Total de visualizações de página

domingo, 14 de abril de 2013

POR: CELINA CÔRTE - TEATRO DA PRAIA



Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE


 Publicado no Jornal Diário do Nordeste -  Opinião - 14/04/2013

Fomos ao Teatro da Praia, instalado em um daqueles velhos galpões, na Praia de Iracema. Primeira vez. Assistimos à peça infantil "A cigarra e a formiga", baseada na conhecida fábula de La Fontaine.

O espetáculo foi agradável com suas cores, sua alegria, a interação dos artistas com o público e o novo contexto da fábula que valoriza o canto da cigarra. Todos têm sua importância em uma sociedade.
Surpreendeu-nos, porém, a simplicidade do teatro, meio marginal, com ventilação insatisfatória e visível insegurança para os presentes. Não que imaginássemos um local de alto luxo. Mas a tenacidade, o esforço e o talento de Carri Costa e sua Cia. Cearense de Molecagem bem merecem instalações mais adequadas, confortáveis e seguras para revelarem sua arte.
Reconhecemos ser uma tarefa hercúlea fazer-se arte, em nosso país, sobretudo em certas regiões, ainda mais com a responsabilidade de manutenção do espaço, por vezes sem patrocínios justos e dignos.
A expressão artística através do teatro educa, humaniza, alegra, é inclusiva, dimensiona valores, devendo ser trazida a público em um ambiente que nos leve a valorizar ainda mais a arte. A improvisação pouco a pouco perde campo, pois o espectador necessita sentir-se confortável e seguro. Não é luxo, mas respeito às pessoas que deixam seus lares para assistir a alguma forma de expressão artística. Como o talentoso e abnegado Carri que faz acontecer, apesar dos pesares, há outros valores artísticos nesta cidade merecedores de um espaço digno. Está na hora de se investir em políticas públicas consistentes e sérias voltadas para as artes cênicas e outras.
Tantos gastos públicos inúteis levados a cabo e não se prioriza a reformulação de mais teatros públicos a preços condizentes. Fazer arte não é uma brincadeira, mas uma profissão que exige criatividade, muita disciplina e meios de subsistência. Além do Teatro José de Alencar, por que não se investir no Teatro São José e no antigo Cine São Luiz, ícones de Fortaleza?
A propagação da arte tem um papel fundamental no sentimento de pertença e o público se encontra ávido dessa convivência. Não nos interessa se o Município ou o Estado detém a posse do bem. Queremos que funcione!

Nenhum comentário:

Postar um comentário