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sábado, 16 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (53º dia)

Diário de uma quarentena (53º dia)
De médico e louco todo mundo tem um pouco
Por Arruda Bastos

Hoje, sábado, dia 16 de maio de 2020, parei um pouco e percebi que estou chegando aos meus dois meses de quarentena. Infelizmente os números da pandemia continuam subindo apesar de todos os esforços para o cumprimento do lockdown. Nas últimas 24 horas, os casos dispararam e os serviços de saúde estão chegando à exaustão.

Digo que a insistência do presidente de liberar geral o medicamento cloroquina, mesmo com os recentes trabalhos demonstrando sua ineficácia, foi o mote para inspirar minha crônica de hoje, pois lembrei de um ditado popular que diz: de médico e louco todo mundo tem um pouco.

Como os ditos populares normalmente transmitem conhecimentos sobre a vida, que passam de geração em geração na forma de conselhos e advertências, resolvi puxar ainda mais pela memória e escrever sobre eles, que tratam tratando deles que são do cotidiano, do folclore, e até de amor.

Depois do almoço, agora com a colaboração da minha querida Marcilia, comecei a lembrar-me de vários provérbios e ditos populares. Os primeiros que recordei são do meu tempo de infância: “quem tem boca vai a Roma”, “saco vazio não se põe em pé” e “o comer e o coçar a questão é começar”.

Marcilia, lembrando-se do seu tempo de criança, citou: “quando um não quer, dois não brigam”; “um é pouco, dois é bom e três é demais”; “em terra de cego, quem tem um olho é rei; “água mole e pedra dura, tanto bate até que fura” e “quando a esmola é grande o santo desconfia”.

Ainda com Marcilia, listamos outras fiz uma relação que consta: “um exemplo vale mais que mil palavras”; “para um bom entendedor, meia palavra basta”; “de grão em grão, a galinha enche o papo”; “cada macaco no seu galho”; “casa de ferreiro, espeto de pau” e “Deus ajuda quem cedo madruga”.

A sequência da próxima lista é totalmente aleatória e qualquer semelhança com a vida ou fatos reais é mera coincidência: “mente vazia, oficina do diabo”; “o que os olhos não veem, o coração não sente”; “cavalo dado não se olha os dentes”; “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”; “o seguro morreu de velho” e “quem canta seus males espanta”.

Quando já estava encerrando, Marcilia lembrou-se de outras: “uma andorinha só não faz verão”; “mentira tem perna curta”; “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”; “não adianta chorar o leite derramado”; “águas passadas não movem moinho” e “devagar se chega ao longe”.

A origem desses e de muitos outros ditos populares e provérbios estão presentes no dia a dia dos brasileiros. A permanência dessas expressões, principalmente na linguagem coloquial, revela como uma tradição oral é fundamental para nós, não só como uma forma de se expressar, mas também como matéria de criação, inclusive na literatura.

Para concluir, é melhor eu ficar por aqui, já que pois hoje Marcilia está muito afiada e é capaz de lembrar de muitos outros ditos populares e provérbios e não posso continuar, pois meu tempo já esgotou e tenho que correr para mais uma live.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 53. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES – CE.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (52º dia)

Diário de uma quarentena (52º dia)
O país das fake news
Por Arruda Bastos

Hoje, 14 de maio de 2020, acordei preocupado com mais um sonho que tive durante a última noite. Ele me deixou bastante pensativo, pois mostrava que o Brasil tinha se transformado no país das Fake News, no paraíso dos mentirosos contumazes e que a verdade era coisa muito rara de se ver.

Fiquei, então, preocupado e a meditar, vez que, de início, não entendia o porquê do sonho. Depois de algum tempo, lembrei-me da Fake News do momento, divulgada por um Deputado Estadual do Ceará. A postagem dizia que “O Secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, anda pressionando os profissionais da saúde para colocarem Covid-19 nos atestados de óbito, mesmo a causa dos óbitos sendo coisas nada a ver com coronavírus”.

A postagem estapafúrdia e desprovida de fundamento revoltou a grande maioria dos médicos do estado do Ceará, o que motivou, inclusive, a confecção de documento externando essa revolta e exigindo providências enérgicas. O post não tem pé nem cabeça, não tem sentido e nem justificativa, pois os casos de Covid-19 só são confirmados com o resultado do exame positivo do paciente em investigação e o Secretário é um cidadão de conduta ilibada.

