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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

POR: MARCELO GURGEL- REPERCUSSÃO DA GREVE DA UECE NO CURSO DE MEDICINA

Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da Sobrames-CE

Texto postado no Blog do Marcelo Gurgel em 06/01/2014


Em função das três greves docentes, de 2005, 2006 e 2007, que somaram quase onze meses de paralisação institucional, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) levou quase cinco anos para acertar e regularizar o seu calendário acadêmico, compatibilizando as atividades da graduação com as da pós-graduação, que praticamente não sofreram solução de continuidade.
É verdadeiro reconhecer que, como resultado desses movimentos paredistas, houve conquistas importantes, com destaque para: a aprovação de um Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), que equiparou os corroídos salários do magistério da Uece com os das congêneres federais; a abertura de vagas, ainda que modesta, para concurso docente; e uma majoração relativa dos valores para o custeio da universidade, em que pese configurar uma condição sub-financiamento.
Esses ganhos trouxeram uma paz interior que perdurou por mais de um lustro, propiciando aos gestores da Uece, de 2008 a 2012, um período em que essa universidade experimentou avanços qualitativos, tanto na graduação como na pós-graduação, culminando no reconhecimento oficial da Uece como uma das melhores universidades estaduais do Brasil.
Agora, no desenrolar de 2013, a insuficiência de recursos financeiros regulares para manutenção, sobretudo nas unidades interioranas, associada à demora na execução de um concurso público para reposição e expansão do quadro docente e à não regulamentação das vantagens auferidas em 2008, fomentaram um crescente nível de descontentamento, entre professores, o que redundou em decretação de greve, em assembleia geral, realizada em 29 de outubro de 2013.
Em 1º de novembro do ano corrente, o Colegiado do Curso de Medicina, em atendimento à convocação extraordinária, discutiu a decisão tomada na assembleia aludida, ponderando os seus prós e contras, daí emanando as seguintes deliberações principais: 1) a continuidade das atividades do Internato, incluindo as alusivas à colação de grau da turma de 2013; 2) a conclusão do presente semestre para os novos internos de 2014; 3) o prosseguimento das aulas práticas que ocorrem nos serviços fora do campus do Itaperi; e 4) o respeito à decisão individual do docente, que se sinta constrangido a entrar em greve, resolva ministrar suas aulas.
O colegiado da Medicina considerou que as razões para a greve eram justas e mereciam a solidariedade do corpo docente, mas fez restrição quanto à oportunidade da deflagração da mesma, nesse momento, deixando claro que o curso médico da Uece, não era melhor e nem mais importante do que qualquer outro curso ueceano, sendo apenas um pouco diferente dos demais, à conta de suas particularidades. Esse posicionamento contou com o aval majoritário do corpo discente, que se postou contrário à greve na Uece, nas atuais condições.
Por fim, espera-se que governantes e grevistas tenham a sensibilidade para o diálogo capaz de chegar, com brevidade, a um acordo saudável, evitando-se maiores desgastes para as partes envolvidas nesse novo embate.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde Pública-Uece
* Publicado In: Conselho, 102: 7, novembro-dezembro de 2013. (Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará).


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

POR: MARTINHO RODRIGUES - O ÚLTIMO SORRISO

Dr. Martinho Rodrigues - Médico e Membro da Sobrames-CE

O ÚLTIMO SORRISO

Quem escutou
O teu silêncio triste...
E te acolheu
Quando era mais preciso?

Quem recolheu
Teu último sorriso...
E te acenou
Na hora em que partiste?

Martinho Rodrigues

( Em Tempo de Poesia )

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

POR: VICENTE ALENCAR - PRECE DE NATAL

Jornalista Vicente Alencar - Diretor de Cultura e Divulgação da Sobrames-CE


PRECE DE NATAL

Meu senhor, toda a humanidade crê em ti.
como Gaspar, Belquior e Baltazar
também acreditaram.
Meu Senhor,
nesta data do teu aniversário,
que a paz,
a humildade, as virtudes de cada um
construam com muito brilho,
com mais amor,
a esperança na Ressurreição
e em um mundo melhor!
Meu Senhor,
que seu manto de paz,
na alegria de Nossa Senhora
e na sabedoria de São José,
possa nos levar ao Messias.
Que o caminho de todos nós
leve-nos à verdade e à vida
como  ensinaste.
Meu Senhor,
na Glória de Deus,
ajudai-nos a todos.
Amém.

