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quarta-feira, 23 de março de 2022

POR RONALD TELES: A NOVA ERA

 
Dr. Ronald Teles/Cardiologista

   A indústria se estabeleceu como forma de produção em  massa no começo do século 20, notadamente na Inglaterra e nos Estados Unidos da América. A primeira montadora automotiva com linha de produção automatizada, foi obra de Henry Ford, que era um gênio além de seu tempo. Ele tinha uma personalidade marcante, era obsessivo com seus objetivos, tratava mal seus empregados e humilhava constantemente seu filho, que o sucederia em sua grande montadora Ford, que foi a primeira a produzir em série  o automóvel model A e em seguida o model T. Se configurava uma revolução, pois as ruas das grandes metrópoles estavam padecendo de grandes transtornos, com milhares de quilos de estrume de animais que tracionavam carroças e carruagens,  já  causando um problema sério sanitário e logístico para limpeza. Outra curiosidade é da simpatia nazista de Ford e seu anti-semitismo; de qualquer maneira o governo americano o acionou para fabricação em linha de produção de Aviões bombardeiros B24 que eram montados e entregues de hora em hora, impactando sobremaneira no destino da segunda grande guerra, que em última análise foi encerrada pelo ar com as bombas atomicas do Enola Gay sobre Hiroshima  e outra sobre Nagasaki rendendo definitivamente o Japão e derrotando o Eixo. Esse esforço conjunto do homem é possível sob todos os aspectos, vislumbramos isso na interligação do mundo todo através dos organismos internacionais de saúde e a disposição honesta e solidária de compartilhamento da ciência verdadeira, através de um esforço conjunto mundial  na condução da Covid 19, em todos os seus aspectos, desde as restrições de isolamento, ao manejo correto da doença que foi sendo estabelecido com seu avanço até a criação da vacina que ditou um novo paradigma e redimiu a humanidade dessa assaz praga, nunca dantes vista desde 1918 com a pandemia de influenza, a famosa gripe espanhola.
Hoje mais uma vez somos assombrados com a rebeldia da natureza, desta vez o clima ensaia catástrofes sucessivas que o ser humano estupefato assiste e interroga  a Deus sobre suas lástimas. O detalhe é que elas são produtos da ação predatória do próprio homem sobre a natureza e da exploração de uma fonte energética que acelera mais e mais nossa destruição global: Nossa matriz energética baseada no petróleo, carvão e gás natural. Esses três estão aumentando a temperatura do planeta, derretendo os polos, causando o sumiço das cidades litorâneas e países insulares, desordenado totalmente  o clima com fenômenos avassaladores como grandes enchentes, tempestades, furações, tornados, secas extremas e outras mazelas mis, que vão transformar nosso ecossistema mundial num filme como Mad Max, onde a humanidade voltou ao primitivismo e luta pela água como um líquido sagrado com guerras e sangue derramado.
Nós nos voltamos para Deus inquirindo-o por tantas "desgraças" que causam nosso infortúnio atual, só que elas são obras do próprio homem. A matriz energética explorada como "jóia da coroa" chamada petróleo está aniquilando o mundo com o efeito estufa. O carro que revolucionou nosso tempo é perpetuador desse efeito com emissão de trilhões de toneladas anuais de CO2, a indústria insiste no carvão mineral para funcionamento, como tantas na China, Estados Unidos, e países industrializados, perpetuando essas catástrofes e o gás natural reina absoluto Tb completando a desordem energética que vivemos.
A situação é complexa, de difícil solução. Ela vem sendo alertada pela ciência há vários anos, mas os cartéis energéticos são fortes, quase indestrutíveis, e lidam com somas astronômicas de dinheiro que são derramados nos governos corrompidos pela ganância e pela cegueira proposital. Enquanto isso a imprensa notícia tragédias sucessivas e desastres "caídos do céu" pois ela se delicia em ocupar nossos olhos e ouvidos com pautas banhadas de penúria, sofrimento, sangue desatinos, que na verdade são obra das idiossincrasias humanas.

Um comentário:

  1. O homem sempre procurando viver melhor e é uma faca de dois gumes na maioria das vezes o dinheiro manda e aja desgraças.

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