Na outra ponta, a postagem ofende os médicos do Ceará que, pelo seu alto conceito e independência, não seriam capazes de se curvar à pressão de autoridade nenhuma, por mais graduada que seja, nem para fraudar atestados de óbito, nem para protagonizar qualquer outro ato criminoso ou antiético. É o caso de se dizer: a afirmação desagradou a gregos e troianos.

O Deputado é useiro e vezeiro em espalhar fake news sobre diversos temas e, infelizmente, não parou durante a epidemia da COVID19. Ele precisa ser processado por praticar, reiteradamente, crimes de injúria, difamação e calúnia contra autoridades do Estado e, especificamente, agora contra o Secretário de Saúde.

Este deputado já tem uma condenação, sentenciada pelo Juiz Hevilásio Moreira, por divulgar uma fake news e causar dano moral a outro parlamentar; e também um processo em curso na Assembleia Legislativa pelo mesmo motivo. O belicoso produtor de fake news, ao atacar o Dr. Carlos Roberto, e imputar-lhe um crime doloso, previsto no Art. 117 da Lei 8.112/90, deve ser instado a provar.

Por outro lado, a postura do Sindicato dos Médicos do Ceará de não se posicionar com a brevidade necessária também foi revoltante e a emenda saiu pior do que o soneto: ao misturar questões de ordem ideológica e, no lugar de se solidarizar com a categoria e com a pessoa física do Secretário, reforçar a denúncia, sem sequer inquerir os envolvidos, levar o caso ao MP, atuou o Sindicato dos Médicos em total desfavor dos seus assistidos.

Com todos esses fatos, não tenho outra explicação para o meu sonho (ou será melhor chamar de pesadelo?), pois estamos mesmo no país das fake news e o Ceará pode até concorrer a sediar a sua capital, vez que já tem até um Rei, que é deputado protagonista da minha crônica. Além disso, descobrimos, agora, que existe também no nosso território um sindicato no mesmo caminho. Tudo ficou bem claro. Os sonhos nunca acontecem por acaso. Agora é ficar com os olhos bem abertos, afinal, outras fake news devem chegar a qualquer momento.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 52. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - SOBRAME -CE

terça-feira, 12 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (51º dia)

Diário de uma quarentena (51º dia)
Papa Francisco, Florence Nightingale e Ana Néri no dia da enfermagem
Por Arruda Bastos

Hoje, dia 12 de maio de 2020, é o quinquagésimo primeiro dia de isolamento social. Durante todo esse tempo, presenciamos lamentáveis discussões políticas, ideológicas, críticas de parte a parte e muita fake news. Unanimidade mesmo só na importância dos profissionais de saúde na assistência e na gestão contra o coronavírus.

Dentre todos os aplausos aos profissionais de saúde, destacamos aqueles destinados aos da enfermagem. O grande reconhecimento louvado em prosa e verso se deve à atuação desses profissionais, à sua dedicação e até ao heroísmo. Foi preciso passar por esses momentos de pandemia para que muitos governos e até mesmo a população introjetasse a valorização desse grupo profissional.

Tenho uma relação de longa data com a enfermagem e, durante quase quarenta anos de atividade profissional, sempre reconheci o valor inestimável e o papel fundamental da enfermagem em todas as áreas da saúde. Quando Secretário da Saúde do Ceará, pude confirmar o excelente trabalho na gestão desenvolvida pelos meus assessores, profissionais de enfermagem.

Depois que deixei a SESA, no Centro Universitário Christus – Unichristus, introduzi a disciplina de Gestão em Saúde nos cursos de Medicina e de Enfermagem. Mais uma vez, a convivência com profissionais da enfermagem, agora na academia, ampliou o meu conceito, pois só encontrei competência e dedicação. Dos alunos do curso também tenho um excelente conceito e as turmas são formadas por estudantes comprometidos e vocacionados, o que garante a qualidade de novas gerações de profissionais.

Voltando à data de hoje, ela homenageia a britânica Florence Nightingale, pioneira da Enfermagem, que nasceu em 12 de maio de 1820. Ela destacou-se por chefiar uma equipe de enfermeiras voluntárias na Guerra da Crimeia (1853-1856), na qual atendia aos soldados feridos. Depois, quando voltou ao seu país, desenvolveu grandes esforços para melhorar as condições de formação e os tratamentos de saúde destinados aos pobres e indigentes.

