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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

POR: ANA MARGARIDA - O AMOR NO LOUVRE

Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Secretária da SOBRAMES-CE




O Louvre sempre me causou fascínio.
A primeira vez que o adentrei foi pela porta da frente, pois não havia a famosa pirâmide.
Era novembro de 1987, quando, após uma viagem que eu e minha irmã Clêide fizemos pelas terras onde Cristo pisou, passamos em Paris. O que me chamou mais atenção no Louvre, além da Mona Lisa e da Vênus de Milo, foi um quadro de Leonardo Da Vinte, "Virgem das Rochas". Sem falar do espanto que senti, quando, pela vez primeira, vi rapazes usando brincos de mulheres, na fila de entrada. Aquilo me chocou. Os tempos mudaram... Depois, voltei ao Louvre inúmeras vezes com o Rose e sem ele. Achava que o conhecia razoavelmente bem. Como pude me enganar tanto! Desde o dia primeiro deste mês de setembro tenho ido todos os dias ao Louvre para estudar arte. Só agora me dou conta de sua imensidão. Estou completamente fascinada com tudo. Porém, vou falar de duas obras de CANOVA que pude apreciar hoje. "Psyché ranimée par le baiser de L' Amour" e "L'Amour et Psyché" . Ambas estão na Ala Denon, sala 4, Galeria Michelângelo.  Canova eternizou no mármore as personagens mitológicas, Eros e Psiquê. A história dos dois é narrada no livro O Asno de Ouro  de Apuleio. Psiquê era uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor, ficou perdidamente apaixonado. A paixão de Eros despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros.
Afrodite com inveja da beleza de Psiquê mandou seu filho atingi-lá com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando por Psiquê.
Depois de perder a confiança de Eros, por ter seguido os conselhos de suas irmãs invejosas, Psiquê vai reconquistá-lo. Para  isto, ela enfrenta quatro dificílimos trabalhos  que Afrodite, mãe de Eros, lhe dá. Quando Psiquê está indo ao encontro de Afrodite mostrar que havia conseguido realizar os trabalhos, cai em sono profundo e Eros vai socorrê-la. Perdidamente apaixonado, Eros pede ajuda a Zeus que faz com que Afrodite concorde com o amor dos dois. Hermes  leva Psiquê à Assembleia celestial e ela é tornada imortal. Finalmente, Psiquê ficou unida a Eros e mais tarde tiveram uma filha, cujo nome foi Prazer.
Em grego "psiquê" significa tanto "borboleta" como "alma". A borboleta é uma alegoria à imortalidade da alma, que depois de uma vida rastejante como lagarta torna-se um belo aspecto da primavera.
Ana Margarida Arruda Rosemberg
Paris, 6 de setembro de 2013.
 




2 comentários:

  1. A beleza dos corpos esculpidos sempre me causa profunda admiração. Dão me a impressão da realidade congelada, tal a perfeição dos detalhes. Volto no tempo, ao detalhismo dos pintores e escultores que revelavam de forma sutil e real aquilo que nosso olhar comum não consegue perceber. E quando nossa atenção é instigada, percebemos que os artistas revelaram a natureza exatamente como ela é. Uma verdadeira maravilha para o nosso olhar comum!!! A imensidão do Louvre é surpreendente e a imensidão da arte, ainda maior. A cada momento, um novo olhar, uma nova sensibilidade, mais apurados e, portanto, diferentes e com maior percepção do que temos diante de nós...

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  2. Parabéns, Celina! Você disse tudo o que eu gostaria de dizer sobre essas esculturas de CANOVA . Obrigada!

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