames-CE

Caricatura - Isaac Furtado


      

                                Gravata Danificada

         Zezão foi ao pemba e Chico Fulô também foi...
     Até aí, nada de novo porque difícil um homem do Orós, solteiro ou mesmo casado, que não frequentasse aquele lugar para se encontrar com as meninas da Minervina, ou seja, as quengas.
     Sucedeu que Zezão, naquela noite, tomou muito mais cachaça do que su-portava a sua lucidez e se transformou num bêbado desses que fazem patifaria.
     Chico Fulô não tinha nada com isso. Elegante, envergando seu inseparável paletó, exibia vistosa gravata vermelha.
     Zezão, que há tempo procurava encrenca, bateu com os olhos na elegância de Chico Fulô que se posicionava todo pachola em lugar onde podia ser visto e também ver tudo e todos. Não era homem de briga, nem de cachaça.
     Zezão, à procura de confusão e conhecendo Chico Fulô como um homem desprovido de qualquer resquício de coragem e valentia, viu ali o adversário ideal para o seu objetivo de fazer correr com medo um cabra qualquer. Aproximou-se, olhou bem na cara do Chico e, num gesto rápido, agarrou a gravata do coitado e com uma afiada peixeira de doze polegadas, cortou-a bem no tronco enquanto dizia:
     - Ora, pra onde vai este negro de gravata, homem? Corre, seu fi-d’ua-égua!
     E o Chico Fulô correu mesmo, quebrando velames, só com o nó da gravata amarrado no pescoço.


Nenhum comentário:

Postar um comentário