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quarta-feira, 27 de março de 2013

POR: FRANCISCO JOSÉ PESSOA - PALHAÇO



 
Dr. Francisco José Pessoa - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

PALHAÇO

A vida se nos faz meros palhaços...
                            sorriso solto num choro prendido,
querer que é dado nunca agradecido
saltar ao vento sem pisar os passos.
Tragar o fumo dos prazeres baços
embebedar-se tanto pra esquecer,
sentir-se ser alguém mesmo sem ser,
no picadeiro, o aplauso, a falsa glória,
imagem tão real quanto ilusória
pranto da morte rindo pra viver!

terça-feira, 26 de março de 2013

POR: JOSÉ WILSON DE SOUZA - GRITOS DE LIBERDADE



 Dr. José Wilson de Souza - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

GRITOS DE LIBERDADE 
                                                                      

Quero correr pelos campos
e te encontrar na beira do  rio,
cair em teus braços
e dizer que estou livre. 
Quero a liberdade das águas
 que banham o teu corpo.
Quero te encontrar com uma flor no cabelo
correndo ao meu encontro, vindo dos campos
e  também te dizer que também estou livre
como as águas do rio.
Lá deitaremos na relva
e nos abraçaremos.
E na vastidão das campinas,
ecoarão dois gritos
que não ouviremos

segunda-feira, 25 de março de 2013

POR: CELINA CÔRTE - MEU PAI


Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE

       
 MEU PAI

Nasci de pai e mãe, acontecimento comum no passado. Tive-os presentes, perto de mim, acontecimento já não tão comum assim...
De minha mãe, aprendi boas noções de gastronomia e cuidados com as lides do lar. De meu pai, mistura de advogado, engenheiro, comerciante, atleta, aprendi as coisas da vida. Aprendi também a conciliar trabalho e lazer, sem culpa. Sempre o admirei por seus diferentes saberes não adquiridos através da educação formal, mas de sua inteligência e autodidatismo. Era um homem bom e cultivava valores como a honestidade, a pontualidade, a sinceridade e a promessa realizada. Não era religioso, mas cioso de seus deveres para com os outros. Um cristão, na verdadeira acepção da palavra.
Dinâmico, apressado, correto, engraçado, esportista, profissional comprometido e competente, era querido e respeitado em Ribeirão Preto, cidade que adotou na vida adulta. Aos 18 anos, saíra de uma cidadezinha escondida no mapa, para seu primeiro emprego na megalópole São Paulo. Foi o único entre 12 irmãos a ter a coragem de enfrentar novos e inquietantes desafios. E venceu! Ensinou-me também a ter essa coragem.
O tempo se encarregou de lhe impor alguns limites. Não se preparara para isto (quem o faz?) e  reagia contra sua incapacidade. Obrigado a desenvolver a paciência e a aceitação de si mesmo, diante das limitações de seu próprio corpo, sentia agora a vida como uma sobrecarga insuportável, sem a independência de outrora.
Na madrugada de um dia, acordou, sentou-se à borda do leito, pediu água, bebeu-a e se calou. Realizou sua última queda livre na própria cama. Minha mãe pensou tratar-se de mais uma de suas brincadeiras. Não era... Desligou-se do fio da vida com a mesma pressa de sempre. Não se prendeu ao leito, nem deu trabalho aos familiares. Fez-se pássaro e voou célere para outra dimensão.



domingo, 24 de março de 2013

POR: ANTERO COELHO NETO - AME E MUDE SEUS ESTILOS DE VIDA

Dr. Antero Coelho  Neto - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
AME  E MUDE SEUS ESTILOS DE VIDA

Publicado no Jornal O Povo, em 20 de março de 2013.
 
