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terça-feira, 11 de outubro de 2016

POR: ANA MARGARIDA ARRUDA ROSEMBERG - A CATEDRAL DE REIMS




                                                               A Catedral de Reims
                      Publicado no Jornal do Médico, ano XII, Edição 7, maio-junho 2016, pag 10.


A Catedral de Notre-Dame de Reims, localizada na região de Champagne, é considerada, ao lado da de Chartres, a catedral gótica mais importante da França. Foi construída no século XIII no local de uma igreja em que Clóvis I, primeiro rei dos Francos, ao se converter ao cristianismo, fora batizado, em 498. A região de Champagne naquela época já produzia um vinho espumante que séculos depois tornou-se mundialmente conhecido. A pequena Igreja em que Clóvis fora batizado foi reconstruída, em 816, a fim de abrigar a coroação dos reis da França. Em 1211, iniciou-se a construção da nova catedral que levou 300 anos para ter a aparência que tem hoje. Durante a Primeira Guerra Mundial, a catedral foi duramente atingida por 300 bombas e somente em 1937 a mesma foi totalmente restaurada. Como se apresenta hoje, a Catedral de Reims é uma das maiores obras arquitetônicas e religiosas da humanidade. Joana D’Arc, a heroína protetora da França e grande líder na expulsão dos ingleses do território francês, esteve presente na coroação de Carlos VII, na referida Catedral, em1429. Do século X ao século XIX, trinta e dois reis foram coroados na Catedral de Reims. Na dinastia francesa capetíngea (987-1328) foram construídas oitenta catedrais e quinhentas abadias, na França, sendo a de Reims uma delas. Em 1210, um incêndio a destruiu, mas a mesma foi reconstruída. Na fachada da Catedral de Reims, ao contrário de outras catedrais em que o tema é o juízo final, pode-se ver o alegre tema da coroação. Na galeria dos reis, bem no centro, está Clóvis, símbolo da união entre a Igreja Francesa e a Monarquia, esculpido nu dentro de um barril, ou seja, uma pia batismal. Ele se converteu ao cristianismo graças à sua esposa, a rainha Clotilda, uma cristã devota. No pórtico da fachada oeste da catedral está explícito para os fiéis franceses da idade média, que os reis da França como os reis de Judá tinham o direito de governar concedido por Deus, desde que fossem coroados em Reims. Na galeria dos reis, podemos ver Clóvis acima de dois reis de Judá sendo ungidos: o rei Davi e o Rei Salomâo. Clóvis foi ungido em 498 com óleo trazido do céu por uma pomba, acreditavam os franceses da Idade Média. Quando Carlos Magno foi coroado, em 814, o arcebispo mergulhou uma agulha no mesmo frasco para retirar uma gota sagrada. Em 987, Hugo Capeto, o primeiro rei da dinastia Capetíngea, também, foi coroado em Reims. Em 1237, São Luiz foi coroado com outra gota de óleo sagrado de Clóvis, antes de pousar a flor-de-lis de ouro em sua cabeça e entregar-lhe o cetro e a espada de Carlos Magno. Fugindo a regra, Napoleão I foi ungido em Notre Dame, em Paris. Sente-se ao adentrar na Catedral de Reims a paz e o êxtase que os fiéis medievais experimentavam.

Ana Margarida Arruda Rosemberg

Paris, junho de 2016

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

REUNIÃO DA SOBRAMES-CE 10.10.2016




Aconteceu hoje, dia 10/10/2016, às 19h30, no Espaço Cultural Dra. Nilza dos Reis Saraiva, na Av. rui Barbosa nº 1880, mais uma reunião ordinária da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames-CE. Presidida por Marcelo Gurgel, atual presidente da Sobrames-CE, a reunião seguiu a pauta abaixo:



PAUTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA – 10/10/2016

1 - Abertura da sessão
2 - Faltas justificadas:
Ø Eurípedes Junior – motivos superiores
Ø Renato Evando – atividade no conselho
3 - Aniversariantes do mês:
Ø 09 – Dalgimar Beserra de Menezes
Ø 18 – José Wilson de Souza
Ø 18 – José Eduilton Girão
Ø 23 – José Maria Chaves
4 - Comunicações:
Ø XXVI Congresso Brasileiro de Médicos Escritores Sobrames
Ø Lançamento Antologia 2016
Ø Definição de data do próximo Semeando Cultura (7/11 ou 21/11)
Ø Posse de novos Sobramistas
Ø Confraternização de Natal
5 - Palavra facultada
6 - Leitura de textos dos sobramistas:
Ø José Pessoa - apresentação do livro do Dr. Lineu
Ø Ana Margarida - A Catedral de Reims
Marcelo Gurgel - Ir. Breves
7 - Encerramento


terça-feira, 27 de setembro de 2016

POR: MÁRCIA ALCÂNTARA - AS DORES "ROMBAS" DE SETEMBRO

 
Dra. Márcia Alcântara

As dores "rombas" de setembro

                                                    Publicado no jornal "O POVO on line" em 27/09/2015

A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos


Cabe logo conhecer-se o significado de dor (Wikipédia): para o lado médico, a dor é uma sensação penosa, desagradável, produzida pelos estímulos internos ou externos de terminações nervosas sensíveis a esses fatores. Podem ser de vários tipos: intensas, agudas, crônicas; em vários componentes do nosso corpo, como a dor de cabeça. Por outro lado, existe a dor da alma, causada por sentimentos de perdas, danos, desgraças, mágoas, decepções, desaparecimento de sonhos idealizados e muito mais.

A dor que chamei de “romba” é aquela dor disforme que causa extremo mal-estar como se um rombo, de fato, tivesse sido feito na nossa alma: nossa essência se desfigura, os sonhos se esvaem e fica esse “enorme buraco” detonador de rumos que propusemos, um dia, para as nossas vidas. Foram três as principais dores “rombas” que se abateram sobre os brasileiros nesse setembro de 2016, abalando a estrutura emocional da imensa maioria deles.

A essência de cada um de nós foi trespassada primeiramente pelo show midiático promovido pelo grupo de procuradores da “Lava Jato”, operação que se desenrola para a moralização do Poder Público, apoiada pela maioria da população brasileira e que, segundo os resultados das investigações, esse poder está contaminado pela propinocracia e, portanto, está mergulhado até o pescoço em corrupção. A dor romba foi disparada na hora em que foi dito em rede nacional e internacional, que o ex-presidente Lula era o “comandante máximo” do petrolão, “artífice da propinocracia”, “maestro da orquestra criminosa”.

Revendo: Lula representou para os brasileiros a esperança de uma vida melhor, num Brasil que até então tinha sua política dedicada às classes sociais elevadas. Seu primeiro governo foi de resultados. O povo o admirou, confiou e viveu dias melhores, ganhou dos brasileiros o apoio e louvor irrestritos, reelegeu-se. No governo de sua sucessora, tudo ia bem até o desmoronamento de tal estrutura política. A demonstração didática dos procuradores atingiu Lula e o povo sofreu a intensa dor da desilusão, mas só nos convenceu de que Lula faltou com a ética e prevaricou, estabelecendo uma relação promíscua com empreiteiras quando desejou ter um tríplex em Guarujá.

A dor romba se formou e ficou. A segunda foi a contestação melancólica do ex-presidente que, cheio de emoção, tentou nos convencer de que é inocente e está a catar picuinhas para se ver livre das acusações e de ser preso como seus pares. A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos.

Finalmente o “Velho Chico” tragou, num turbilhão de correnteza, o grande ator global que deixou esposa, filhos, um legado de arte novelística e seus fãs atingidos por mais uma dor romba nesse setembro de dores. As reflexões são necessárias agora.

