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sexta-feira, 3 de maio de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
POR: EDGARD STEFFEN - PERDIDO EM ROMA

Dr. Edgard Steffen - Médico Pediatra e Escritor

e-mail edgard.steffen@gmail.com
Perdido em Roma
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa"
Notícia publicada na edição de 23/03/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na
página 2 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Quem tem boca vai a Roma (Aforismo popular)
Este brocardo repetido ad nausean indica que você encontra qualquer endereço, se não tiver vergonha ou preguiça em perguntar. Na internet, versão tenta mudar o sentido. A frase correta seria: "Quem tem boca vaia Roma". Não creio seja verdadeira. Alguns césares como Calígula e Nero mereceriam vaias, mas o antigo Império Romano tem de ser visto, ao lado da Grécia Antiga, como base da Civilização Ocidental. O Cristianismo teria grandes dificuldades na expansão, não fossem a extensão territorial do Império, as estradas construídas para deslocamento das legiões e o beneplácito do Direito Romano.
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa". Neste mundo moderno, turístico, das viagens facilitadas, quem tem dólares (ou euros) vai a Roma. Ver o Papa já é outra conversa. Leve binóculo. A não ser que Francisco mude o procedimento padrão e desça à Praça de São Pedro, você somente poderá vê-lo muito de longe, na janela de onde saúda fiéis e turistas. Visitar o Vaticano vale a pena. Ao circular pelas igrejas e museus, de muito perto, você poderá ver o que de melhor o Renascimento produziu, tanto em pintura quanto em escultura.
A cidade-estado é um enclave murado dentro de Roma. Com seus 0,44 km e aproximadamente 832 habitantes, é o menor país do mundo tanto em área quanto em população. Fora do enclave, pertencem ao estado eclesiástico o Palácio de Castel Gandolfo e três basílicas (São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros). Pelo Tratado de Latrão (11/02/1929), o ditador fascista Benito Mussolini reconheceu o Vaticano como estado soberano, independente, neutro, inviolável e sob a autoridade do Papa.
Obelisco egípcio, construído há mais de 4.000 anos, marca o centro da Piazza San Pietro. Calígula trouxe o troféu, do Egito, para marcar o centro do Circus Maximus. Ao pé desse marco, o apóstolo Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O Papa Sisto V (1586) mandou colocar o obelisco no centro da Praça. Modificou-o: no globo metálico dourado foram depositados fragmentos do lenho original; no ápice, cruz metálica.
No interior da Basílica de São Pedro a maior do mundo você poderá apreciar a Pietà, esculpida em mármore de Carrara, por Michelangelo. São duas figuras: a Virgem e o Filho. Desde que um louco tentou destruí-la a marteladas, a escultura está protegida por uma caixa de cristal à prova de balas. Se você prestar atenção, perceberá que o genial escultor modificou as proporções das figuras para dar beleza à obra. A Mater Dolorosa está sentada; é muito maior e corpulenta que o Crucificado ao seu colo.
Se reduzíssemos aos tamanhos naturais, Jesus mediria 1,80 m enquanto Maria teria mais de dois metros de estatura. A genialidade do escultor inferiu a tendência a se ter piedade da figura menor. A Madonna face bela apesar do sofrimento parece mais nova que o Filho. Criticado, o escultor teria replicado: "A Mãe de Deus nunca envelhece!". Na Capela Sistina, você terá de entortar o pescoço para apreciar outra obra prima de Michelangelo. Na abóbada, cenas bíblicas pintadas pelo genial artista (que trabalhou deitado).
Na única ocasião em que pude visitar a Europa (1975) quis ver o Moisés de Michelangelo. Andei quilômetros a pé graças a meu precário entendimento da língua italiana. De informação em informação, zanzei muito antes de chegar ao objetivo. Cheguei até a entrar na basílica de Santa Maria Majore. Prova que pela boca se vai a Roma, mas, para não se perder, precisa falar e entender o italiano.
