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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

POR: JOSÉ WILSON DE SOUZA - FELICIDADE



                        
Dr. José Wilson de Souza - Médico e Membro da Sobrames-CE

 FELICIDADE


Seguindo sempre pela estrada 
durante o dia ou com a noite chegando.
Tento pegar as crinas de uma montaria,
que deram o nome de  felicidade ,
e que só passa uma vez por dia.

Chegou a noite.  Amanhã o reinicio
por um novo caminho. Não seguirei um já feito,
na curva  poderei cair em um precipício,
sentinela  traiçoeira,   uma  cruz no peito 

Volto para as curvas da estrada 
que matematicamente é uma reta.
Passa por mim a montaria  alada.   
Do meu esconderijo atiro uma seta,
que não acerta. Um sonho, mais nada

Outra madrugada se foi, chega o outro dia,
nova esperança. Continuo a caçada,
incansavelmente,  em busca da montaria,
que só vou  parar quando a tiver laçada.

POR: ISAAC FURTADO - PENA DE ESCREVER

 
Dr. Isaac Furtado - Médico e Membro da Sobrames-CE

Bandeira da Sobrames-CE - arte do Dr. Isaac Furtado
Pena de escrever
Faço pena clara, pena escura,
faço pena arrepiada, lisa,
pena fina ou dura.
Faço pena que faz traço,
silhueta a riscar no chão.
Faço poesia prima com a pena do gavião.
Faço pena preta da asa do Anum,
pena de Pomba branca, Pavão ou Jacu.
Só não tiro a pena maldita
do rabo do Urubu.
Faço pena alegre e bem faceira,
que dança com a serpente
a pairar bem rente
no meio da nossa bandeira.

POR: VICENTE ALENCAR - SONHOS

 
Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e divulgação da Sobrames-CE
 
SONHOS


Não deixe que os meus sonhos
desapareçam junto a palavras vãs.
Recolha retalhos  dos meus carinhos,
pedaços de minha alma,
e faça-me sentir que o mundo
existe para os enamorados.
Quando acreditei que o luar
é carinhoso com os amantes,
eu pensava no brilho dos teus olhos,
no sorriso aberto do teu rosto
e nos beijos ardentes
que fazem-me feliz!
Não deixe que os meus sonhos
desapareçam
pois assim
morrerei de dor,
de paixão,
de desamor.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

POR: GERALDO BEZERRA - GRAVATA DANIFICADA


 

 Dr. Geraldo Bezerra - Médico e Ex-Presidente da Sobrames-CE

Caricatura - Isaac Furtado


      

                                Gravata Danificada

         Zezão foi ao pemba e Chico Fulô também foi...
     Até aí, nada de novo porque difícil um homem do Orós, solteiro ou mesmo casado, que não frequentasse aquele lugar para se encontrar com as meninas da Minervina, ou seja, as quengas.
     Sucedeu que Zezão, naquela noite, tomou muito mais cachaça do que su-portava a sua lucidez e se transformou num bêbado desses que fazem patifaria.
     Chico Fulô não tinha nada com isso. Elegante, envergando seu inseparável paletó, exibia vistosa gravata vermelha.
     Zezão, que há tempo procurava encrenca, bateu com os olhos na elegância de Chico Fulô que se posicionava todo pachola em lugar onde podia ser visto e também ver tudo e todos. Não era homem de briga, nem de cachaça.
     Zezão, à procura de confusão e conhecendo Chico Fulô como um homem desprovido de qualquer resquício de coragem e valentia, viu ali o adversário ideal para o seu objetivo de fazer correr com medo um cabra qualquer. Aproximou-se, olhou bem na cara do Chico e, num gesto rápido, agarrou a gravata do coitado e com uma afiada peixeira de doze polegadas, cortou-a bem no tronco enquanto dizia:
     - Ora, pra onde vai este negro de gravata, homem? Corre, seu fi-d’ua-égua!
     E o Chico Fulô correu mesmo, quebrando velames, só com o nó da gravata amarrado no pescoço.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

POR: DAVI LOIOLA - LETRAS QUE CURAM



Por: Davi Loiola, em Homenagem ao amigo Sebastião Diógenes



letras que curam



são palavras jogadas na alma

são contos contados com o coração

são poemas de verdade

letras que curam



curam a ignorância

expõem a dor e a alegria

a seca e a chuva

o riso e a lágrima





letras que curam

histórias de joão e joana

crônicas do sertão

textos de Luiz e Sebastião





letras que curam

vindas de doutos doutores

que observam a vida e os seus dissabores

os mortais e seus quefazeres.