Costumo dizer, para os meus amigos, que continuo vivo por que fui para a Organização Mundial da Saúde/OPS, em 1985, e passei a estudar e valorizar os estilos de vida da população e minha, obviamente. Quando regressei para o Brasil, em 1994, e falava da importância desses condicionantes para a  nossa qualidade de vida e longevidade, um amigo chegou a dizer: “o Antero voltou meio maluco”. 
Felizmente o nosso país mudou, e como vários outros do mundo desenvolvido, que dão valor aos bons estilos de vida como um dos fundamentais elementos da promoção da saúde e assim ter melhor qualidade de vida e maior longevidade, passou a comunicar e praticar seus ensinamentos. Hoje, em quase todas as revistas, jornais, programas de Rádio e TV e na ampla rede de comunicação pela Internet, a nossa qualidade e quantidade de vida é assunto freqüente. E lá estão os bons estilos de vida em destaque. Claro que estamos ainda começando, mas as perspectivas são animadoras.
Na minha própria comunicação com muitos amigos (Rede na Internet), leitores  deste Jornal, de meus livros e participantes ou ouvintes de nosso “Programa Novas Idades”, transmitido todos os sábados (11:00 às 12:00 hs.), pela Rádio Universitária-FM, recebo importantes e frequentes perguntas e comunicações originais sobre o assunto. Uma das perguntas é : quais são os estilos de vida mais indicados ?
Costumo enfatizá-los com a denominação de “Mandamentos da Vida”. Eles são, para mim, de uma maneira sumária, divididos em 3 grupos:
a) O que devemos FAZER: 1. ter uma alimentação saudável; 2. realizar atividade física constante; 3. dormir um mínimo de 6 á 7 horas diárias; 4. manter um peso saudável; 5. realizar atividades de lazer, satisfação e prazer; 6. planejar a vida do ano, principalmente após 60 anos; 7. realizar medidas preventivas de saúde; 8. trabalhar sempre com jornadas suaves; 9. Buscar o desenvolvimento pessoal; 10. desenvolver a espiritualidade; 11. viver em um ambiente saudável; 12. desenvolver uma educação que nos dê satisfação.
b) O que devemos EVITAR: 13. o estresse; 14. fazer sexo sem amor e com parceiros de risco; 15. o álcool; 16. medicamentos desnecessários e tecnologias inadequadas; 17. internações hospitalares desnecessárias; 18. os riscos físicos, químicos e biológicos.      
c) O que NÃO devemos fazer: 19. fumar; 20. usar drogas.
E aí, caro leitor, quantos mandamentos dos 20,  você pratica? Muitos? Vamos melhorar mais ainda? Ou são poucos? Muito poucos e deficientemente cumpridos?
Aí sim, caro leitor,  é preciso Mudar!    Não vai ser fácil, sabemos todos, mas é preciso.
Costumo aconselhar sempre, lembrando aquele provérbio chinês, que diz “ Para Mudar é preciso um Grande Amor, ou uma Grande Dor”. Pense neles e pratique seu Grande Amor. Dor ainda não estamos sentindo, mas caso presente, para evitá-la, devemos também mudar nossos maus estilos de vida.
Por amor à Deus, esposa, filhos, dependentes, amigos e também pelo Brasil, vamos Mudar de hábitos e costumes de nossa vida.
E, lembre-se, nunca é tarde para isto. Pesquisas têm demonstrado que, iniciados em qualquer tempo da vida, os bons estilos de vida podem nos ajudar. Claro que em menor intensidade. Daí o conselho que damos freqüentemente: pratique bons estilos de vida, desde o dia do nascimento. E então fica maior essa responsabilidade para os pais, pratique bons estilos de vida e ensine aos seus filhos e netos
E então eles vão chegar aos 120 anos que já têm direito.
O futuro, tenho certeza, vai dizer que Sim.


Antero Coelho Neto
Médico e Professor

sábado, 23 de março de 2013

POR: VICENTE ALENCAR - É PRECISO PAGAR

 Vicente Alencar - Jornalista e Membro da SOBRAMES-CE
É PRECISO PAGAR


Alguns noticiários fizeram um verdadeiro escarcéu nestes últimos dias, mostrando a falta de professores, na realidade do Ensino Brasileiro, atualmente. É fato que não poderia causar nenhuma surpresa, a nenhum dirigente escolar, a nenhum representante político - vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito, governador -, seja de que esfera for, seja de que agremiação partidária pertença, inclusive, aquelas bem mais mentirosas que outras, que dão a nítida impressão de que ajudam a quem trabalha, porém, na realidade, são perseguidores de quem ganha o pão do dia a dia, honestamente.