- Fontes: Wickipedia, Admirável Mundo Médico ( A.J.C. Bezerra), César e Cristo (W.Durant).
Este brocardo repetido ad nausean indica que você encontra qualquer endereço, se não tiver vergonha ou preguiça em perguntar. Na internet, versão tenta mudar o sentido. A frase correta seria: "Quem tem boca vaia Roma". Não creio seja verdadeira. Alguns césares como Calígula e Nero mereceriam vaias, mas o antigo Império Romano tem de ser visto, ao lado da Grécia Antiga, como base da Civilização Ocidental. O Cristianismo teria grandes dificuldades na expansão, não fossem a extensão territorial do Império, as estradas construídas para deslocamento das legiões e o beneplácito do Direito Romano.
Outro mote a designar grande perda de oportunidade reza "Ir a Roma e não ver o Papa". Neste mundo moderno, turístico, das viagens facilitadas, quem tem dólares (ou euros) vai a Roma. Ver o Papa já é outra conversa. Leve binóculo. A não ser que Francisco mude o procedimento padrão e desça à Praça de São Pedro, você somente poderá vê-lo muito de longe, na janela de onde saúda fiéis e turistas. Visitar o Vaticano vale a pena. Ao circular pelas igrejas e museus, de muito perto, você poderá ver o que de melhor o Renascimento produziu, tanto em pintura quanto em escultura.
A cidade-estado é um enclave murado dentro de Roma. Com seus 0,44 km e aproximadamente 832 habitantes, é o menor país do mundo tanto em área quanto em população. Fora do enclave, pertencem ao estado eclesiástico o Palácio de Castel Gandolfo e três basílicas (São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros). Pelo Tratado de Latrão (11/02/1929), o ditador fascista Benito Mussolini reconheceu o Vaticano como estado soberano, independente, neutro, inviolável e sob a autoridade do Papa.
Obelisco egípcio, construído há mais de 4.000 anos, marca o centro da Piazza San Pietro. Calígula trouxe o troféu, do Egito, para marcar o centro do Circus Maximus. Ao pé desse marco, o apóstolo Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo. O Papa Sisto V (1586) mandou colocar o obelisco no centro da Praça. Modificou-o: no globo metálico dourado foram depositados fragmentos do lenho original; no ápice, cruz metálica.
No interior da Basílica de São Pedro a maior do mundo você poderá apreciar a Pietà, esculpida em mármore de Carrara, por Michelangelo. São duas figuras: a Virgem e o Filho. Desde que um louco tentou destruí-la a marteladas, a escultura está protegida por uma caixa de cristal à prova de balas. Se você prestar atenção, perceberá que o genial escultor modificou as proporções das figuras para dar beleza à obra. A Mater Dolorosa está sentada; é muito maior e corpulenta que o Crucificado ao seu colo.
Se reduzíssemos aos tamanhos naturais, Jesus mediria 1,80 m enquanto Maria teria mais de dois metros de estatura. A genialidade do escultor inferiu a tendência a se ter piedade da figura menor. A Madonna face bela apesar do sofrimento parece mais nova que o Filho. Criticado, o escultor teria replicado: "A Mãe de Deus nunca envelhece!". Na Capela Sistina, você terá de entortar o pescoço para apreciar outra obra prima de Michelangelo. Na abóbada, cenas bíblicas pintadas pelo genial artista (que trabalhou deitado).
Na única ocasião em que pude visitar a Europa (1975) quis ver o Moisés de Michelangelo. Andei quilômetros a pé graças a meu precário entendimento da língua italiana. De informação em informação, zanzei muito antes de chegar ao objetivo. Cheguei até a entrar na basílica de Santa Maria Majore. Prova que pela boca se vai a Roma, mas, para não se perder, precisa falar e entender o italiano.
- Fontes: Wickipedia, Admirável Mundo Médico ( A.J.C. Bezerra), César e Cristo (W.Durant).
