UM SOPRO DE LUZ
Existia um lugar sombreado
Onde a noite a manhã
perseguia
A tarde em outra noite encostava
Num balé ondulante alternado
Em meio ao tempo que lento seguia
Mornas ondas pulsantes geravam
Uma Ciranda de Roda constante
Ao balanço vocal de um anjo
Que com as mãos de
carícia entoava
Cantilenas suaves, distantes
A promessa em doce umidade
Inundada de fresco sustento
Inebriava ante a felicidade
De tomar-se a vida
nos braços
Quando o tempo coroasse o momento
Chega a (boa) hora
de fazer escoar
A amniótica água do amor
Trocar a dor pelo riso profundo
O lamento pelo fértil louvor
E doar o fruto
à luz viva do mundo.
Alcinet Rocha é médica sanitarista e hematologista, primeira secretária da SOBRAMES/CE
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