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quarta-feira, 20 de março de 2013

POR ANA MARGARIDA - A PROPÓSITO DO 8 DE MARÇO



Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Secretária da SOBRAMES-CE


                           A PROPÓSITO DO 8 DE MARÇO


Em 2007, Ségolène Royal, candidata à presidência da república da França, expressou o desejo de que os restos mortais de Olympe de Gouges (1748-1793) fossem removidos para o Panteão de Paris. 

Entretanto, seria um enterro simbólico, pois  Gouges,  guilhotinada em Paris, em 3 de novembro de 1798, durante a Revolução Francesa, foi enterrada em vala comum. 

 Revolucionária, historiadora, jornalista, escritora e autora de peças de teatro, Gourges foi defensora dos direitos das mulheres e da abolição dos escravos negros. 

Em setembro de 1791, quando escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (Déclaration des Droits de la femme et de la citoyenne) desafiou a injustiça contra as mulheres, expressada na célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.  

Gouges deixou numerosos escritos em favor dos direitos civis e políticos das mulheres, como o direito ao divórcio e às relações sexuais fora do casamento. 

Lutou, também, pela abolição dos escravos negros. Em 1774, escreveu uma peça de teatro anti-escravagista L'Esclavage des Nègres

Pelo fato de ter sido escrito por uma mulher, tal obra somente foi publicada em 1789, no início da Revolução Francesa.  

No dia 6 de março de 2004, Olympe de Gouges foi imortalizada em uma praça de Paris denominada “Place Olympe-de-Gouges”. 

Inaugurada pelo então prefeito da região, Pierre Aidenbaum, e pela então vice-prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a referida praça situa-se no 3º arrondissement no encontro das ruas: Béranger, Franche-Comté, Charlot e Turenne. 

Bela homenagem à Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie  Gouze, considerada uma das feministas pioneiras da história. 

Após Gouges, muitas outras feministas lutaram pela emancipação das mulheres. No Brasil, Nísia Floresta (1810-1885) é considerada a pioneira.  Nísia dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. 

Bertha Lutz (1894-1976) foi fundadora, em 1922, da FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso Feminino) e lutou, ao lado de outras feministas, pelo direito de voto para as mulheres.  

Em 1934, finalmente, as mulheres do Brasil conquistaram o referido  direito. Na França, Simone de Beauvoir ( 1908 – 1986), uma das mais importantes feministas do século XX,  autora da célebre frase: “Não se nasce mulher, torna-se” escreveu o livro “O Segundo Sexo”. 

Segundo Beauvoir, a mulher não tem um destino biológico, ela é moldada dentro de uma cultura que determina o seu papel na sociedade. 

Nos EUA, Betty Friedan (1921-2006) importante feminista do século XX, escreveu, em 1963, “A Mística Feminina”, um best-seller que fomentou a segunda onda do movimento feminista. 

Friedan foi co-fundadora da Organização Nacional das Mulheres nos EUA. Em nosso meio, Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca e Célia Zanetti fundaram, em 1979, a União das Mulheres Cearenses, para lutar  pela emancipação das mulheres.  

Hoje, 8 de março de 2013, dia Internacional da Mulher, o movimento feminista contabiliza, no mundo inteiro, importantes vitórias na luta pela libertação das mulheres sufocadas pela opressão machista e pelos sistemas sociais retrógrados.


Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg

Fortaleza, 8 de março de 2013.




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