POR REBECA DIÓGENES: HÁ UM TODO EM PEDAÇOS …

  

   Há pedaços de mim espalhados pelos caminhos que percorri. Alguns ficaram em abraços que nunca mais aconteceram, em palavras que se perderam no vento ou em silêncios que gritaram mais do que eu podia suportar. Há memórias que carrego como cicatrizes, e outras que abandonei porque pesavam demais.

  Hoje, sigo como se inteira fosse. Porque é isso que a vida pede de nós, não é? Um passo de cada vez, um sorriso no rosto, mesmo quando o coração carrega suas próprias faltas. Mas no fundo sei que a inteireza é uma ilusão que criamos para continuar. Porque, na verdade, somos feitos de pedaços – os que ficaram e os que partimos.

   A vida tem dessas coisas: leva algo de nós e, ao mesmo tempo, nos molda. Cada ausência, cada despedida, cada renúncia, constrói um novo eu. Não sou mais a mesma de ontem, e talvez nunca seja quem fui. Mas entre os pedaços que faltam, há também espaço para novos começos, para novos pedaços que, quem sabe, me completem de outra forma.

   E assim, mesmo incompleta, continuo. Porque há beleza em ser imperfeita, em saber que, mesmo com as perdas, sigo tentando. Não porque quero me refazer, mas porque aceito que ser inteira não é sobre ter todos os pedaços, mas sobre aprender a viver com os que ficaram.

VAMOS VIVER - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

VAMOS VIVER

Deixe a chuva cair,

Que ela molhe meus pés,

E afaste minhas tristezas,

Que ela lave minha solidão e se misture às minhas lágrimas,

Em uma torrente de calma,

Vamos viver!

Deixe a chuva cair,

E me convide partir a um futuro molhado,

Ao futuro lavado, de mágoas e tristezas,

Deixe a chuva cair, em um enlevo mágico,

Molhando meus pés aflitos pelos caminhos certos,

Deixe a chuva cair, refrescando a brisa,

Suavemente precisa ,em aspergir na minh'alma,

Um horizonte de luz,

Vamos viver a vida!

Deixe a chuva cair,

Pois preciso dela, 

Para olhar na janela,

As gotas caindo, as gotas molhando,

As gotas viajando,

As gotas partindo, 

Elas me dizem :

Vamos viver a vida! 

É preciso coragem, 

Para ir além da porta,

Provar da água pura que brota, 

Do céu azul e choroso,

Sabendo que depois da catarse,

O sol se abre, a natureza agradece,

E mais uma vez ela diz: Vamos viver a vida!

É preciso coragem para enfrentar chuva e sol,

Sem perder a esperança,

De que a graça de Deus nos basta e cura nossas feridas.

TEU JARDIM - Por Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

TEU JARDIM

Dedico este poema à minha mãe Maria Helena

Mãe, entendo a majestade de tua construção, 

A natureza que cultivaste com tuas próprias mãos,

Que agora te saúda como se fora uma falta,

Por não estares acariciando as flores que plantaste,

Este jardim, tua obra de arte,

Provocada por teu desejo mais íntimo,

De contemplares a Deus assistindo tudo que tão bem fizeste,

Não há tristeza ,nas flores,arbustos ou árvores, 

Elas exalam só a saudade de tuas carícias,

Com as quais semeastes,

A divina lembrança do teu amor pela natureza em flor,

Que agora se derrama através de dias e noites,

Buscando o perfume lindo,

Do teu desejo que embora partindo,

Revelam o carinho que cuidaste do teu céu na terra.

ANJO DA NOITE - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

ANJO DA NOITE

Para Yélena Teles/ na madrugada

Vasculha teu quarto em desarranjo ,à noite, 

A desordem assiste teus olhos astutos,

Que ostentam a paz que te segue sempre,

Ela nem se importa com tanto barulho, 

O desdém por sapatos,roupas e embrulhos,

Pois tua alma é calma e teu gesto é perfeito,

Traz para perto só amor e contento,

Não há tempo para arrependimentos,

Tua vida segue limpa,perfeita e segura,

Deus favorece teus passos,

Sejam no presente ou futuro,

Para um destino feliz ,cheio de luz e perfeição, 

Com teus olhos esfuziando paz e perdão,.

Aos que não entendem tua desordem sempre certa.

