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quarta-feira, 7 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
POR: JOAO DE CAMPOS AGUIAR FILHO - DR. HERONDINO
![]() |
Dr João de Campos Aguiar Filho
Médico Oftalmologista
Ex-docente de Anatomia do CCMB-PUCSP
|
Dr.
Herondino
Texto enviado pelo Dr. William Moffitt Harris
Se
houve alguém que gostasse de etiqueta, bom comportamento social, que mantivesse
a linha mesmo quando todos estivessem fora dela e outras referências conforme
estão no poema “SE” de Rudiyard Kipling, esse foi o Dr. Herondino.
Ainda
estudante, ao participar das patuscadas universitárias, mantinha-se dentro de
limites aceitáveis.
Nada
de dar “pinduras” nas datas festivas conhecidas, ou sequer fugir ao pagamento
das marafonas, quando a masculinidade apelava aos sentimentos juvenis.
Na
festa de formatura, enquanto os colegas lavavam a alma em homérica bebedeira,
Herondino comemorou sobriamente com a família.
Começou a trabalhar no dia seguinte, ou quase,
já que a formatura ocorreu num sábado, prolongando-se na madrugada do domingo.
Bem preparado nos seis anos de Escola, estava pronto para a luta.
A
princípio era “médico do corpo inteiro”, como afirmava ao explicar o exercício
das funções. A pequena clientela obrigava-o a não recusar pacientes. Com poucos
meses de trabalho já conseguiu selecionar, partindo para o tratamento de
crianças.
Exercia
a profissão em tempo parcial, dedicando horas no Hospital de Ensino, melhorando
seus conhecimentos. Não era o tempo das “residências” atuais.
Andava
sempre bem vestido, com camisa de mangas compridas, paletó e gravata, que não
abdicou mesmo quando adotou o traje branco diário.
Não
fumava e não bebia, sequer socialmente. Quando a necessidade de relaxamento
apelava, recolhia-se e aliviava-se com alguns goles. Nada que pudesse
comprometê-lo.
Fez
carreira de sucesso crescente. Casou-se com a namorada dos tempos
pré-universitários. Talvez tivesse cortejado outra mais, além daquela com quem
“convolou” núpcias. Sim, Dr. Herondino não se “amarrou”. Contraiu núpcias ,
como exigia sua maneira de viver.
Foi
muito comentado durante o desempenho da carreira pela dedicação, eficiência e
pontualidade. No Hospital onde praticou medicina, auxiliares acertavam o
relógio pela manhã, quando ele adentrava
rigorosamente no horário marcado. Fez historia.
Com
o passar do tempo dedicou-se fielmente à especialidade para a qual foi
adquirindo enorme conhecimento, quando seus clientes mudavam da faixa etária
condizente, encaminhava-os para colegas.
Só
permitiu-se uma exceção quando os dois clubes de futebol da cidade, com inimigos
figadais de cada lado foram se duelar na partida que definiria o campeonato.
A
disputa era tão acirrada que até os médicos assistentes dos dois clubes
participavam da rivalidade. A atenção
aos traumatizados durante a disputa deveria ser feita por equipe rigorosamente
neutra, evitando brigas no campo. O
único médico da cidade não simpatizante do esporte era o Dr. Herondino, que não
conseguiu escapar ao apelo de todos os colegas, obrigando-o aceitar, pelo menos
durante as horas da partida. O encargo dos primeiros socorros aos caídos no
campo de luta.
Dr.
Herondino adentrou o estádio impecavelmente de branco, incluindo sapatos.
Se tivesse que atender o filho da Rainha da Inglaterra, não precisaria
mudar o traje.
Assim,
ouvindo palavrório do populacho, repleto de expressões vulgares e de calão, o
médico cumpriu suas funções. Foi agraciado com placa comemorativa.
Mantendo
essa linha de postura marcou época.
Quando
houve desfile de beleza para as escolha da “Miss” que representaria a cidade no
certame estadual, foi organizada festa no Clube Campestre, onde se instalou
passarela e tudo mais que constitui o cenário para o evento, além das
acomodações para os julgadores.
Dr.
Herondino foi escolhido para ser jurado, devido ao notório bom gosto e
observador da etiqueta.
