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segunda-feira, 4 de março de 2024

PESAR PELO FALECIMENTO DO ACAD. JOSÉ MARIA CHAVES


PESAR PELO FALECIMENTO DO ACAD. JOSÉ MARIA CHAVES

É com intenso pesar que aqui registro o súbito falecimento na noite de ontem, 3 de março de 2024, do Dr. JOSÉ MARIA CHAVES, conceituado médico proctologista e escritor cearense, cujo passamento enluta seus familiares e o seu vasto ciclo de amigos e colegas, bem com as diversas entidades médicas, literárias e culturais das quais era um ativo integrante. 

José Maria Chaves nasceu em São João do Jaguaribe-CE em 23 de outubro de 1937. Teve as suas primeiras letras com a sua mãe, em sua terra natal, onde fez o curso primário. Na adolescência, veio morar em Fortaleza, para dar continuidade aos seus estudos, concluindo o ensino médico do Liceu do Ceará. A esse tempo, participava da Guarda de Honra da Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, sob a orientação do Frei Teodoro, ofm, destacando-se como excelente jogador de futebol do Montese, um dos times principais dessa igreja. A paixão nutrida pelo futebol, desde então, fez dele um aficionado da Medicina Desportiva, que se tornaria uma segunda especialidade médica.

Médico formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1961. Quando universitário, foi responsável pela coluna “Plantão de Hospital”, do jornal Unitário, escrevendo crônicas dominicais. 

Completou a sua formação pós-graduada com a obtenção da livre-docência, mediante tese orientada pelo Prof. Dr. Osvaldo Riedel, defendida na UFC.

Era professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, lotado no Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina, no qual ingressou em 1953, e coloproctologista aposentado do INAMPS, tendo participado da fundação do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) em 1967. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Era poeta, romancista, novelista, pesquisador de poesia popular, cronista e memorialista.

Atuante como Membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames); Membro Fundador da Academia Cearense de Médicos Escritores (Acemes); da Academia Limoeirense de Letras (ALL); Academia Fortalezense de Letras; da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional Ceará (Sobrames/CE); da Sociedade Cearense de Geografia e História e da União de Médicos Escritores e Artistas Lusofonos (UMEAL).

Ingressou na Sobrames em 1996 quando assumiu a tesouraria do XVI Congresso Brasileiro realizado em Fortaleza. Participou de quase todas as Antologia da Sobrames-CE. Ex-Presidente Nacional da Sobrames e da Sobrames/CE, da (ALL) e da Acemes.

Dentre suas obras escritas e publicadas, figuram: “Além do Mais” (Prosa e Verso); “Uma Turma Proficiente” (Memorialista); “O Nubente” (Romance); “Alzira” (Romance). No prelo, para lançamento próximo, “Olivio, Questionamentos da Vida” (Novela). No momento, estava escrevendo as suas memórias da infância em São João do Jaguaribe.

Foi laureado com a Medalha Jurandir Picanço, por relevantes serviços prestados ao ensino médico cearense, e homenageado pela Câmara Municipal de Fortaleza por sua atuação na Sobrames/CE.

Segue em paz ao encontro do nosso Pai eterno, caro José Maria Chaves.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Acemes, Sobrames/CE e Abrames

Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 4/03/2024.

Link, abaixo

https://blogdomarcelogurgel.blogspot.com/2024/03/pesar-pelo-falecimento-do-acad-jose.html

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SOBRAMISTA DR. JOSÉ MARIA CHAVES



 NOTA DE PESAR

Com profundo pesar, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Sobrames, em conjunto com sua Regional do Ceará, comunica o falecimento do Dr. José Maria Chaves, ilustre médico, escritor e ex-presidente Nacional e da Regional do Ceará.

A essência humanista, liderança inspiradora e paixão pela cultura desse grande homem deixaram marcas indeléveis em todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. A Medicina e a Literatura perdem um gigante, mas sua influência e legado seguirão conosco.

Além de ser um professor exemplar, o Professor José Maria Chaves destacava-se como escritor talentoso e orador admirável, elevando não apenas a Medicina, mas também as letras e o espírito humano. Seu carinho e amor dedicado à família sempre nos inspiraram.