No Brasil, entre 12 e 20 de maio, comemora-se a Semana da Enfermagem, que relembra outra mulher pioneira da mesma profissão. Em nossa terra, a baiana Ana Justina Ferreira Néri, que nasceu em 13 de dezembro de 1814 e morreu em 20 de maio de 1880, foi enfermeira voluntária na Guerra do Paraguai (1865-1870), quando cuidou dos soldados brasileiros na frente de batalha. Depois, ela prestou inúmeros serviços à saúde brasileira.

Para concluir essa crônica do dia da Enfermagem, transcrevo a saudação do Papa Francisco, divulgada no Vaticano no dia de hoje: “Queridos enfermeiros, queridas enfermeiras, que esta ocorrência coloque no centro a dignidade do vosso trabalho, em benefício da saúde da sociedade inteira. Por vós, pelas vossas famílias e por quantos assistis e cuidais, asseguro a minha oração e, de coração, concedo a Bênção Apostólica”.

Parabéns a todos os profissionais de enfermagem.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 51. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

POR MANOEL FONSECA: Florence Nightingale

Florence Nightingale

A enfermagem é arte e ciência,
Ajuda manter processos vitais,
Criando condições ambientais
Do enfermo recompor sua eficiência.

São oito os princípios de Florence,
Ar puro, luz suave e aquecimento,
A limpeza, silêncio e alimento,
Ventilação e o afeto que convence.

Ao ser reformulada a Lei dos Pobres,
Ampliada por sua intervenção,
Dispensou-lhes cuidado bem mais nobre.

Vigilância contínua e compaixão, 
Nos seus doentes ela redescobre
O amor à vida em sua profissão. 

     Manoel Fonseca


Nossa homenagem às Enfermeiras e Enfermeiros e, em especial, àquelas/es que estão no front de batalha contra a Covid19, expondo suas vidas para ajudar a salvar outras vidas.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (50º dia)

Diário de uma quarentena (50º dia)
Cinquenta dias e as surpreendentes mudanças em tempo de pandemia
Por Arruda Bastos

Cheguei no dia de hoje, 11 de maio de 2020, aos meus 50 dias de quarentena. Quando do início do isolamento, não tínhamos a menor ideia do tempo que duraria, da gravidade que íamos vivenciar e muito menos das mudanças que ele acarretaria na nossa vida.

Decretada no Estado do Ceará no final de março, e renovada sucessivamente, ganhou, agora, contornos de dramaticidade com o lockdown imposto em toda Fortaleza. A medida radical é a única forma de combatermos a proliferação desenfreada da pandemia do novo coronavírus na nossa capital.

Com as restrições impostas pelo governo, todos tiveram a rotina, os hábitos e até o convívio familiar alterado. No meu caso, não foi diferente, entretanto, sinto que tive uma adaptação rápida à nova condição de vida adotando uma rotina rígida desde os primeiros dias.

Meus leitores são testemunhas, durante todos esses dias, da dureza que foi implementar os exercícios, o banho de sol, os consertos no apartamento, as leituras, o programa de rádio, as lives, as aulas virtuais e ainda escrever minhas crônicas do Diário de Uma Quarentena.

Como orientação, posso dizer que ter método foi a melhor coisa que fiz. A rotina e as obrigações do dia a dia têm preenchido o meu tempo, e nos últimos dias, a introdução de tarefas domésticas completou o combo, este que espero levar até o final.

Não devo me esquecer das belíssimas e emocionantes comemorações familiares, os aniversários, o dia das mães, as vídeo chamadas no início da noite, sem falar nas interações nos grupos e na ajuda mútua entre todos. Acredito que, sem dúvida, vamos sair dessa muito melhor do que entramos.

O aconchego tem ajudado a superar as dificuldades do isolamento. Tenho notícias de muitas reconciliações, mães com filhos, casais, parentes e amigos que estavam longe dos olhos e distantes de coração e agora se aproximaram. Infelizmente, temos as notícias de dificuldades entre casais e aí digo que, se isso aconteceu nesse momento, é porque a relação realimente não tinha mesmo futuro.

