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domingo, 24 de agosto de 2014

POR: FÁTIMA AZEVEDO - A PONTE DE IGAPÓ

 
Dra. Fátima Azevêdo - Médica e Membro da Sobrames-CE

A PONTE DE IGAPÓ

Ai meu Deus que tremedeira
passar por aquela ponte
quando eu tinha sete anos.
Meu medo, maior que ela.
Uma ponte toda em ferro
com ferrugem e maresia
barulhenta que rangia
que quase se desmanchava
com o peso da Rural.
A "Pickup" amarela
confiante e cuidadosa
seguia lenta nos trilhos
com o Potengi amado
lá embaixo a espiar
prontinho para nos aparar
caso a ponte se partisse
e o carro despencasse
caindo no rio mar.
Ai que medo que me dava
ai que frio na barriga
e eu mal que respirava.
T’aí pesadelo ruim
quando meu pai decidia
nos levar para a Redinha
em um dia de domingo.
Queria sim passear
mas quando eu me via na ponte
ai se eu pudesse planar
pra fazer esse trajeto
sem tanto me agoniar.
Agora a ponte é moderna
as crianças de hoje em dia
nunca irão acreditar
no pavor que me invadia
atravessando Igapó.

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