Acomodado
em lugar de honra, com os demais colegas juízes, assistiu as fases preliminares
para a classificação das candidatas. Na hora da apresentação em trajes de
banho, as mocinhas desfilaram com peças minúsculas, que mal dariam para
confeccionar uma fralda, se destinadas para tal.
Dr.
Herondino assistiu de perto, com olhar ao alcance de qualquer míope, a passagem
daqueles estonteantes corpos juvenis perfeitos, sem alterar a fisionomia, sem
dar qualquer “dica” de entusiasmo masculino.
Quando
terminou o desfile, ele disse para os organizadores do certame:
– Já as havia visto peladinhas.
Ante
o espanto de todos foi preciso explicar que o reservado Dr. Herondino fora
neo-natologista da maternidade local, onde elas nasceram e examinadas na
primeira hora de vida.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
POR: JOÄO ROZAS BARRIOS - AS GARRAFADAS
![]() |
Dr. Joao Rozas Barrios - do Movimento Médico Paulista Cafezinho Literário (MMCL) |
AS GARRAFADAS
Texto enviado pelo Dr. William Moffit Harris
Garrafada,
fórmula medicinal preparada com componentes de origem vegetal, mineral e
animal. É um preparado de uso comum entre aqueles que buscam, na medicina
popular, a solução de seus problemas de saúde física, mental e espiritual. Seus
protagonistas ou oficiais, conforme o meio em que se pratica, é formado por
curandeiros, raizeiros, benzedeiros e benzedeiras, rezadores, pais e mães de
santo, catimbozeiros, juremeiros, pajés urbanos e até por pessoas comuns,
simples curiosos entre outros.
Em resumo: beberagem feita por leigos
aplicada como remédio.
A garrafada
é herança das antigas triagas, preparados que existiam desde a Antiguidade
clássica. Como a garrafada permanece no cenário da medicina popular ou rústica
contemporâneo, deve-se admitir que seu poder de cura seja efeito da fé
religiosa que alimenta a esperança de cura, acreditando na sua eficácia. Esse
sentimento não é garantido pela medicina oficial ao doente. Esta a razão de admitirmos
que qualquer tentativa de se explicar esse poder incomum de cura transcende o
nosso entendimento, ultrapassando mesmo o resultado das detalhadas análises
científicas farmacêuticas dos componentes dessas formulações, pois desobedecem
a critérios lógicos de suas funções e de seus efeitos.
As
primeiras fórmulas trazidas pelos europeus ao Brasil eram as chamadas triagas
que eram preparados à base de vinho e mel, acrescidas de substâncias de origem
vegetal, animal e mineral conhecidas desde a Antiguidade. O termo de origem
grega –Theriakè – e latina – Theriaca -, inicialmente significava
antídoto contra envenenamento de qualquer origem.
Essa
história se inicia com Mithriades IV, rei da cidade de Ponto, na Ásia Menor.
Esse monarca, que vivia com medo de ser envenenado, passou a vida tentando
descobrir antídotos contra venenos. Ele os experimentou em seus escravos. Essas experiências passaram à história com o
nome de Mithridatum. Andrômaco,
medico grego oriundo de Creta, e que servira como arquiatra de Nero, denominou
o produto dessas experiências com o nome de Teriaga,
que quer dizer fera.
Com o tempo
a própria Teriaga teve como sinônimo
o termo Andrômaco.
Inicialmente
era preparada com algumas substâncias que se acreditava tivessem propriedades
capazes de neutralizar os venenos das cobras e outros peçonhentos. Com o passar
dos anos, o composto foi sendo enriquecido pelos mais variados ingredientes e
chegou a ter cinqüenta e seis. Esse era o número da fórmula clássica da Teriaga.
Esse
composto, que começara com carne de víboras, sucos de alguns vegetais, sais
diversos, pele de lobo, abelhas amassadas, óleos diversos, teve com o passar do
tempo sua fórmula acrescida de muitos outros elementos.
Galeno foi
o cirurgião dos gladiadores e também um ginasta. Treinava luta Greco romana. Utilizava muito a Teriaga e lhe aumentou os componentes
fazendo com que chegassem a setenta. Ela levava meses para ser preparada e era
guardada em potes e, como o vinho, quanto mais velha, melhor !
Galeno
tinha tanta fé nesse produto que ele pessoalmente a preparava para os
imperadores aos quais servia.