Nesses 50 dias, escrevi uma crônica por dia e digo que não foi fácil encontrar inspiração em dias de tanta dificuldade. Foram relatos de sintomas em familiares, casos positivos e suspeitos, falecimento de amigos, de padrinho de casamento e primo da minha amada Marcilia, a incerteza no futuro econômico e tudo mais.

Não sabemos ainda por quanto tempo vamos passar em quarentena, mas, independentemente disso, sei que quando tudo acabar o mundo não vai ser mais o mesmo. No meu caso, vou sair melhor, mais empático, humano, com novas habilidades, mestre em novos métodos de comunicação, em redes sociais e com uma fé inabalável em Deus. Espero que meu leitor também tenha, apesar de todo o sofrimento, algum ganho no final de tudo.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 50. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

Para facilitar a leitura vou postar os títulos e os links de todas as 50 escritas até aqui:

*1º dia: O início de uma longa travessia
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/diario-de-uma-qua…
*2º dia: O tédio, o vento e a rede na varanda
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/diario-de-uma-qua…
*3º dia: Depois da tempestade vem a bonança
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/diario-de-uma-qua…
*4º dia: Vão-se as barbas e ficam os dedos
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/pdiario-de-uma-qu…
*5º dia: Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol nascer
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*6º dia: Cabeça oca, vazia de tudo, sem pensamento
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*7º dia: Crianças são presentes de Deus
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*8º dia: Por favor, fiquem em casa
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*9º dia: Uma odisseia na terra dos vírus gigantes
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*10° dia: Mãezinha, que falta a senhora me faz
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*11° dia: Meu amigo de fé e um irmão camarada: o celular
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*12° dia: Armagedom > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*13° dia: Dia da mentira em tempo de coronavírus
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*14° dia: Se a gente colocar a nossa fé em ação, vai dar tudo certo
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*15º dia: Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*16º dia: Farinha pouca, meu pirão primeiro
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*17º dia: O domingo, a Lei de Chico de Brito e a dor no mucumbu
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*18º dia: Aniversário virtual e o amor são formas de destronar o coronavírus
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*19º dia: A inspiração de Roberto Carlos na rotina de uma quarentena
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*20° dia: Há luz no fim do túnel?
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*21° dia: Do barbeiro amador ao isolado sim, sozinho jamais
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*22° dia: Macambúzio e sorumbático com as lembranças da Semana Santa
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*23° dia: O testamento do Judas e o “Cachorro Magro”
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*24° dia: Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*25° dia: Fortaleza, a “arretada” loira desposada do sol
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*26° dia: A quarentena da caneta Azul
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*27° dia: Naquela mesa tá faltando ele
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*28° dia: O inoxidável e futuro pai do ano
> http://blogdasobramesceara.blogspot.com/…/por-arruda-bastos…
*29° dia: O Mestrado virtual > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_18.html?m=1
*30° dia: A dor de uma partida > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_83.html?m=1
*31° dia: O “gatoso” a quarentena e o mesversário > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-o-gatoso-quarentena-e.html?m=1
*32° dia: É de lascar > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_20.html?m=1
*33° dia: Obnubilado de “A” a “Z” >
http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_21.html?m=1
*34° dia: O aniversário da netinha Larinha e o drible no coronavírus > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_22.html?m=1
*35° dia: No tempo da brilhantina  > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_27.html?m=1
*36° dia: As lives das panelas > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_24.html?m=1
*37° dia: Os aniversários da Lilia e do Levi deixam o coronavírus doidim > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_25.html?m=1
*38° dia:  Domingo de precúndia e preguiça > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastosdiario-de-uma_26.html?m=1
*39º dia: Só chamando a Feiticeira e a Jennie é um gênio > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_38.html?m=1
*40° dia: O bíblico, o profano e a mulher de quarentena >
*41º dia: Obrigado, Senhor! > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/04/por-arruda-bastos-diario-de-uma_81.html?m=1
*42° dia: Por mais longa e tenebrosa que seja a noite, o sol sempre volta a brilhar > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma.html?m=1
*43° dia: Meus netinho, a quarentena e o coronavírus > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_3.html?m=1
*44° dia: Beatles, recordar é viver > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_4.html?m=1
*45º dia: Duas vezes 300 > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_5.html?m=1
*46º dia: Crônia do L - Logo Lina Leva Love à Lívia e ao Lucca > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_7.html?m=1
*47º dia: Sou médico, a minha responsabilidade é valvar vidas. Hoje, a sua também é. > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_8.html?m=1
*48º dia: Boas lembrança chegam de véspera (Dia das mães) > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_9.html?m=1
*49º dia: Mães, longe dos olhos e perto do coração > http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_10.html?m=1
*50° dia: http://blogdasobramesceara.blogspot.com/2020/05/por-arruda-bastos-diario-de-uma_11.html 