Em meio às lágrimas, enviamos um abraço solidário a todos que compartilham dessa dor, especialmente à família, colegas e amigos, desejando que encontrem conforto em Deus e nos momentos felizes que tiveram ao lado dele.

Que o Criador o receba em seu Reino de Bem-aventurança e conforte os corações enlutados.

Atenciosamente,

Diretoria da Sobrames Nacional e da Regional do Ceará.

domingo, 3 de março de 2024

AMOR MATERNO - Por: Ronald Teles

 Amor Materno

Dr. Ronald Teles- cardiologista

Dentro do ventre materno é gerada uma nova vida à cada divisão mitótica, até o feto com seus batimentos cardíacos iniciais, orquestrados pelo coração de sua mãe, em consonância com um amor inexplicável, cheio de esperança, de carinhos e cuidados. O sangue da criança e todos os nutrientes, anticorpogenese inicial e o calor, que regula sua temperatura é levado à piscina amniótica, onde ela flutua, já com percepções de sons e movimentos reflexos às circunstâncias externas. O primeiro sentido é o da audição e a voz materna o embala em uma doce música que chega aos pequeninos ouvidos, soando como uma carícia cifrada melodicamente, que o conforta, acolhe e lhe dá uma paz inigualável. Cumprida a gestação, já estabelecida a madureza, tão singularmente, como são as obras divinas, a pequenina criança é apresentada a um ambiente inóspito e  à uma quebra de confiança, sendo expulso daquele doce meio que o albergara com tanto zelo, cuidado e suavidade.

Desembarcando no mundo exterior por mãos especializadas ou em circunstâncias outras, mas de qualquer maneira, debutando em um mundo exógeno ao seu; chora ruidosamente, refletindo o exercício de seus pequenos pulmões e pede socorro. Logo é colocada ao seio materno, refazendo aquele laço afetivo tão singular e ouvindo desta vez ao lado de fora, aquele coração prodigioso que o nutriu até este encontro singelo, até seu desmame, estreitando mais ainda essa relação majestosa entre a criança e sua mãe. Os olhinhos se abrirão mais tarde e buscarão avidamente a face maternal e santa, de sua genitora. Os cuidados se estenderão aos primeiros passinhos e serão sua referência e maturidade, fazendo dessa relação tão inigualável, um marcador biopsicossocial, imprescindível para toda a vida.

O amor materno é inexprimível, singular, incomparável e inatingível por aqueles que o buscam sem sentí-lo; é uma joia incalculável, uma dádiva de Deus para aqueles que querem penetrar em seus mistérios pelo sagrado coração de sua mãe Santíssima, a Virgem Maria.

Ele é um amor ágape, nos complementa e fortalece através das duras agruras da vida e nos abençoa e nos aconselha perenemente do momento que somos gerados até seu epílogo que é a morte física.

Ainda assim, seu doce holor nos abençoa através de nossas lembranças, ensinamentos, da nossa convivência e o respeito que nos impõe através de tantas lições e aprendizados.

Esse fato se dá em todas as esferas sociais. A mãe tem um altar no coração de cada filho, da mais humilde à mais instruída e sofisticada, a maternidade real, tem desdobramentos incalculáveis sobre a vida dos rebentos e é primordial ao desenvolvimento pleno como seres humanos íntegros.

O amor materno é pura renúncia, ele  faz a mãe se oferecer como altar sacrificial por sua prole, defende- os até a morte e torna suas faltas menos graves a seus olhos, que os enxergam como suas eternas crianças. O olhar materno é benevolente sem ser descuidado, é cuidadoso e atento aos nossos erros, mas não é algoz de seus filhos ou punitivo exageradamente por faltas comuns ao nosso gênero humano, tão falho e frágil, as vezes se torna cego pelo próprio amor .

 A mãe é o útero do mundo, é a garantia de nossa procriação e de nossos destinos, da nossa descendência como seres humanos. O amor maternal nunca será substituído pelas vozes falsas emanadas de inteligência artificial ou coisa que o valha, pois estes artifícios nunca terão  o valor real da " real" convivência entre os filhos e suas genitoras.