Márcia Alcântara Holanda
pulmocentermar@gmail.com
Médica pneumologista; membro da Academia Cearense de Medicina

LANÇAMENTO DE LIVRO - DR. LINEU JUCÁ


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

IX SEMEANDO CULTURA DA SOBRAMES-CE

Hoje, 12/09//2016, às 19h30, no Espaço Cultural Dra. Nilza dos Reis Saraiva, na Av. Rui Barbosa n°1880, Fortaleza-CE, aconteceu o 9º SEMEANDO CULTURA.


O palestrante do evento foi o médico e escritor  Dr. Eurípedes Maia Chaves Junior que abordou o tema: O Barão de Studart: Vida e Obra. 


O evento foi aberto pelo presidente da Sobrames-CE, Dr. Marcelo Gurgel, que justificou as seguintes faltas:
Dione Mota, Djacir Figueirêdo,  Eusébio Rocha,  Flávio Leitão, Renato Evando e comunicou os aniversariantes do mês:
06 – Antonio Carlos Pessoa Chaves
06 – Maria Nilza dos Reis Saraiva
10 – Vladimir Távora Fontoura Cruz
11 – Christiane Araújo Chaves Leite
24 – Isaac Rocha Furtado


Parabéns ao Dr. Eurípedes Chaves por ter mostrado facetas do Barão de Studart, de maneira singular e brilhante, resgatando um pouco da nossa história.


 
Dr. Marcelo Gurgel - Presidente da Sobrames-CE







Dr. Eurípedes Chaves - palestrante



quarta-feira, 31 de agosto de 2016

POR: SEBASTIÃO DIÓGENES - Bilhete ao Pedro Henrique Saraiva Leão

 
Dr. Sebastião Diógenes- Médico e Tesoureiro da Sobrames-CE
    Para entender o bilhete, devo confessar que sou leitor assíduo do poeta Pedro Henrique. Conheço-lhe bem a arte literária, até as palavras que gosta de usar. Certa vez disse-lhe: “Como o mestre gosta de ‘destarte’!...”. Respondeu-me sem detença: “Adoro, e a prima ‘dessarte’ também”. Desde então, quando nos encontramos na Academia Cearense de Medicina, elencamos palavras agradáveis e aquelas desagradáveis aos nossos ouvidos. Brincadeira de quem vive das palavras.
 Prezado poeta,
Bom dia!
    Conforme lhe falei durante a caminhada na Praça das Flores, tive a honra de fazer a apresentação do livro do Dr. Martinho. Não comentei, porém, sobre um fato inusitado. Quando trabalhava no texto ocorreu-me um fenômeno que julguei sobrenatural. Na tarefa de escrever, sempre o faço com o amigo Houaiss ao meu lado. É o meu protetor. Pois bem, em determinado momento, quando iniciava um período com o conectivo “deste modo”, eis que o Houaiss começou a tremer. Pensei tratar-se de terremoto. Logo percebi que nada mais se mexia em sua volta, só o volumoso Houaiss tremia. De repente, o dicionário se abre. E o que vejo? “Destarte” furiosa, alegando que eu jamais a usara em meus textos. Falou mal da minha pena, e acusou-me de ignorante, que não dominava a bela classe dos advérbios. Fez-se grande! Citou o nome do nobre colega Pedro Henrique demonstrando intimidades, exaltando a sua (dela) contribuição na qualidade literária do notável poeta.  Dada à perplexidade de que fui tomado, fiquei paralisado, e levei alguns segundos para reagir. Não houve jeito, rendi-me. O estimado dicionário corria sérios riscos com os impropérios da insurrecta palavra. Substituí a locução supracitada por “destarte”, pois, inconformada estava com o meu desprezo. Roguei à revolucionária que ficasse calada, senão contaminaria o Houaiss com palavras insubmissas, reivindicando soberania nos meus textos, especialmente “outrossim”, vocábulo da mesma classe, e  que não tolero. Afiançou-me, de letrinhas juntas, fidelidade plena, desde que da sua prima “dessarte” não esquecesse. Não resisti: capitulei! E o Houaiss quedo ficou!  
Do seu admirador
Sebastião Diógenes.
29-08-2016