Redes sociais: 

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Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 50. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

domingo, 10 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (49º dia)

Diário de uma quarentena (49º dia)
Mãe, longe dos olhos e perto do coração 
Por Arruda Bastos

Hoje, 10 de maio de 2020, é o meu quadragésimo nono dia de quarentena, e mais uma data importante será comemorada de forma virtual. Como já escrevi a pandemia não tem impedido que as festas familiares passem com algazarra e a emoção dos tempos pretéritos. O domingo do dia das mães não vai ser triste nem frio, ele será cheio de calor, amor, lembranças, carinho e muita alegria.

A idéia de distância como um obstáculo intransponível pertence ao passado. Nesse lockdown o longe é perto, os olhos da tecnologia nos aproxima e muitas vezes de forma verdadeira e não superficial com indiferença de muitos relacionamentos. Como nos lembra o ditado popular, “longe dos olhos, perto do coração”.

Foi com essa disposição que acordei e pretendo passar o dia de hoje, cheio de saúde para comemorar, escrever e me emocionar. Mesmo para aqueles que ainda tem a sua mãe a forma de amar vai ser o distanciamento que é o cuidado com a saúde é a maneira correta de agir. Mesmo distante do calor físico, dos abraços e beijos digo que vai ser muito bom.

Quando estava escrevendo minha querida Marcilia recebeu um lindo vídeo encaminhado pelos nossos quatro filhos. Era a homenagem da família para essa mãe maravilhosa e sem igual. Marcilia é tudo que uma mãe deve ser, carinhosa, presente, responsável e de um amor infinito. Os depoimentos todos comoventes nos levou as lagrimas e as fotos abriram as portas do passado e do presente de felicidade e união.

Com tanta emoção poderia até parar por aqui e só postar o vídeo como homenagem a todas as mães, mas vou preferir ariscar e continuar abrindo meu coração de filho, esposo e pai. Para os que tem a graça de contar com sua mãe nessa dimensão aproveitem as ligações e vídeos chamadas. Para confortar a saudade daqueles que tem sua mãe agora como santa recordar e rezar faz muito bem.

Vou aproveitar agora provérbios e ditos populares que espelham bem nossas mães “Em coração de mãe, sempre cabe mais um”, “Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães”, “mãe é padecer no paraíso” e aqui eu explico que o paraíso são os filhos, e como as mamães sofrem por eles e com eles, as noites mal dormidas, o cansaço, as preocupações não importam muito.

Quando estava para terminar escutei baixinho pela janela a música “Mamãe” interpretada por Ângela Maria e Agnaldo Timóteo. Parei de escrever e com os acordes voltei ao passado lembrando ainda criança da figura da minha querida  saudosa mãe, Maria de Lourdes. Nós contávamos a música todos os anos e ela só não gostava da estrofe que fala do avental todo sujo de ovo, pois, não tinha dotes culinários. Nossa segunda mãe Atá atualmente com 97 anos que homenageio também nessa crônica é que tomava conta de tudo.

Para concluir e não perder o mote vou transcrever a letra da música e assim contar junto com vocês: Ela é a dona de tudo, Ela é a rainha do lar, Ela vale mais para mim, Que o céu, que a terra, que o mar, Ela é a palavra mais linda, Que um dia o poeta escreveu, Ela é o tesouro que o pobre, Das mãos do Senhor recebeu,

Continuando: Mamãe, mamãe, mamãe, Tu és a razão dos meus dias, Tu és feita de amor e esperança, Ai, ai, ai, mamãe, Eu cresci o caminho perdi volto a ti e me sinto criança, mamãe, mamãe, mamãe, Eu te lembro chinelo na mão, O avental todo sujo de ovo, Se eu pudesse, Eu queria outra vez mamãe, Começar tudo, tudo de novo.