32 SEMEANDO CULTURA - SOBRAMES-CE - ARGOLLO DE MENEZAS - O LEGADO DE 20 ANOS JM

 

ENCONTRO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 Encontro

Te pronunciei amor eterno,

Tu negaste que eu conseguiria,

Não há dificuldade para mim,

Pois habitaste para sempre meu coração,

Certo como o dia nasce,

Certo como o sol se põe,

Como as estrelas brilham no firmamento,

Com auxílio de mãos eternas,

Estas mesmas que me enchem de contento,

Cada vez que te encontro em meu peito,

Onde habita esse coração que conquistastes,

A cada dia de nosso singelo amor,

Ele arde de quereres,

Sem que precises me dizer que alhures findaria,

Já te respondo dia a dia,

Que ele avança incontinenti,

Trazendo- me  paz, amor e segurança,

De que em um relance de teu olhar,

Penetre todo o amor que guardei,

Na afã de te encontrar,

E dizer que para todo o sempre te amarei.

CONVITE: 32ª edição do Semeando Cultura da SOBRAMES Ceará

📢 Atenção, amantes da cultura e da medicina!

A 32ª edição do Semeando Cultura está imperdível! 🌱✨ No dia 11 de novembro, às 19h, teremos uma conferência especial com Argollo de Menezes, membro honorário da SOBRAMES e CEO do Jornal do Médico. Ele abordará os 20 anos de legado do Jornal do Médico, destacando momentos marcantes e a importância dessa trajetória na comunicação médica.

🗓️ Data: 11 de novembro
🕖 Horário: 19h
📍 Local: Auditório da Associação Médica Cearense
📲 Transmissão ao vivo: Instagram do @jornaldomedico

Não perca essa oportunidade única de conhecer mais sobre essa incrível jornada e enriquecer seus conhecimentos culturais e profissionais!

Nos vemos lá!

 #SemeandoCultura #JornaldoMédico #SOBRAMES #20AnosDeLegado

 

FLORES - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 FLORES

     Dedico este poema à Magnólia Nóbrega Teles

Flores de barro desabrocham de tuas mãos ,

Pela delicadeza transferida à elas,

Na ilusão de serem vivas e eternas,

No sentimento de quem as espera,

Cada pétala fala de algo,

Na verdade o verdadeiro amor,

Que sublima qualquer tristeza,

Pois as flores são orvalhadas de louvor, carinho e fulgor,

Que trazes dentro de ti,

Em gestos lindos e suaves,

Transferindo a cada uma delas,

Paz, doçura e harmonia ,

Que ao cair do dia,

As embala em um sono ameno,

Desabrochando pela manhã,

Na majestade do sol,

Que a cada uma invade, 

Irradiando luz, vida e candura,

Nas singelas esculturas,

Que nasceram, mas nunca morrerão,

Aos olhos de quem as contempla,

Pois foram plantadas dentro de um coração,

Que pulsará sempre mais forte,

Na busca de um beijo delas

PROCURO - Por: Ronald Teles

Dr, Ronald Teles - Cardiologista

PROCURO

Procuro o Deus dos desvalidos,

Não  o encontro no ouro lustroso das catedrais,

Ele está no olhar do pedinte da rua,

Ele está em feridas cruas 

Da alma de nós mortais,

Procuro o Deus peregrino,

Pela manhã Ele já está me sorrindo,

Pois  o vejo em luzes lindas,

Do  sol que ontem partia,

Detalhe do arco-íris que finda, 

No tesouro da alma já linda,

Pelo afago do Deus poderoso,

Procuro o Deus solidário, 

Procuro o Deus solitário, 

Procuro e o acho em tudo,

Pois tudo é promessa Dele,

Assomos de grandes poderes,

Que seguem intactos pelo mundo,

Procuro o amor,

Pois esse amor está Nele,

Esse amor brota  Dele,

Ele nos fará contritos,

Agradecidos e pequenos,

Diante da luz eterna,

Que todos nós ainda veremos .

TUA ESTRELA - POR RONALD TELES

                         

TUA ESTRELA. 

