Dra. Celina Côrte - Presidente da SOBRAMES-CE |
Convivência no trânsito
Publicado no DN
23.03.2014
Andando-se a pé, mesmo em horário de pouco movimento no trânsito, observam-se infrações que identificam a falta de educação e o desprezo dos guiadores pela segurança dos pedestres.
Na travessia da rua, apesar do sinal verde para pedestres, quase fui colhida por um ciclista que trafegava na contramão na ciclovia.
Pouco antes, eu atravessara na faixa de pedestres desviando-me de uma motocicleta e um automóvel que ali se postavam de modo inadequado.
Demonstração cabal de comportamento ansioso e desrespeitoso!
Nas esquinas, motoristas afoitos dobram a esquina em alta velocidade, sem se dar conta de que um pedestre pode, naquele momento, estar atravessando a rua. Total indiferença aos princípios da direção defensiva. Os pedestres que se cuidem e sejam bastante ágeis para se defenderem de atropelamento.
O motorista nem notou quando optei prudentemente por interromper a travessia, já no meio da rua, para que ele pudesse passar. Se eu insistisse, seria fatalmente atropelada ou, no mínimo, xingada por não ter respeitado a autoridade do automóvel. Estes fatos, observados em alguns minutos de caminhada, denotam a insegurança dos pedestres nas ruas de Fortaleza.
Reconheço que alguns destes sequer sabem se portar diante da sinalização de trânsito. Acreditam que esta deva ser obedecida apenas pelos motorizados. Não é assim!
Os sinais de trânsito foram criados para regulamentar a movimentação de todos que se encontram nas ruas, motorizados ou não, de modo a assegurar uma saudável convivência. A questão do trânsito não permite exceções.
Todos têm responsabilidades. Contudo, nesta relação entre os diferentes personagens nas ruas, o pedestre é, sem dúvida, o mais vulnerável, devendo ser priorizado.
Infelizmente, ainda vige o sentimento de que o direito pessoal é soberano. Enquanto as pessoas não se dispuserem a respeitar os demais e a contribuir na redução da violência no trânsito, este será, a cada dia, mais agressivo.
O nível de conscientização de cada um tem ritmo próprio, todavia a educação continuada da população, no que se refere à mobilidade urbana, é imperativa, assim como a evolução dos meios de controle e punição dos faltosos.
Celina Côrte Pinheiro
A experiência de escrever em jornais tem me dado muitas alegrias. No entanto, penso que nunca recebi tantas manifestações via correio eletrônico quanto com este artigo. Penso que a sociedade em geral encontra-se perplexa diante de um trânsito hostil que atemoriza a todos que se encontram nas ruas e estradas... Coincidindo com a publicação, uma querida amiga de quase 88 anos, ativa, independente, bisavó de meus netos, foi a óbito, vítima desse mesmo trânsito irresponsável em relação à vida. Uma pena!
ResponderExcluirÀ guisa de esclarecimento, a "unknown" sou eu... Rsrsrsr
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