POR: JOSÉ MARIA BONFIM - TARDÍACAS

Dr. José Maria Bonfim - Médico e Membro da Sobrames-CE


TARDÍACAS


É sempre tempo...
mesmo que pareça tarde...
É, sempre tempo
mesmo quando as ilusões não são as mesmas...
Sempre é tempo
para dizer,
para viver,
Para amar e até mesmo para desamar ou recomeçar...
É sempre tempo
Quando flutua um suspiro
Quando uma réstea de lágrima salpica no rosto...
Mas é sempre tempo...
Quando um olhar brilha mesmo furtivamente...
É sempre tempo.
Quando as batidas do coração se apressam...
Pelo medo,
pela angústia,
pela ânsia
pelo temor...
É sempre tempo...
Tardicardiamente...
Sempre é tempo... 
Desde que se não roube a alma...
Ou que ela já esteja se indo
É sempre tempo...
Mesmo que seja tardiamente,
É sempre tempo.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

POR: VICENTE ALENCAR - É TÃO RISONHO!

Jornalista Vicente Alencar - Diretor de Cultura e Divulgação da Sobrames-CE


É TÃO RISONHO!

O amor que te dedico
É tão risonho,
Pois pensando em ti,
eu te proponho, 
Cantar, gritar,
ganhar a corrida
com o vento,
Sentir o sol queimar
a todo momento
sem reclamar da vida
um instante
pois quando te ausentas
meu coração vive tormentos.
O amor que te dedico 
é tão risonho
que espero, choro, reclamo,
acordado sonho,
pois sei que cedo ou tarde
em nosso ninho,
tudo voltará como antes
num imenso oceano de carinho.


Vicente Alencar
(Da Academia Cearense da Língua Portuguesa
e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-
SOBRAMES).

POR: JOSÉ MARIA BONFIM - 25 ANOS SEM PAULO MARCELO


Dr. José Maria Bonfim - Médico e Membro da Sobrames-CE

25 ANOS SEM PAULO MARCELO

Publicado no Jornal DN - DEBATES E IDEIAS - 05/01/2014


Neste janeiro, há 25 anos a Medicina se via desfalcada de um dos seus maiores gênios. Ia-se na distante e cinzenta manhã de domingo o inesquecível Paulo Marcelo Martins Rodrigues. Nunca fui do círculo de amizade do doutor Paulo. Eu um matuto simples dos sertões de Crateús, filho de ferroviário. Ele de estirpe nobre, não pela riqueza, mas pelas tradições políticas e intelectuais que herdara de seu pai. Conheci Marcelo quando aluno da Faculdade de Medicina. Enchi-me de entusiasmo, por um ser humano fantástico. Tornei-me um dos seus mais ardorosos discípulos. Se me faltava saber para acompanhá-lo, sobrava-me veneração, pela lógica do seu pensamento precioso. Pelo equilíbrio do seu raciocínio clínico. Fui seu paciente e por fim seu médico. Não pela minha competência, mas pelo carinho e amor que lhe dedicava. Quando as névoas do desânimo me sufocavam, bastava-me vê-lo. Como se fosse a aurora de uma brisa perfumada, descobrindo um sol de esperança. Nos meus 40 anos de médico, fico feliz de ter reconhecido e convivido, de ter caminhado com uma criatura tão especial. Mesmo neste báratro de 25 anos de silêncio, no desconforto de minha alma, nunca encontrei alguém tão fulgurante. Talento de sublimidade a serviço dos destroçados. Deitava sobre eles olhos de compaixão. Esvaziava-se de si, para enchê-los de esperança. Palpava o corpo e alma. Cheirava os seus odores. Era capaz de provar de seus humores. Um médico que vale gerações. Faiscando de competência apagava com simplicidade as tintas arranhadas de dor. Como é sublime ter conhecido alguém que, despossuído de si mesmo, para ver o padecente encher-se de esperança. Sua existência foi curta, mas sua vida de colocar doçura no lugar do amargor, profícua, consistente e firme de inteligência e de Deus. Foi a Crateús, atrás do padre Kuntz, um santo morador de rua, sobrevivente dos campos de concentração, que morava e dormia no chão num casebre do prostíbulo da cidade. Mas eu pensava; nunca vi um santo curar outro santo. Amava a Medicina, mas amava muito mais o paciente. Trafegava com destemor nos meandros difíceis do diagnóstico. Lutava contra a morte com a tenacidade e humildade de poucos. Este homem existiu. Carismático, amigo, pobre, sofredor, este médico existiu. E eu caminhei bem perto deste monstro sagrado da Medicina.

José Maria Bonfim de Morais
médico cardiologista   

POR: WILLIAM HARRIS E PAULO GURGEL - PUXA-SACO


Dr. William Moffitt Harris - Médico e Membro da Sobrames-CE
O Prof. Dr. William Moffitt Harris, membro titular da Sobrames-CE, médico paulista, residente em Campinas-SP, solicitou a inserção em nosso blog do artigo do colega Paulo Gurgel, acrescido de uma observação sua a respeito do termo PUXA-SACO e congêneres, de acordo com a língua inglesa. Encontra-se abaixo, sob o título "UM PEQUENO COROLÁRIO E ADENDO AO ARTIGO SOBRE PUXA-SAQUISMO DO DR. PAULO GURGEL.
Convidamos nossos seguidores a lerem o texto e a observação de nosso sobramista William.