Tua estrela desceu do céu, 
Agora ela é contigo,
Perto do teu abrigo,
Em forma de coração, 
Não há mais luta de teu espírito, 
Há a alegria de viver,
De tudo ver, ouvir e ser,
Sem ter que partir,
Rumo ao sofrimento, 
Agora que estás aqui,
Firme em tua procura,
Não há mais noite escura,
Mas um alvo dia,
És feliz consigo,
PoisTens um abrigo,
Onde não há  mais castigo,
Agora avanças rumo ao ósculo,
Do teu Criador,
Ele te sorri com felicidade,
Já não há espinhos,
Só flores lindas,
Banhadas de orvalho e louvor,
Singrarás à toda vela teu mar,
Partirá do agora ao amanhã, 
E verás sempre a estrela,
Como um chama eterna,
Do amor de te abraçou

TUA FACE - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

TUA FACE

Hoje vi o céu nos teus olhos,

Tua alma plasmada em teu sorriso,

Se contrapondo ao céu indeciso,

Entre o descanso do dia e o raiar das estrelas,

Esse mesmo céu,irou-se contigo,

Pois no teu rosto viu o abrigo,de quase tudo que ele tem..

Viu olhos esfuziantes como os astros,

O cenho límpido como um espelho,

Refletindo quase o universo inteiro,

Dentes claros como a lua,

Face como o brilho do sol,

Cabelos que capturam raios abstratos,

Beleza que emana de ti e será sempre tua

E clama que eu te olhe mais uma vez

COMOÇÃO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Comoção

Do terço em minhas mãos,

Efluem restilhos de espírito,

Que ganham o céu infinito,

Na busca do criador,

Cada conta, uma lágrima, 

De sua divina mãe,

Que chora por tantos pecados,

Aos quais a ela os homens impõem,

Sangue por todas as partes,

Principalmente dos inocentes,

Mártires e massacrados,

Por aguilhões e mãos inclementes,

Estradas de fogo consumindo a terra,

Chamas eivadas de culpa e ódio,

Clamando por seus autores,

Que as espalham sem comoção,

Ferindo tanto a terra como aos seus,

Ignorando a tudo e a Deus,

Se arvorando a ser donos do que não é seu,

Chagando de morte o semelhante e ao solo,

Não sabendo que serão tragados,

Abatidos e sepultados por sua estultícia e estupidez,

Não haverá nova chance,

Olharão de relance tudo o que foi cometido,

Vitimados por tudo o que fizeram,

Com amargo arrependimento,

Pois foi tudo sem sentido.

ENIGMA - POR: RONALD TELES

Enigma 

Teu sorriso pelo canto dos lábios, 
Tua face linda plasmada dos anjos,
Tua boca,ao fim de uma frase,
Sob um olhar quase indeciso,
Gestos leves,suaves, mas  imprecisos,
Pele alva e linda,
Em comunhão com tua alma etérea,
Que busca teu exterior,
Revelando toda a beleza,
Que tens dentro de ti,
Que salta de teu magnanimo coração, 
Tornando pleno quem te contempla,
Quem ainda espera,
Um fulcro de mais um sorriso,
Que tornará o sol,
Irradiando todo o paraíso, 
Ele refletirá teus olhos,
Que iluminam a estrada que preciso,
Para chegar cada vez mais perto de ti,
Me perdendo em tua face plena de perdão, revelando,
Toda a perfeição do amor,
Que eu jamais deveria sentir.

CAUAN

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

CAUAN

Hoje encontrei um querubim, 

Ele mamava, na sarjeta,

Me sorriu com olhos e boca linda, 

Diante de uma pequena gorjeta,

Um biscoitinho vermelho que lhe dei,

Pois seu pai nunca está perto,

Ele é filho da solidão e do  desprezo dos passantes,

Que olham sua condição, 

Tão frágil de abandono,

Lhe negam atenção,

E fingem que é engano,

Quando sua mãe estende a mão e pede uma esmola;

Só que ele contempla no céu a face de Deus de maneira permanente,

Os Querubins são os anjos lindos,

Que vêem o altar do Pai de frente,

Que bebem do amor divino,

Eles não precisam do amor da gente,

Só precisam de carrinho, 

Para um dia lá na frente,

Perpetuarem o amor celeste no coração de quem já os sente.

TEMPO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

Tempo 

Ainda ontem estavas aqui comigo,

De soslaio olhei teu abrigo,

Te inquiri mil perguntas que trago consigo,

Mas teu silêncio foi maior,

Este nos afastou sem clemência,

E segui por tua benevolência,

A estrada da vida em mim,

Caminhos retos ou escarpados,

Diante de teu olhar desconfiado,

Mas sempre a me guiar,

Como se não existisse um fim,

Mas mesmo assim fui te perdendo sempre,

Pela sensação inclemente,

De todo o corpo e alma que sente,

O começo e o extremo da jornada,

Que aguarda os seres viventes,

Sob a égide do senhor dos destinos,

Seja um adulto ou menino,

Envolvido em música suave,

Que navega em nossas mentes,

Fazendo igual ou diferente,

Tudo o que temos e somos,

Almejando termos mais de ti,

Embora se esvaia por entre nossos dedos,

E em um gesto de temor e medo,

Clamemos por ti,

Mas com olhar indiferente 

Te nominas o tempo que passou.

