Dr. Geraldo Bezerra - Médico e Ex-Presidente da Sobrames-CECaricatura - Isaac Furtado |
Gravata Danificada
Zezão foi ao pemba e Chico Fulô também
foi...
Até aí, nada de novo porque difícil um
homem do Orós, solteiro ou mesmo casado, que não frequentasse aquele lugar para
se encontrar com as meninas da Minervina, ou seja, as quengas.
Sucedeu que Zezão, naquela noite, tomou
muito mais cachaça do que su-portava a sua lucidez e se transformou num bêbado
desses que fazem patifaria.
Chico Fulô não tinha nada com isso.
Elegante, envergando seu inseparável paletó, exibia vistosa gravata vermelha.
Zezão, que há tempo procurava encrenca,
bateu com os olhos na elegância de Chico Fulô que se posicionava todo pachola
em lugar onde podia ser visto e também ver tudo e todos. Não era homem de
briga, nem de cachaça.
Zezão, à procura de confusão e conhecendo
Chico Fulô como um homem desprovido de qualquer resquício de coragem e
valentia, viu ali o adversário ideal para o seu objetivo de fazer correr com
medo um cabra qualquer. Aproximou-se, olhou bem na cara do Chico e, num gesto rápido,
agarrou a gravata do coitado e com uma afiada peixeira de doze polegadas,
cortou-a bem no tronco enquanto dizia:
- Ora, pra onde vai este negro de gravata,
homem? Corre, seu fi-d’ua-égua!
E o Chico Fulô correu mesmo, quebrando
velames, só com o nó da gravata amarrado no pescoço.
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