Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE |
Publicado, ontem, 04/08/2013, no Jornal Diário do Nordeste
MULHERES QUE FAZEM DEMAIS
É comum ouvir-se falar sobre o livro de cabeceira. Todos amantes da leitura têm-no perto de si. Na verdade, a cabeceira da cama ou o criado-mudo nem sempre são os depositários de nossos livros. Estes, muitas vezes, encontram-se albergados em nossos banheiros e são capazes de tornar mais aconchegante e relaxante aquele momento solitário.
Atire a primeira pedra o ávido leitor que não se utiliza deste artifício... Se duvidar, até os analfabetos folheiam revistas à busca de figura e fotos... Muito natural e, por que não dizer, fisiológico! Seja onde for, na cama, na rede, na varanda, no banheiro ou no sofá, todo lugar é propício à leitura.
Nos meus momentos de pausa, estou lendo um livreto dedicado a mulheres que sentem dificuldade para ficar sem inventar trabalho para si mesmas.
Em constante atividade, sentem dificuldade de parar e pensar sobre si mesmas. E quando o fazem, são invadidas por um enorme vazio e imediatamente se põem a procura do que fazer. O trabalho se torna uma catarse, um fiel amigo, até o momento em que nossa cabeça fica prestes a explodir e a vida perde o sentido.
Tonaliza-se em branco e preto. Antes fosse em vários tons de cinza! Hora de parar para meditar... Pois é o que tenho feito utilizando-me do livro "Meditações para mulheres que fazem demais", de Anne Wilson Schaef.
E nele tenho lido coisas interessantes que me falam de perto. Recebi, há algum tempo, de presente de meu filho e deixei ali, na cabeceira da pia, aguardando o momento exato.
E chegou, face aos imprevistos que a vida nos entrega para resolvermos. E agora, estou aqui para falar sobre o prazer que este livro, dedicado às mulheres que necessitam constantemente de doses de adrenalina para se sentirem bem, tem me proporcionado.
E de reflexão em reflexão estou tentando me tornar uma dessas tantas mulheres que fazem de menos... Quem sabe assim, eu escreva mais... Xiiii, cá estou eu em busca do que fazer! Será que esta minha drogadição tem cura?
Celina Côrte Pinheiro
Médica
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