MINHA MENINA - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

MINHA MENINA

Olho para ti e vejo um futuro  que ainda não vi,

Na docilidade dos teus trejeitos,

Nos meneios de linda menina,

Que me inspiram quando entristeço,

Me provando que a alegria tem um preço,

Que emana de teus olhos juvenis,

Luzeiros do teu próprio futuro,

Que banham de manhãs 

E ar puro,

Meus pulmões que arfam por este mesmo ar,

Sufocados por dissabores,

Que relevas com salpicada alegria,

Tal sereno lúdico que invade o meu dia,

Arfante por uma chuva ao meio dia,

Tão linda quanto a lua que reina à meia noite,

Então só assim sei que és eterna em mim,

Perfume holoroso de jasmim,

Que asperges sobre cada lágrima,

Que sucede tua saída,

Mas ainda te convida,

A nunca deixar- te de ser minha menina

FÉ - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 Fé

Talvez essa febre assalte meu corpo,

Sinto algo velho como se fosse novo,

Pelos eretos em continência,

A tudo sem sentido e sem ciência,

Ânimos acordados,

Por sentimentos profundos,

Buscando em meu âmago,

Respostas aos ardis do mundo,

Ele que se evoca a nos torturar,

Com tantas armadilhas incautas,

Vindo só a atrapalhar,

Essa busca eterna pelo que somos,

Assomos de espantos e encantos,

Por tudo o que sofremos e trilhamos,

Esperando algo melhor de nós mesmos,

Nessa hora de grande temor e medo,

Mergulhamos no " eu" profundo humano,

E sorvemos a fé iridescente,

Que nos faz de novo alma e  gente,

Captando o que é necessário,

Para seguir mais uma vez a frente,

De toda dor que se sente,

Agora acalentada por um coração,

Aquecido e novo,

Certo de um lindo amanhã

TERRA - Por Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 TERRA

Sempre estiveste aqui, ó solo sagrado!

Em que pisou o mais distante ancestral por ti habitado,

Sempre acompanhando dia a dia tuas revoluções sobre o sol,

Que também nossas faces tem queimado,

Hoje suspiras por cuidados,

Pois estes mesmos transeuntes te maltratam, 

Escarnecem do teu verde, águas e céus,

Como se não dependessem de ti,

Ó obra de Deus ignorada!

O castigo se nos apresenta a passos largos,

Em uma revolta da natureza que nos assalta,

Destruindo quem tanto te destrói,

Agora o ser  humano se interroga,

Se aflige e se desdobra,

Para aplacar sua própria estupidez,

Essa que deixará como herança,

Uma terra desolada, deserto de tudo o que teve,

Presente na nostalgia,

Dos que tiveram,

A chance inominada de te ver linda, pujante e brilhante,

Pequena esfera azul,

Solta no espaço sideral,

Abrigo eterno que se desfaz,

Por aqueles que te provocam o mal

SOLDADO - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles- Cardiologista

SOLDADO

Sou um soldado,

Tenho que sustar uma lágrima,

Ela se me apresenta em um acaso,

Acaso estarei emocionado?

Não me pertence tal emoção,

Venho de uma Academia,

Ela representa um brasão!