Santo Agostinho de Hipona, um dos doutores da igreja, viveu momentos pagãos tormentosos, trafegando por crenças e filosofias vãs, mas sua mãe, Santa Mônica, orou por ele até sua conversão aos 32 anos de idade, quando finalmente aceitou Cristo Jesus como seu Salvador e seu destino.

No seu famoso livro " Confissões " é narrada toda essa linda história de fé e tem o grande amor de Mônica como um referencial em sua vida.

Sua mãe não desistiu de Agostinho, até abraçar o catolicismo, e o livro à reverencia das páginas iniciais ao epílogo.

O amor maternal em sua conotação sagrada é demonstrado por Maria e suas sete dores.

Da profecia de Simeão, até a recepção de seu amado filho dilacerado aos pés da cruz, passando por sepultá-lo no túmulo. 

Ela o guardou em seu santo ventre, o amamentou e acompanhou sua paixão, morte e ressurreição. 

Os Serafins e todos os anjos celestiais bebem do amor Mariano e o cantam em seu louvor.

O coração de Maria emana amor do seu Filho que é Pai e Santo Espírito  para nossa conversão, e salvação e abençoa todas as mães da terra pois cada uma delas tem um pouco de Maria.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

LIBERTO - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

LIBERTO

Perdão por não ter te amado,o tanto que merecias, 

Por preconceitos criados por algo que eu não via,

Perdoe julgamentos e vaticínios,

Quando estou tão errado,

Quase embriagado com meu ego,

Não vendo em ti um ser tão frágil,

Como aquele que em mim carrego,

Em meus olhos estrábicos e embaçados,

Não enxergando tua alma leve,

Pois ela está além de qualquer julgamento,

Sendo lúdica  e sempre calma,

Não submissa à maldade,

De pensamentos incautos,

Que invadem os meus e me agridem,

Com remorsos por minhas faltas,

Enquanto você me ensina a amar,

De modo pleno,livre de amarras,

A cada dia que passa,

Construindo meu futuro,

Liberto do muro,

Que represa meu verdadeiro ser.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

SAUDADE - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

 Saudade 

Vai à tua infância,

Sobrevoa a juventude,

Flerta com momentos únicos,

Alegra- te, mas não te iludes,

Perfuma tuas mãos e face,

Com o perfume orvalhado das rosas,

Com o amarelo dos campos de trigo,

Que renascem junto contigo,

A cada ano que passa,

Saboreia a maturidade com tudo que conquistastes,

Sem medo de ter medo,

Pois nela encontraste a verdade,

Ela é presente de Deus,

Que te mostrou o caminho,

Saiste das veredas tortuosas do sofrer,

E agora renasceste,

Com coração jubiloso,

Vaso único com tudo novo,

Novo homem nova vida,

Que pressente talvez uma partida,

Mas desta vez  recomeço,

Que te fez reviver,

E agora te dá asas eternas,

Sensação incomun,

Pois teu espírito baila rumo ao  infinito, 

Mas sem um coração aflito,

Em uma viagem de paz

domingo, 28 de janeiro de 2024

ESMOLA - Por: Ronald Teles

Dr. Ronald Teles- Cardiologista
ESMOLA

Hoje vi Cristo na rua,

Em uma cadeira de rodas,

Maltrapilho e maltratado,

Em uma sorte só sua,

Pedindo esmolas de atenção,

Aos carros apressados,

Que o condenam à crucificação,

Como houvera no passado,

Não contive a emoção,

Pois seus olhos de perdão,

Me fitaramm uma única vez,

E senti seu amor infinito,

Através do que me foi dito,

Por ele tão naturalmente,

Me abençoado com paz e saúde,

Que agora temos,

Mas ele não,

Só que seu coração é rico,

Ocupando seu peito contrito,

Do amor doado por Deus,

Então ele abençoa os que lhe dão uma moedinha,

E o tempo se avizinha,

De nosso Apocalipse,

Onde nosso Deus imolado,

Descerá dos céus retumbantemente,

E nesse dia colherá a semente e os frutos plantados,

Aquele mendigo será escolhido,

Enquanto os pobres de espírito,

Verão dias inauditos,

Percebendo aflitos,

Que evitaram os que tinham fome.