POR: GERALDO BEZERRA - UMA ESPOSA DESCONFIADA
Dr. Geraldo Bezerra - Médico e Membro da SOBRAMES-CE |
UMA ESPOSA DESCONFIADA
O atual muito bem sucedido anestesista um
dia já foi um recém-formado, recém-casado, recém-contratado pela Casa de Saúde
de determinada pequena cidade cearense. Sua respeitável esposa, hoje doutora em
leis, exemplar mãe de família, um dia já foi uma ciumenta jovem recém-casada,
sem grandes preocupações ou quifazeres.
Foi o bastante: sabendo do marido jovem, inteligente,
possuidor de razoáveis atrativos físicos e bastante simpático e, ainda mais,
médico, numa cidade minúscula no interior do Ceará, aquela jovem senhora
danou-se a tirar precipitadas conclusões: “E você vai é namorar, e isto não vai
dar certo, e eu estou é sendo besta, e aquelas vagabundas...” etc e muito mais.
Com o saco muito cheio, mas ainda com uns
saldos de paciência, teve o doutor uma idéia:
- Minha querida, pois vamos passar uma
semana lá comigo.
- E eu vou mesmo, que é para aquelas
sirigaitas ficarem sabendo que você tem
dona. E vamos logo!
O ônibus chegou à cidadezinha umas quatro
horas da tarde daquela segunda-feira trazendo uma nova passageira. Desceu meio
assustada com a desimportância da cidade, mas seguiu direto para o hospital
onde o marido a aguar-dava, ele que viera antes. Enquanto caminhava,
(des)apreciando tudo que via, um redemoinho varreu logo ao seu redor,
condecorando-a com generosas porções de terra em formato de poeira vermelha.
Limpou os olhos e seguiu sob curiosos
olhares que a incomodavam mais que o vento e a poeira. Chegou ao que se
convencionara chamar de hospital e encontrou seu marido ocupado em
consultar
vasta multidão, mas não viu ainda as belas mulheres que certamente o atacariam
mais tarde (mas iam ver!). O marido a recebeu contente, gentil, mas no íntimo
antegozando as inúmeras decepções que sofreria sua bem-amada.
Terminado o expediente, convidou-a ao
banho no apartamentozinho que ocupava no andar superior. Ela detestou o serviço
de jogar água no corpo com aquela lata de óleo de cozinha. Terminado o
desconfortável banho, desceram para o jantar. A carne de bode estava meio dura
e salgada, a farofa e o macarrão muito oleosos e o arroz não vira sal. A
Coca-cola teria salvo o momento, se estivesse gelada. Fome maior que a vaidade,
depois de saber que não existia restaurante ou pizzaria na cidade, andou
comendo seus pedaços de bode conformadamente.
Subiram ao apartamento já na hora em que o
rádio chiava a Ave-Maria. Para jovens recém-casados, tudo é festa, menos uma
nuvem de muriçocas que entrem sem bater e todas com seus motores ligados e seus
ferrões em riste. Entre
tapas e gritos de protesto ia se defendendo das agressivas e barulhentas
voadoras, ajudada por possante ventilador, mas, para completar seu infortúnio e
aumentar seu desespero, o diabo daquele ventilador era movido a energia
elétrica e esta resolveu faltar e faltou. A tudo isto o maridão assistia
passivo e mal disfarçando o zombeteiro sorriso. Desesperada, sentou-se na
janela, a ver se recebia qualquer migalha de vento, que por sinal se fazia
ausência. Melhorou um pouco com a chegada do vento Aracati, mas só conseguiu
dormir já bem tarde, quando voltou a funcionar o ventilador, com o retorno da
energia.
Não esperou o sol nascer. Mal quebrou a barra,
antes dos primeiros trinados com que a passarinhada costuma saudar o dia que
chega ao sertão, aprontou-se e acordou o marido só para dizer-lhe estas
palavras:
- Se tu não tens sentimento, nem
acanhamento de trabalhar numa merda desta, é problema teu, mas eu que não fico
mais aqui!
E ele, muito gozador:
- Mas, minha filha, não vai passar ao
menos uns dois ou três dias neste lugar tão bom, segundo suas opiniões?!