Ele urge de glória e de batalhas,

A ordem sempre unida em marcha,

Dita meus passos na vida,

Uma continência sentida, por quem de mim se acerca,

Talvez rude, e muito humano,

Nos alabares que trago em meus ombros,

Mostro minha disciplina e garbo,

Mais à frente a armadura abaixada,

Transparecerá um ser humano inteiro,

Esparta refletida em meu peito,

Coração repleto de amor,

Por quem me conheceu por inteiro,

E decifrou além da armadura,

Uma lágrima de permeio

VAMPIRO - Por: Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

VAMPIRO

Sorvendo vinho apressadamente,

Antes dos raios solares latentes,

Que espantam minha retina dormente, 

Pelo álcool, em uma suave intoxicação,

Impressão secular de um vampiro,

Que arrefece em sua vontade,

De um pescoço alvo e incauto,

Sem noção do perigo que o sucumbe,

No entanto o que me invade,

É uma aurora linda, talvez selvagem, 

De raios perenes do sol,

Estes chegam devagarinho,

Em um prenúncio claro e certo,

Que o novo dia se avizinha,

Que as nuvens se abrem e convidam, 

Para a nova festa do dia,

Logo vai embora tudo que havia,

E sorvemos algo superior a este próprio dia,

É o convite divino que reza,

Nossa vida e alma,

Eternas, pelas mãos do Criador,

Sensação única, 

Nunca fugidia,

Pois teremos um dia ,

O brilho do sol dentro de nós

RENDEZ VOUS - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 Rendez vous

Todos os dias, o vento beija as nossas alvas cortinas,

Flamejantes por carícias inesperadas,

Quiçá nossos olhos se encontrassem,

Invejando tamanha coragem,

Neles jazem os problemas da vida,

Que de assalto consomem o tempo ido,

Que não é mais lento,

Posto que avança arredio,

Aos suplícios de mãos não inéditas,

À vontade que agora nós cerca,

Mas se queda sem alimento,

Mais uma vez imitando o vento,

Que beija, mas não fecunda,

Gerando amores mis,

Sem resposta,

Como a cortina que bate na porta,

Que nunca atenderá seu pedido,

Se fazendo muda e indolente,

Como nossos olhos inquietos,

Mas que não enxergam exatamente,

Nosso coração que clama um ósculo,

Jamais recebido,

Pois nunca foi notado

TORRE ALTA - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 Torre alta

Aspegiste teu amor bem próximo a mim,

Sei que só assim estarei defronte de mim mesmo,

Pois este sentimento decreta o fim,

E o começo de cada erro, azáfame no pesar

Volta a mim como uma flecha,

Pois o amor está bem acima,

De qualquer sentimento avesso,

Ele por si só, decreta um novo começo,

Onde voltamos a nos olhar,

E buscar algo melhor,

Que resgate nossa paixão,

Pela vida e tudo o que há,

Que nos comova novamente,

Ao que nos tornou dormentes,

Pelo pulsar do coração,

Que nos chama de volta ao chão,

E nos eleva à torre alta de  todos os sentimentos,

Muito embora nos tornemos,

Impávidos diante desta majestade,

E em alguma tarde que se vai,

Veremos nosso erro,

Nos convidando a um sincero desterro,

De lições já aprendidas,

Mas relegadas a olhares estrábicos,

Alheios a uma vida.

POR RONALD TELES: INSUFILM

Antes,víamos nossas faces,
Através de um transparente parabrisa,
Sem pudores ou temores, Tempos idos que outrora vivemos,
Por cada automóvel conduzido,
Por seres humanos apressados ou nem tanto,
Que expressavam suas almas em todas as suas matizes,
De riso, temores, encanto ou pranto,
Avançado em em cada pista ou avenida,
Onde olhares se cruzavam instigantes,
Hoje apagados pelo insufilm,
Artefato escuro e mudo,
Escudo do medo e pavor,
Que nos invade diariamente,
Nos transformando em " marcas " de carro,
Lindos, brilhosos e indiferentes,
Reflexo social indelével,
Fenômeno urbano atávico,
Que escraviza quem o sente,
E volta seus olhos saudosos,
Ao passado nostálgico, de um futuro,
Que jamais nos tornará 
Felizes novamente.

POR RONALD TELES: RIO GRANDE DO SUL

Vi um rasgo no céu,
Uma costura nas brancas nuvens,
Que se estendia também às negras nuvens,
Que raivosamente despejam,
A tragédia no Rio Grande,
O rios por conseguinte baixavam,
E cessavam
A agressão sobre os viventes,
Que heroicamente resistem,
Ao brado de Deus inclemente,
Aos seus sofridos pampas,
Que tanto brio e orgulho albergam,
Nos setembros da Farroupilha,
E agora tristes assistem,
Esvairem- se as suas conquistas,
Em tantas tradições e cantos,
Que esperam condoidamente,
A pausa do tempo e do clima inclemente,
Devorando terras e gentes,
Que nunca se entregarão,
Pois o sul brada seu nome,
Muito embora se acanhe, diante da fúria incontida,
Das águas, que sem guarida,
Saem de leitos costumeiros,
Mas que lavam de orgulho e valentia,
O gaúcho que nunca desistirá da cuia e do chimarrão,
De seu torrão natal,
De sua tradição e galhardia,
Que sempre reconstruirá sua terra, 
Rumo ao futuro de novos dias.