sábado, 27 de janeiro de 2024

O PERDÃO - Por : Ronald Teles

 

Dr. Ronald Teles - Cardiologista

No seu curto ministério de 3 anos, após seu  batismo nas águas do Jordão, por aquele que era a voz que clamava no deserto a endireitar os caminhos do Senhor, João Batista, o Santo Espírito desceu dos céus sobre sua cabeça e o Pai eterno anunciava, que era seu Filho, do qual muito se comprazia. Jesus então contrariando o Status quo, combateu todos os tipos de segregações, perseguições, castas, costumes, ferindo as leis do Sinédrio, sendo considerado um perigoso e insurecto profeta, sendo a toda hora perseguido e ameaçado de morte. Ele não escolheu os doutores da lei como seus discípulos e não se colocou como um Deus autoritário e beligerante, o " Messias" desejado pelos judeus. Nasceu pobremente em um estábulo, não em um Palácio, escolheu Nazaré como seu lar, Sua mãe Imaculada sensível e humilde, São José, seu castíssimo esposo um marceneiro que ensinou seu ofício ao filho. Seus discípulos vieram das praias e aprenderam a pescar homens, coletores de impostos, publicanos, gente humilde que na época não representava nada na sociedade, talvez sua escória. Realizou milagres e sinais nos dias de sábado, contrariando as doutrinas vigentes, perdoou adúltera, perdoou ladrões ,perdoou cobradores de impostos, curou cegos, surdos, aleijados, ressuscitou mortos, expulsou demônios e Ele mesmo foi tentado no deserto por três vezes após 40 dias de jejum, inclusive com o inimigo usando a Santa palavra para tentá-LO , sem sucesso, finalmente vindo anjos do céu para servi- LO .Quando cinco mil sentaram- se na relva sem alimento, Ele transformou 2 peixinhos e cinco Pães em alimento para todos e não procurou saber quem o seguia, só preocupou- se em alimentá-los.

As virtudes teologais são a essência da cristologia, fé, esperança e caridade,

Os dons do Espírito são ciência, inteligência, sabedoria, fortaleza, conselho, temor a Deus e piedade, os frutos do Espírito são decorrência daqueles. O mandamento cardinal é amar o próximo como a si mesmo e a Deus acima de tudo.

Sempre que Cristo Jesus perdoava um pecado dizia que a fé havia curado o pecador. Ele que é nosso Deus e nosso Salvador e Senhor, nunca segregou ou desprezou qq ser humano considerado impuro." Tua fé te salvou, vá e não peques mais, para que não te suceda coisa pior"

Deus é puro amor e perdão, o ser humano traz em sua raiz o ódio, o desamor, a desavença, a beligerância, a discriminação, sem tirar " a trave " em seu olho e acusando seu irmão, julgando- o e vaticinando seu destino através de  um mórbido julgamento. Deus não veio para os santos e sim para os pecadores. O mandamento principal vem do coração de Jesus que vê na ovelha perdida o arrependimento. 

Por mais que se pregue uma teologia do ódio, jamais haverá eco no próprio Cristo, que esteve entre nós 33 anos pregando o perdão, a concórdia e o arrependimento. Não é justo tentar enquadrar o Santo Papa Francisco como um Papa ultrajante ou " cousa " parecida. Ele está tocando em feridas abertas da igreja, como a financeira, a parte moral e também social. Isso não se constitui uma teoria " marxista " , mas sim uma tentativa de estender uma visão mais justa e integrada da igreja Católica Apostólica Romana.

Sou médico e cristão, nunca perguntei a qualquer doente que atendi classe social, religião, orientação sexual ou política. Disse Cristo Jesus, que quem precisava de médico eram os doentes e não os sãos.Que todos nós que compomos essa raça humana ainda tão taxativa e carregada de cisões que já levaram a tantas desgraças, mortes e guerras possamos olhar nossos irmãos como a imagem e semelhança do Criador

 Ronald Teles/ Cardiologista/ CRM- CE 5641