Virou uma arara...
quarta-feira, 1 de maio de 2013
POR: CELINA CÔRTE - SOLIDÃO
Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE SOLIDÃO |
Primeiro lugar no gênero
Prosa, no concurso Edith Braga, promovido pela AJEB em 2012. Premiação feita
por ocasião do lançamento do 7º volume da coletânea POLICROMIAS, da AJEB, em
23/04/2013.
Vida
solitária, inundada por lembranças do passado. Depressão. Quem sabe devesse se casar
novamente... Celeste, a esposa, morrera jovem. Em seu lugar, apenas um enorme
vazio. Não haviam tido filhos e não fosse a velha empregada que permanecera na
casa, Afrânio estaria completamente só. Nenhum vizinho ou amigo, sequer um animal
de estimação...
Naquela noite, foi impelido a se arrumar um
pouco. Vestiu o terno mofado pelo tempo de guardado, escolheu uma entre as
poucas gravatas, retirou o chapéu de massa da caixa e se encaminhou até o
pequeno espelho do banheiro. Penteou-se, perfumou o rosto e o pescoço com colônia
de aroma já despedido, ajeitou o chapéu na cabeça e saiu. A empregada estranhou
que o patrão partisse sem jantar. “Deixa pra lá... Coisa de velho! Mais tarde,
ele come...” – pensou. Era discreta. Não se intrometia na vida de patrão.
Na rua, Afrânio olhou para o céu e viu a lua
muito redonda, brilhante. Pensando bem, há tanto tempo não olhava para outra
direção. Nem para dentro de si mesmo... Encantou-se com a esplendorosa lua
parecendo solta no espaço. Sentiu-se seduzido pelo brilho e a liberdade. Tentou
aproximar-se dela e caminhou em sua direção, desatento ao resto do mundo. Por
mais que tentasse, a distância entre os dois parecia não mudar. Mas ele
insistia, insistia... Subiu ruas, desceu ladeiras, atravessou montanhas e rios.
Interrompeu sua busca apenas no dia seguinte quando a lua desapareceu. Mas já
se apaixonara e ali permaneceu até a noite quando ela voltou para brincar com
ele. Brincaram tanto que ele, cansado, virou estrela...
segunda-feira, 29 de abril de 2013
POR: VICENTE ALENCAR - SENTIR SAUDADE
SENTIR SAUDADE
Sentir saudade
é ficar longe estando perto.
Sentir saudade
é perceber o coração apertado
Sentir saudade
é ouvir sem companhia a hora do "angelus"
Sentir saudade
é ver o por do sol sozinho
Sentir saudade
é um estado de espírito.
POR: FRANCISCO ANTÔNIO TOMAZ RAMOS - ANGÚSTIA
ANGÚSTIA
Vamos, meu pai, segure na minha mão
Converse, como fez
comigo outrora,
Caminhe ao meu lado pela vida afora
Para minimizar esta solidão
Chame o sacerdote, meu prezado irmão:
Vamos escutar uma prece agora
porque preciso, nesta justa hora,
Tirar de minha mente tanta opressão.
Com o tempo, tudo na vida passa;
mas preciso de sua companhia
prá não pensar apenas em desgraça.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
POR: JOÃO DE DEUS PEREIRA DA SILVA - O ARREPENDIMENTO
O ARREPENDIMENTO
Se eu nunca houvesse conhecido
não estaria tão triste, tão sozinho;
este poema não teria em mim despertado
o pranto, ou este não me teria delicado!
Eu sei, tu em mim ainda pensarias
se junto a ti me houvesse desculpado
sobre nossas rusgas d'amor. porque
esquecer
que o dia termina ao anoitecer?
Quando a lua do céu ilumina os moribundos
ou quando as estrelas brilhantes estão presentes,
uma emoção, um sentimento tão belo quão profundo
Minh'alma nutre, meu pesar se deixa ir...
Mas a vida do poeta é assim, ou quase sempre,
sonho apenas, pois eu penso só em tí!
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