Finalizando digo que: Mãe, são apenas três letras e céu também e só nele cabe seu infinito amor. O amor de mãe reflete o amor puro e verdadeiro que vem de Deus. Que Deus abençoe todas as mães!
Feliz Dia das Mães!

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 49. #FiqueEmCasa
Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

sábado, 9 de maio de 2020

POR ARRUDA BASTOS: Diário de uma quarentena (48º dia)

Diário de uma quarentena (48º dia)
Boas lembranças chegam de véspera
Por Arruda Bastos

Hoje, dia 09 de maio de 2020, completo meu quadragésimo oitavo dia de quarentena, agora reforçado pelo lockdown em Fortaleza, única medida plausível para reduzir a rápida curva de crescimento de óbitos e casos da Covid-19 na nossa cidade. A doença só aumenta e, infelizmente, batemos os mil óbitos e chegamos aos mais de quinze mil casos confirmados.

Amanhã é o domingo mais esperado do ano e aquele que tenho as melhores recordações. O dia das mães é mágico e todos têm uma lembrança que guarda no fundo do coração. Sempre nesse dia, já há muitos anos, escrevo crônicas alusivas à data. Algumas ainda hoje me fazem chorar e outras causam enorme saudade de um tempo que não volta mais.

Digo que nessa véspera as lembranças, como um filme, levaram-me ao tempo de criança quando a figura indelével da minha mãe chega forte a minha mente. Aquele olhar que falava, a voz que cantava, a figura radiante, a beleza do seu corpo e da sua alma, ainda hoje me embalam. Depois, já na maturidade, sua força, sua devoção a Deus e seu caráter conciliador faziam-me pensar que ela era eterna.

São muitas lembranças e algumas das minhas crônicas foram inspiradas nela: “Mãezinha querida”, para recordar da minha infância; para falar da sua religiosidade, escrevi “Minha mãe é uma santa”; quando mamãe foi para sua morada definitiva, falei que “Minha mãe agora é uma santa de fato e de direito”. Depois, que “No dia das mães ninguém deve se sentir órfão”. No ano passado, escrevi que “Só pode spoiler do dia das mães”.

Para aqueles que não têm mais sua mãe nessa dimensão, o dia é de recordar os bons momentos, de agradecer a Deus pela mãe que tivemos, pelos seus ensinamentos e por tudo que herdamos, fruto da sua dedicação e amor. É o momento também para nossas orações e até, para alguns, a oportunidade de penitenciarem-se por não terem tratado suas mães com o carinho e respeito que elas mereciam.

Nos lares onde as mães continuam a reinar, é o dia de presentear, agradecer, de dar abraços e beijos virtuais, de reconhecer sua importância, de zelar pela sua saúde e bem estar, para que elas possam viver muitos anos. É o momento de cantar: “minha mãezinha querida, mãezinha do coração, te adorarei toda vida, com grande devoção”.

No meu caso, o dia das mães é de muita recordação, pois há três anos ela foi chamada por Deus, aos seus 93 anos de vida. Aqui em casa, as orações serão muitas, pois, como já escrevi anteriormente, considero que minha mãe é uma santa e para viver no mundo de hoje só mesmo com a proteção dos santos.

Sei que vou chorar com as lembranças do tempo de criança, dos seus conselhos, do seu amor, do seu abraço, da sua proteção e do seu olhar. Vou recordar das missas aos domingos, das primeiras sextas-feiras do mês, das lições da escola, da sua religiosidade, da sua sempre presença e do casal 20 que formava com meu pai.

Se meu leitor foi tocado com minha crônica, aproveite o dia para melhorar a relação com a homenageada do dia. Diga agora a sua mãe que a ama, peça desculpas por algum desfeito; reconcilie-se, se for o caso. Se, por outro lado, você é uma mãe não tão presente, aproveite o espírito do dia para fazer um exame de consciência, mudar e passar a viver esse amor indescritível de mãe e filho.

Para concluir, digo que o dia das mães desse ano vai ser inesquecível. Enfim, em tempo de isolamento social, o amor será o mesmo, as recordações também e o carinho mais ainda. Só não pode existir os abraços e beijos presenciais. Para a saúde delas, tudo deve ser virtual.

Feliz dia das mães.

Amanhã eu volto com uma nova crônica.
Essa foi a do dia 48. #FiqueEmCasa

Arruda Bastos é médico, professor universitário e presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores