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sábado, 6 de julho de 2013

POR: MARCELO GURGEL - LOGO NA ENTRADA OU NA SAÍDA



Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

 LOGO NA ENTRADA OU NA SAÍDA 
  Publicado In: SOBRAMES – CEARÁ. Receitas literárias. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2010. 240p. p.183.


O Prof. Walder Sá ministrava aula prática aos seus alunos do quinto ano de Medicina, no Serviço de Proctologia do Hospital Universitário Walter Cantídio da UFC. Após examinar um paciente, um lavrador procedente no interior cearense, pontificou:

– Há um pequeno botão hemorroidário, logo na entrada – disse o médico, mostrando aos acadêmicos.

Nisso, o rurícola, deitado na posição de quem dirige suas orações à Meca, e ciente da sua condição masculina, virou o rosto e corrigiu:

– Entrada não, “dotô”; só saída.

Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Medicina e da Sobrames/CE


segunda-feira, 1 de julho de 2013

POR: VICENTE ALENCAR - VULCÃO


Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e Divulgação da SOBRAMES-CE
VULCÃO

Vulcão aberto em sorrisos
Vulcão aberto em carinhos
Vulcão aberto em gestos,
Vulcão aberto em lutas corporais,
tão intensas,
tão tenazes,
tão amorosas,
que superam, ultrapassam
o controle de extenuados corpos
no movimentado exercício do amor maior.
Indo e vindo,
vibrando.
dilacerando e sorrindo,
vivendo o delicioso momento 
da volúpia.
Vulcão aberto em sorrisos,
tu escorres por caminhos
tão deslumbrantes e quentes,
que não há tempo de olhar para trás.
Tudo é vida,
tudo é inquietação,
tudo é desejo,
tudo é amor,
tudo é paixão,
tudo acontece, 
vibra o Vulcão.

Vicente Alencar
(Da Sociedade de Cultura Latina 
do Brasil - Secção do Ceará.)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

POR: ISAAC FURTADO - V


Dr. Isaac Furtado - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
V

Vaia ao V de vingança, aos valores vãos, aos vândalos da vez.
Vaia ao vil metal que vomita vazios.
Vaia à toda violência que vaticina vítimas, e volve revoluções.
Vaia aos vilões do governo que viciados vivem impunes.

Viva ao V das virtudes dos bons!
Viva à democracia que nos une!
Viva aos valores plenos da vida!
Viva para que o melhor seja vindouro!

POR: GERALDO BEZERRA - AQUELA LUA BRANCA QUE ALI ESTÁ



 
Dr. Geraldo Bezerra- Médico e Membro da SOBRAMES-CE
AQUELA LUA BRANCA QUE ALI ESTÁ

1

E uma imensa lua branca

Iluminou tão linda o nosso céu,

Mas não brilhou em vão aquela lua,

Brilhou pra festejar o nosso dia,

Pois hoje, minha amada companheira,

Trintanos completamos de um amor

Que haverá de unir-nos

Por toda a eternidade.



Ainda te vejo jurar emocionada

Que haveria de me amar

Em todos os momentos,

Na saúde e na doença,

Na alegria e na dor...

E assim tem sido, amor.

Não foram poucos os momentos

Que, juntos, nós dois passamos

Ao longo destes trintanos.

Na saúde, foste minha companheira,

Na alegria, sorriste com meu sorriso,

Na dor, quando houve dor,

Foste sempre o lenitivo

De que tanto precisei.

Nas doenças que sofri,

Foste minha enfermeira,

Minha mãe e minha deusa.



Assim, cumpriste sempre o teu papel

E não juraste falso, meu amor.

Tens sido a companheira

Que tanto sonhei ter em minha vida.

Por isto, eu te amo para sempre

Enquanto amar meu peito conseguir.



2

Aquela lua branca que ali está

Me faz entrar em transe e sonhar

E volto eu no tempo e no espaço

E, ao lado teu, muito feliz,

Contemplo outro luar, nosso primeiro,

Jurando amar-te por toda a minha vida.

Ou não é sonho, é nossa verdade?

Quantos luares temos contemplado,

Cada vez mais apaixonados?



É isto, amada,

Aquela lua branca que ali está

É a mesma do nosso luar primeiro,

É a mesma do nosso sempre,

É a mesma da nossa eternidade.

Aquela lua branca que ali está

É o brilho do teu olhar

Quando dizes que me amas.



3

Nunca vai deixar de haver luar...

Sempre vou te ver altaneira

Em forma de luar.

                             

                                  13 de abril de 2006.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

POR: GERALDO BEZERRA - JUSTO PROTESTO DE UM BÊBADO



Dr. Geraldo Bezerra - Médico e Membro da SOBRAMES-CE


JUSTO PROTESTO DE UM BÊBADO


         Jovem médico, trabalhando em Juazeiro do Norte, fui solicitado pelo Dr. Napoleão, da cidade de Jardim, para dar três dias de plantão em seu pequeno hospital, já que o mesmo tinha que se ausentar para assistir, em Recife, à formatura de um filho.

         Fui. Tudo bem, cidade pequena e pacata, quase não tive trabalho, acostumado que era com os plantões movimentadíssimos do Hospital São Lucas, de Juazeiro. Aproveitei mesmo foi para me divertir ouvindo “causos” que me contava um auxiliar de enfermagem, muito conversador. Contou-me de um baixinho que morava bem em frente ao hospital, dizendo que o referido, um dia, tomou um pileque tão brabo que subiu a pequena ladeira, à chegada de sua casa, literalmente engatinhando. Mas não bebeu por gosto, não senhor! Bebeu foi por desgosto e contrariedade por causa da ingrata da esposa – no seu pensar. Foi assim: vivia a tal esposa manifestando o desejo de possuir um conjunto de poltronas e sofá em sua humilde sala. Calado, o pobre homem decidiu surpreendê-la e, no fim do mês, planejou muito mal o destino do seu minguado salário. Em vez da bodega ou do mercado, onde comprar mantimentos, compareceu foi à mais sofisticada loja de Jardim e ali comprou, à vista, o mais bonito conjunto de assentos que uma sala jardinense conheceria. Chegou ao seu lar com a prenda, crente que iria abafar. Qual o quê? Tomou o mais agressivo cagaço da sua vida, até então, cagaço este somente superado em desaforos e descomposturas pelo segundo com que a mulher lhe saudou naquela mesma tarde. Humilde, não respondeu aos insultos da esposa, até por conferir-lhe razão, em face às suas ponderações de que haveriam de se sentar naquelas vistosas poltronas para comer vento ou morrer de fome.

         Voltou com a mercadoria na mesma carroça em que a trouxera e foi tentar desmanchar o negócio. Conseguiu e, então, com menos dinheiro investido, comprou um fogão a gás butano, outro antigo sonho de sua companheira. Quando apresentou a nova prenda, recebeu da sua predileta o festival de desaforos já referidos acima.

         Mais uma vez, conseguiu devolução do dinheiro, mediante a igual devolução da mercadoria adquirida.

         Com seu capital recuperado e o seu brio profundamente ofendido, humilhado que fora por aquela ingrata a quem só quisera fazer um agrado, entrou no mais movimentado bar de Jardim e bebeu cana até colocar sobre o balcão seu último tostão, para pagar a saideira.

         Chegou engatinhando, cheio de cachaça e de razão, bolsos vazios e coração aliviado.

         Desta vez, a desaforada não deu uma palavra, que valentia de esposa tem as horas.

terça-feira, 25 de junho de 2013

POR: JOSÉ WILSON DE SOUZA - PERDIDO NO CAMINHO



Dr. José Wilson de Souza - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
                                   PERDIDO NO CAMINHO                                                                                                                          
Estou perdido em teus braços
Não consigo encontrar-me na paz
do lar que sempre busquei.
Estou perdido no caminho de casa.
Estou no meio do caminho
de onde fui aprisionado
nesta prisão que é tua alegria

Fujo quando me sinto liberto,
tu me alcanças e me prendes,
mas quero retornar.
Fico novamente no meio do caminho.
Só, sozinho
sem a paz do meu lar

Quando estou contigo
sinto-me novamente aprisionado
por esta efêmera alegria,
parado sem poder ir
perdido sem poder voltar.

Quando me soltas,
embora eu procure esquecer
nos momentos de refúgio no lar
cada vez mais aumenta o desejo de te encontrar
Que farei?
Ajude-me a encontrar
uma maneira de te esquecer
ou ajude-me a esquecer
esta forma desorganizada de te querer!

(escrita em 1987)