PORQUE É SAUDAVEL...OU UM PANO DE CHITA- Por: Fátima Azevêdo

Dra. Fátima Azevêdo

Porque é saudável…ou Um pano de chita

 

Ontem ao acordar, dia das mães, peguei um pano de chita, cobri a mesa do jardim e coloquei nela, o vaso de violetas que me dei de presente.  Ficou tudo florido. Do jeito que eu gosto e mereço. O que um pano de chita não faz…

Somos como a própria Mãe Terra, em constante movimento e acomodação das camadas, nos adaptando às mudanças de temperatura internas e externas. Aos vulcões, aos deslizamentos de morros, aos tsunamis, aos incêndios das matas, criminosos ou não, aos alagamentos, à poluição dos rios, nascentes e mares, ao barulho intenso das rodovias e aviões sobre nossas moradias, enfim, resiliência e adaptação é preciso. Vamos sobrevivendo pela graça e misericórdia divinas, das quais não podemos abdicar.  Metáforas à parte, a vida nos pede coragem o tempo inteiro. Sigamos com fé e esperança. Delas, precisamos muito. 

13/05/2024

Segunda-feira 

Fátima Azevêdo

ALMINO ROCHA NETO: PORTO ALEGRE, TRISTE COMPORTA.

 

DR. ALMINO ROCHA NETO: POESIA PARA MEU SANGUE.

 

ENCONTRO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista 

 Encontro

Te busquei em outras bocas e corpos

Nunca te encontrei..

Falas, sussurros, rebuscados,

Mas sem tua presença,

Um leve afago em minha' alma

Como um ouro de tolo,

Que reluz, mas não engana,

E aponta mais uma vez para ti,

Perfume precioso e raro,

Que tem o olor de uma vida,

Estendida dentro do meu peito,

Estrada reta, linda e enfeitada,

Com este amor perfeito,

Que sempre me deste,

Assim mais uma vez me acalmo,

Pois minha alma ansiará sempre a tua,

Que certamente estará ao meu lado,

Muito embora pareça te perder,

Mas sempre te encontre,

Sempre ao meu lado,

Afirmando que sou teu amado,

E tu és minha escolhida,

Então singremos a vida,

Em um mar de amor,

Sem começo, fim ou partida.

DE JÁ VU - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

De já vu 

Te avistei em ruas que jamais estive,

Escarpas de montes e aclives,

Mas você não estava lá,

Por um instante curto e limpo,

Meu pensamento brindou tua presença,

Como se fora uma lembrança,

Impossível de esquecer,

Passei de novo por tantos lugares,

E me permito dizer,

Que aspergiste minh"alma de lembranças,

Naquele instante que parecia ter te perdido,

Após quase me enlaçar contigo,

Em uma dança ao vento,

Na brisa de um momento,

Onde uníamos nossas almas,

 Festejando um encontro,

Que na verdade nunca houve,

Trazendo no peito a vontade 

De uma carícia inaudita,

Prova do nosso amor verdadeiro,

Que se estende além da vida,

Mas agora se acalma,

Pois nunca aconteceu

ANJOS NEGROS - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles- Cardiologista

Anjos negros

Elas vêm à minha casa, suavemente adentram,

Com suas majestosas mãos,

De fino tato e sublime história,

Devotadas ao continente distante,

Longe de nossa memória,

Onde eram rainhas e reis,

Donos dos tesouros, suas vidas,

Agora tão curtos e fugazes,

Transeuntes de nossos pensamentos,

De casa grande e senzala,

Hoje mesmo uma sutil escravidão,

Que escarnece o passado,

De gemidos e torturas,

Em navios abarrotados,

Com almas vilmente atormentadas,

De grilhões, fome e tortura,

Até um gemido final,

Abortado no oceano profundo,

Mas raso de sentimentos,

Pelo mal inflingido,

Ignorante ao suplício,

Por eles suportados;

 Hoje me alegro com meus negros anjos,

Espraiando brancos sorrisos,

Em meu dia a dia veloz , de tantas partidas e chegadas, 

Sempre iluminado por elas,

Que mesmos nos servindo,

Colocam em nossas mãos,

Amor e perfeição,

Luz, claridade e simplicidade,

Nos mostrando não escravidão,

E sim a liberdade que nos invade,

Nos soltando dos mesmos grilhões,

Agora somente a saudade,

Amarga e doce ao mesmo tempo,

Alento para a eternidade