Durante
toda a Idade Média, a Teriaga dominou
a lista de preparados utilizados para combater todas as enfermidades.
Não havia
ninguém, plebeu ou nobre, cidadão ou escravo,
“cultos ou ignorantes, expertos ou
tolos,” que não confiasse cegamente na Teriaga.
Servia para prevenir doenças, curar as picadas de qualquer serpente, tratar as
inflamações e lutar contra a peste negra,
como nos informa Petrucelli.
O inglês
Heberden, que por ter estudado e descrito as saliências que as pessoas
artríticas têm nos dedos, e que ficaram com seu nome – nódulos de Heberden –
realizou uma campanha crítica contra a Teriaga
fazendo que esta passasse a perder a sua popularidade. Entretanto esteve em
farmacopéias da França, Espanha e Alemanha até o último quarto do século XIX.
Sob o ponto
de vista farmacêutico seria um eletuário que é todo remédio de consistência um
pouco mais solida que o mel.
Dr. João Rozas Barrios
Médico Ortopedista em
Sorocaba
domingo, 27 de abril de 2014
POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - MAIS UM PEDESTRE
Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da Sobrames-CE |
Publicado do Jornal "O POVO" , 24/04/2014.
Mais uma morte de pedestre nesta cidade chama a atenção. Há quase um
mês, chorei a morte de amiga de 85 anos, bastante ativa e lúcida. Ao
atravessar a rua, onde os automóveis se postavam parados diante do
semáforo, foi colhida violentamente por um motociclista que não parou.
Semelhança no nome das vítimas: ele, o Thalis; ela, a Taís. Algumas
dessas mortes podem até ser reputadas ao próprio pedestre incauto ou
ignorante em relação às normas do trânsito, contudo é importante que se
discuta a questão da vulnerabilidade de quem caminha nesta cidade, por
necessidade ou prazer.
O pedestre não é portador de
uma carapaça ou armadura que o proteja. Qualquer impacto atinge
diretamente seu corpo frágil. É visível a violência do trânsito onde
imperam a falta de educação, a agressividade inútil e a pressa
desnecessária dos motoristas. Atenção à direção defensiva parece ser um
item negligenciado na prevenção de acidentes. Em 2012, o Detran-CE
contabilizou 413 pedestres mortos no trânsito, correspondendo a 17,19%
entre os óbitos. Acima deste valor, apenas os motociclistas que
corresponderam a 36,91%.
De janeiro a setembro de 2013, foram
contabilizados 736 atropelamentos de pedestres, o que corresponde a uma
média de três ao dia. O risco de morte do pedestre atropelado aumenta
conforme a velocidade do veículo que o atinge. Aos 40 km/h, o risco de
morte é de 30%, eleva-se a 85% aos 60 km/h e é praticamente 100% aos 80
km/h. Construam-se passarelas, disponibilizem-se sinais para pedestres e
outros aparatos destinados à sua proteção.
Contudo,
enquanto o comportamento dos motoristas não for mudado, muitas mortes
ainda ocorrerão. Há necessidade da integração de hábitos simples ao
cotidiano dos guiadores. Dobrar esquinas em alta velocidade, não
reduzi-la ao avistar um pedestre atravessando a rua, enfim, não obedecer
às normas comezinhas da boa civilidade é atitude inadequada no
trânsito. Sem cordialidade e respeito no trânsito, em pouco tempo, uma
verdadeira guerrilha estará instalada, com estatísticas cada vez mais
assustadoras.
Celina Côrte Pinheiro
celinacps@yahoo.com
Médica ortopedista e traumatologista
Médica ortopedista e traumatologista
sábado, 26 de abril de 2014
POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - DIA DAS MÃES
Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da Sobrames-CE |
DIA DAS MÃES
Celina Côrte Pinheiro
Abro o iPad e vejo meus e-mails
ofertas, ofertas, mais ofertas...
Uma delas desperta-me a atenção
"Ofertas especiais para o Dia das Mães"
Procuro em vão o que desejo
procuro mais um pouco e nada vejo
onde estão os carinhos, o amor puro e o desvelo
a mão leve que passa em meus cabelos
o beijo terno agradecido e carinhoso
a flor simples arrancada no jardim
e devagar colocada entre os cabelos...
Isto é tudo que preciso
isto é tudo o que quero
e não vejo...
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