Dr. Paulo Gurgel - Médico e Ex-Presidente da Sobrames-CE
Arte do Dr. Isaac Furtado

                                     O PUXA-SACO

Publicado no BLOG do Paulo Gurgel 

http://blogdopg.blogspot.com.br/2013/12/o-puxa-saco.html

Origem da expressão 
Começou como uma gíria militar. Para definir os soldados (especialmente aqueles mais solícitos) que puxavam os sacos dos oficiais durante as viagens. Nesses sacos os oficiais guardavam suas roupas, e os soldados, ao puxá-los, passavam a ideia de subserviência. Com o tempo, as pessoas passaram a admitir que os sacos puxados poderiam ser anatômicos, daí o surgimento de novas expressões a estes relacionadas como babão e baba-ovo. Segundo a blogueira Gislaine Lima, puxa-saco tem até dia. É comemorado, informalmente, em 20 de dezembro por ser a data-limite para o pagamento da segunda parcela do 13º salário. Neste dia do ano, todos os puxa-sacos saem pelas ruas à procura do presente de Natal para os respectivos chefes. Sinônimos
Adulador, capacho, chaleira, corta-jaca, incensador, lambe-botas (lambe-esporas), lacaio, pelego, sabujo, turibulário, xeleléu... 
Frases 
Cada frase do adulador é composta de um sujeito, um predicado e um cumprimento. (Georges Clemenceau) Nenhum puxa-saco suporta uma auditoria. O puxa-saco serve a quem não tem amigos de verdade. Formiga e puxa-saco há em todo lugar. Quem puxa saco, puxa tudo. Inclusive tapete. O puxa-saco sai até na radiografia do chefe. 
► Músicas 
1 - O cordão dos puxa-sacos (c/Anjos do Inferno) Lá vem o cordão dos puxa-sacos / dando vivas a seus maiorais / quem está na frente é passado pra trás / e o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais. (Marchinha de Roberto Martins e Frazão) 
2 - O puxa-saco (c/ Jackson do Pandeiro) Vou arranjar o lugar de puxa-saco / pois puxa-saco tá se dando muito bem. 
3 - O xeleléu, (c/ Coronel Ludugero) Xeleléu, ô xeleléu / o teu lugar tá garantido lá no céu. 
4 - O puxa-saco (c/ Zeca Pagodinho) É um carrapato, uma cola, um chiclete / esse cara do chefe não quer desgrudar. 
O personagem Fagundes Criação do cartunista Laerte, é um puxa-saco de mão cheia. Todos os momentos de sua existência são dedicados a enaltecer o chefe – para o desespero deste! O "chefinho", para Fagundes, será sempre o primeiro e único! Títulos de algumas das tiras com este personagem: Todo mês compro a "Playboss", a revista do puxa-saco de bom gosto. Alguém já lhe disse hoje que o senhor é simplesmente o máximo? Quem não vive para servir, não serve... In: Galeria do Fagundes Como dizer puxa-saco em inglês Acredito que há muita gente por aí dizendo: “puxa saco em inglês é apple-polisher“. Afinal, essa é a expressão mais referida para chamar alguém de puxa-saco em inglês. No entanto, saiba que o termo apple-polisher atualmente é raramente usado! Apesar de alguns dicionários ainda o registrarem, autores de livros insistirem em seu uso e professores fazerem questão de ensiná-lo a seus alunos, apple-polisher não é tão usado assim, embora alguns digam que as crianças – e olhem lá! – fazem mais uso dela! In: Inglês na ponta da língua Certamente não é pull bag! É de pequenino que se puxa o saquinho Ou: 10 maneiras de reconhecer um puxa-saco ainda na infância

"UM PEQUENO COROLÁRIO E ADENDO AO ARTIGO SOBRE PUXA-SAQUISMO DO DR. PAULO GURGEL. 

Dr. William Moffitt Harris

Em inglês vai-se diretamente ao conteúdo DON'T SCRATCH MY BALLS (não me encha o saco) e como contrário a nossa expressão "ele é um pé-no-saco" é vertido para HE IS A PAIN IN THE NECK. "Puxa-saco" em inglês é SERVILE FLATERER, porém considerado pejorativo e ofensivo; a atitude servil de um garçom, por exemplo, aqui considerada normal, entre os ingleses é DISGUSTING e depreciativo.