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quarta-feira, 17 de abril de 2013

POR: ANA MARGARIDA - BACO E ARIADNE


                                    

Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Secretária da SOBRAMES-CE



O Outono – Baco e Ariadne, Eugène Delacroix, óleo sobre tela, de 196x165 cm, pintado de 1856 a 1863.  
                                  BACO E ARIADNE
Sempre que visito o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubrient), sinto-me impulsionada a registrar as minhas impressões. A última visita que fiz ao museu foi  no dia 24 de outubro de 2012. Naquele dia, postei no meu BLOG um texto sobre o mesmo que pode ser lido neste link: http://anamargarida-memorias.blogspot.com.br/2012/10/visita-ao-masp_24.html
Hoje, 11 de abril de 2013, visitei o MASP com outro olhar. Um olhar de quem procura ver o que tem por trás de cada obra de arte.  Ao me deparar com As Quatro Estações, de Eugène Delacroix, fui arrastada em uma viagem à Grecia Antiga. São telas imensas com temas ligados a mitologia grega.  O inverno - Juno implora a Eolo a Destruição da Frota de Ulisses, A primavera – Eurídice Colhendo Flores é mordida por uma cobra, O Verão – Diana Surpreendida por um Acteão e O Outono – Baco e Ariadne. Todas são incrivelmente belas, mas  a que me causou profunda impressão foi O Outono – Baco e Ariadne.  Nela, Delacroix retrata Baco (ou Dionísio, para os gregos) estendendo a mão para Ariadne, após Teseu tê-la abandonado. Um Cupido, acima, aparece carregando a guirlanda, símbolo da união e do amor do casal. Tiziano Vecellio (1487-1576) também pintou, três séculos antes, o encontro de Baco e Ariadne, uma das obras-primas da Renascença Veneziana.


Eugène Delacroix (1798–1863) foi um pintor francês considerado o mais importante representante do romantismo. Ele ficou conhecido por seu quadro A Liberdade Guiando o Povo (1830), que foi pintado em comemoração à Revolução de Julho de 1830, na França. Esta tela encontra-se no Louvre, em Paris. As Quatro Estações, que, na realidade, são quatro telas, está pertinho de nós, no MASP, em SAMPA.


Ao contemplar “O Outono”, lembrei-me da história de Baco e Ariadne. Reza a lenda que o rei Minos, pai de Ariadne, era dono do famoso Minotauro, o monstro que possuia cabeça de touro e corpo de homem e que vivia em um labirinto na Iha de Creta. A cada nove anos, um navio vindo de Atenas desembarcava em Creta com sete rapazes e sete donzelas para serem devorados pelo Minotauro. Isto porque Minos, ao sair vitorioso de uma guerra que declarara a Atenas, passou a exigir que tal fato acontecesse. Quando se aproximava a data do envio do terceiro sacrifício, o jovem príncipe Teseu se ofereceu para assassinar o monstro. Em Creta, Ariadne, filha de Minos, se apaixonou por ele e o ajudou a matar o Minotauro,  dando-lhe um novelo de lã, que ele utilizaria para marcar seu caminho de volta, e uma espada mágica. E, assim, Teseu matou o Minotauro.  Grato, Teseu embarcou com Ariadne para desposá-la em Atenas. Ao parar na ilha de Naxos, deixou-a dormindo, e zarpou sozinho, pois não correspondia ao seu amor. Na Ilha, Baco foi ao encontro de Ariadne e, oferecendo-lhe um amor imortal, deu-lhe de presente de núpcias um diadema de ouro cinzelado feito por Hefesto. Este diadema foi mais tarde transformado em constelação. Baco e Ariadne casaram-se e tiveram quatro filhos: Toas, Estáfilo, Enopião e Pepareto. Há outras versões dessa história. Esta, porém, é uma bela história de amor não correspondido, cuja dor foi superada, depois, por um amor imortal.


Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg


São Paulo, 11 de abril de 2013

4 comentários:

  1. COMENTÁRIO DO DR. FLÁVIO LEITÃO, POR E-MAIL.
    Caríssima Ana, Lí seu interessantíssimo artigo. Seria bom que você fizesse, pelo menos uma vez por mês, comentário dessa natureza (análise de um quadro famoso). A história de Teseu é bonita e trágica. O pai suicida-se ao ver se aproximarem os barcos com as mesmas velas pretas que Teseu esqueceu de trocá-las pelas brancas, conforme fora combinado, se obtivesse a vitória contra o Minotauro.

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  2. COMENTÁRIO DE ANA MARGARIDA, POR E-MAIL
    O quadro de Delacroix retrata, apenas, uma passagem da história de Teseu. Como o senhor bem colocou, a história de Teseu é bonita e trágica.
    Seu pai, Egeu, suicidou-se ao ver as velas pretas, jogando-se de um penhasco.
    Em uma das versões da história, Ariadne sumiu e não foi abandonada.
    Foi por tristeza com o sumiço de Ariadne que Teseu se esqueceu de trocar as velas pretas do seu navio por velas brancas, o que levou ao suicídio de seu pai.
    Enfim, a mitologia grega é muito rica e nós somos herdeiros da cultura grega.

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  3. COMENTÁRIO DO DR. FLÁVIO LEITÃO, POR E-MAIL
    Esta do Teseu ter esquecido a troca das velas, pelo sumiço de Ariadne é interpretação bem feminina. A verdade, segundo o Junito de Souza Brandão, para mim o maior mitólogo brasileiro, Teseu é que teria abandonado Ariadne.
    Fica a briga para discutirmos depois. Bom proveito nesta São Paulo que abriga muita cultura e arte em seus museus. Um abraço do Flávio Leitão

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  4. COMENTÁRIO DA CELINA CÔRTE, POR E-MAIL
    Belo artigo. Parabéns. Gosto muito da mitologia que conta, através dos deuses, as paixões humanas...
    abraco.
    Celina

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