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quinta-feira, 17 de março de 2022

POR RONALD TELES: O silêncio


O silêncio 

Recentemente vi uma estatística pertubadora: Nós estamos dedicando 8 horas do nosso dia à olhar simplesmente  para a tela de nossos celulares! A integração digital nasceu no vale do silício, em São Francisco, estado da Califórnia, que foi um dos solapados do vizinho México, pelos  ianques e adicionado de maneira não muito pacífica, assim como vários outros do país "irmão" ao grande território norte americano atual de 50 estados. No silicon valley aportaram várias mentes inquietas e geniais, que encontraram um ambiente efervescente e estimulante para desenvolver suas ideias de vanguarda, rapidamente absorvidas pela sociedade americana e o mundo. Desde a invenção do transistor, ao micro-chip, aos sistemas de processamento de dados e sua evolução, à criação do aparelho celular; verdadeira peça de ficção científica há 30 anos atrás; empresas consagradas, como Macintosh, Apple, Hewlet Packard, Xerox; assim como o produto final da evolução, que resultou em plataformas digitais de busca como o Google e interação social como o Facebook e WhatsApp, só para citar algumas. Essas inovações foram vertiginosas e irreversíveis, estamos seguramente rumo à automação e inteligência artificial independentes como seres pensantes; já se fala em viagens no tempo, coisas do imaginário humano impossível como as citadas anteriormente. 
É bem verdade que tudo isso vem da riqueza incomensurável que é a mente humana, que tem tantos neurônios quanto as estrelas do infinito, conectados harmoniosamente através de preciosos neuromediadores, despejados em "cânions" chamados de fendas sinápticas, que regulam as mais variadas reações e respostas do outro grande universo que é o corpo humano.
A máquina "pensadora "e autônoma vai ter que superar o melhor e mais complexo computador do mundo que é nosso cérebro, ainda pouco entendido e pouco explorado em sua real magnitude.
A tecnologia avançou, as relações humanas empobreceram, de tal sorte que as reuniões sociais estão resumidas a algumas pessoas fitando seus celulares de cabeça baixa.
Perdeu -se a interação olho no olho, a análise de um sorriso, a contemplação de uma paisagem e a atenção a um conselho. Vivemos em um autismo grave que é escravo de uma minúscula máquina chamada celular.
Não nos comovemos mais com o silêncio aflitivo do olhar das crianças Ucranianas nem com as longas filas dos refugiados da nova guerra, do novo normal, tomando os trens apressadamente para fugir do flagelo homicida que plagia o holocausto.

2 comentários:

  1. Verdade. Encontrar um momento na família onde todos estejam sem o celular só dormindo mesmo.

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  2. Texto cheio de verdades!!! Sempre que posso, comento sobre essa "aproximação" dos distantes e afastamento dos próximos, pelas telas dos celulares. Uma pena! O homem precisa de abraço, de cheiro, de conversa olho no olho!

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