Dra. Ana Margarida Rosemberg - Médica e Secretária da SOBRAMES-CE |
A PROPÓSITO DO 8 DE MARÇO
Em 2007, Ségolène Royal, candidata à presidência da república da França, expressou o desejo de que os restos mortais
de Olympe de Gouges (1748-1793) fossem removidos para o Panteão de Paris.
Entretanto, seria um enterro simbólico, pois
Gouges, guilhotinada em Paris, em
3 de novembro de 1798, durante a Revolução Francesa, foi enterrada em vala
comum.
Revolucionária, historiadora,
jornalista, escritora e autora de peças de teatro, Gourges foi defensora dos
direitos das mulheres e da abolição dos escravos negros.
Em setembro de 1791,
quando escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (Déclaration des Droits de la femme et de la
citoyenne) desafiou a injustiça contra as mulheres, expressada na célebre
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Gouges deixou numerosos escritos em favor dos direitos civis e políticos
das mulheres, como o direito ao divórcio e às relações sexuais fora do
casamento.
Lutou, também, pela abolição dos escravos negros. Em 1774, escreveu
uma peça de teatro anti-escravagista L'Esclavage des Nègres.
Pelo fato de ter sido escrito por uma mulher, tal obra somente foi publicada em
1789, no início da Revolução Francesa.
No dia 6 de março de 2004, Olympe de
Gouges foi imortalizada em uma praça de Paris denominada “Place
Olympe-de-Gouges”.
Inaugurada pelo então prefeito da região, Pierre Aidenbaum,
e pela então vice-prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a referida praça situa-se no
3º arrondissement no encontro das
ruas: Béranger, Franche-Comté, Charlot e
Turenne.
Bela homenagem à Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie Gouze, considerada uma das feministas
pioneiras da história.
Após Gouges, muitas outras feministas lutaram pela
emancipação das mulheres. No Brasil, Nísia Floresta (1810-1885) é considerada a
pioneira. Nísia dirigiu um
colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos
das mulheres, dos índios e dos escravos.
Bertha Lutz (1894-1976) foi fundadora,
em 1922, da FBPF (Federação Brasileira pelo Progresso Feminino) e lutou, ao
lado de outras feministas, pelo direito de voto para as mulheres.
Em 1934, finalmente, as mulheres do Brasil
conquistaram o referido direito. Na
França, Simone de Beauvoir ( 1908 – 1986), uma das mais importantes feministas
do século XX, autora da célebre frase:
“Não se nasce mulher, torna-se” escreveu o livro “O Segundo Sexo”.
Segundo
Beauvoir, a mulher não tem um destino biológico, ela é moldada dentro de uma
cultura que determina o seu papel na sociedade.
Nos EUA, Betty Friedan
(1921-2006) importante feminista do século XX, escreveu, em 1963, “A Mística
Feminina”, um best-seller que fomentou a segunda onda do movimento feminista.
Friedan foi co-fundadora da Organização Nacional das Mulheres nos EUA. Em nosso
meio, Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca e Célia Zanetti fundaram, em 1979, a União
das Mulheres Cearenses, para lutar pela
emancipação das mulheres.
Hoje, 8 de
março de 2013, dia Internacional da Mulher, o movimento feminista contabiliza,
no mundo inteiro, importantes vitórias na luta pela libertação das mulheres
sufocadas pela opressão machista e pelos sistemas sociais retrógrados.
Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Fortaleza, 8 de março de 2013.
Très important et bon...
ResponderExcluirMerci beaucoup, mon amie.
ResponderExcluirFélicitacions!
ResponderExcluir