Durante toda a minha longa vida de Imprensa, sempre pude acompanhar mentirosos, cafajestes, que se envolvem junto à população mais pobre, no triste intuito de enganá-la e retirar dela a única coisa que poderia ajudá-la: o voto. Até este, mesmo, é roubado, surrupiado, comprado e utilizado como elemento de meio de ligação entre a pobreza e o Poder. O voto do pobre ajuda ao rico, mas, não há nenhuma reciprocidade no ato.

Dito isto quero chegar a um ponto importante, para o ontem, para o hoje e para o amanhã.

A remuneração do professor, praticamente, não existe. Uma das profissões mais desprezadas no Brasil é a de Professor, embora paradoxalmente, uma das mais mais importantes, senão a maior de
todas.

O que percebe uma professora do antigo Jardim da Infância, hoje Maternal, do antigo Curso Primário, hoje Ensino Fundamental e Médio, envolvendo o antigo Curso Ginasial, é uma aberração. Para 40 horas-aula por semana se paga bem menos que dois mil reais, o que é muito grave e triste. Muitas percebem um salário mínimo e, até menos que isso, para repassar a luz do saber a quem está começando a viver.

Que dizer de um país que está entre os 165 analisados no mundo,
numa posição de 69º? Não tem  muita coisa a discutir.

O que desejo afirmar, repetindo aqui, estas informações sujas e mal cheirosas, no tocante ao ensino mal pago e mal compreendido?

Apenas uma observação: os professores vão desaparecer, mesmo, em grande escala e, ficarão apenas alguns, poucos. E não está longe o dia em que isso vai ocorrer.

A culpa de quem é?

Analisando-se, apenas, por cima do problema,  sem querer aprofundar, encontramos uma resposta rápida: a má remuneração!
Ninguém vive de brisa ou de promessa.

É preciso pagar para se conseguir um (a) bom (boa) professor (a). Conheço dezenas de pessoas, para não dizer centenas, que poderiam comandar uma Sala de Aula, nas mais diversas disciplinas,
e muito bem, com gabarito. Inclusive, colegas com quem me graduei, na área de ensino. De minha turma de Licenciatura, hoje, ninguém mais está no "batente". Os poucos que resistiram, após uma alavancada de todos pelo ensino, e que foram deixando pouco a pouco, já se aposentaram.

Os péssimos salários pagos pelas escolas particulares e aquelas do Governo, seja em que nível for, não impressionam. São salários que chegando-se ao somatório final, são menores que aqueles de profissões outras,  como pedreiro, motorista e marceneiros instaladores, torneiros mecânicos, eletricistas, borracheiros e muitas outras.

E o lucro das E$colas é terrivelmente enorme. Duas crianças, três, nem chegando a quatro, pagam por mês acima de R$ 600 reais, pagando os ordenados de um professor de primeiro e segundo grau.

Agora, todos nós perguntamos: como querem professores em sala de aula, se nenhum deles é bem remunerado?

E não é preciso cobrar mais do que cobram atualmente, prejudicando os pais. É necessário, apenas, que os comerciantes do ensino baixem, um pouco, seus lucros e invistam no Ensino como instrumento de Honra e de Saber.

Ou, será que vão querer continuar como o que foi registrado nas últimas provas do ENEM, que o povo, sabiamente, chama de EU NÃO ESTUDO MAIS!

Frases pobres, sem criatividade, erradas, uma nojeira.

Minhas Senhoras, Meus senhores, comerciantes do Ensino e Senhores Políticos, professores existem, porém, eles para trabalhar
também, comem, vestem, pagam contas de água, luz, telefone, também despesas com consultas médicas, precisam ir a um cinema, um teatro, fazer uma pequena viagem. Mas,  não podem, não tem dinheiro para isso.

Pensem nisso e, por favor, paguem. É PRECISO PAGAR aos professores, um pouco mais!

VIcente Alencar
Jornalista e Radialista 
21 de março de 2013.