Dr. Airton Ferro Marinho - Médico e membro da SOBRAMES-CE |
LEITURA SEM CENSURA
O livro é,
indubitavelmente, um objeto de grande entretenimento, com a “vantagem” de estar
e ser acessível praticamente à qualquer idade e à qualquer pessoa. Os leitores
podem procurar toda a sorte de assuntos, pois encontrarão em quase todas as
livrarias: livros didáticos, policiais, de assassinatos, estupros,
pornográficos, de roubos, de terror, técnicos, de abortos, homens-bombas,
serial-killers, suicídios, crimes organizados, de guerras, de esportes,
romances de amor, de paixão, de poesias, de aventuras, de ficção científica,
religiosos, esotéricos, de autoajuda, de informática et cetera. Estes últimos
são os mais vendidos e temos à mancheia.
Muitas vezes,
encontramos livros que dissertam sobre crimes gravíssimos, hediondos até, cujas
leituras não seriam recomendadas para crianças e adolescentes. Não sei, com
absoluta certeza, nem posso afirmar, se uma criança ou adolescente poderá sozinho
(a) fazer a compra ou adquirir um destes de leitura mais pesada. Sei, no entanto, que as consultas e a leitura são
realizadas em algumas livrarias e este ato solitário conquista realmente e
fascina, criando hábitos e até obsessão.
É comum encontrarmos
gravuras eróticas, pornográficas, indecorosas, palavras de baixo calão, na
linguagem escrita, a
qual é mais contundente, uma vez que diz o provérbio latino: “Verba volant,
scripta remant” ou seja “ as palavras voam, os escritos ficam”.
Com os livros
nos deleitamos, nos tranquilizamos, satisfazemos quase todos os desejos e
curiosidades e, sobretudo, aprendemos algo, por mais medíocres que sejam eles,
uma vez que o escritor leu pelo menos 2 vezes o que escreveu e, neles pôs toda
uma filosofia de vida e deixou ali muito do seu conhecimento. Servem-nos também
para aperfeiçoarmos e nos aprofundarmos em determinados assuntos. “A sede de
conhecimento no homem é uma fonte inesgotável!”, disse, mais ou menos assim, o
filósofo Aristóteles. Para muitos, a leitura é imprescindível e mandatória,
pois no bom sentido, vira vício. Só que é um dos hábitos mais úteis e que menos
prejuízo traz ou pode trazer. Neles encontramos, muitas vezes, iconografias,
figuras, fotos, gravuras, que satisfazem a criança que existe em cada um de
nós, talvez por relembrarmos nossa primeira cartilha ou nossos primeiros
livros. Há alguns que nos despertam o
erotismo, que quando jovens, pode nos levar até ao orgasmo.
No cinema temos as censuras: livre, para maiores de 10, 14,
16 e 18 anos, as quais normalmente são cumpridas. A TV tem também a sua
censura, embora, quase não se cumpra, pois programadores não respeitam horário,
geralmente, e está na dependência dos pais ou dos responsáveis pelos menores.
Mas, no todo, é mais licenciosa. O teatro é mais respeitador e mais exigente, e
sabemos nós adultos, que somos influenciáveis por cenas e enredos que nos podem
fazer bem, como nos podem fazer mal. Ainda não vi, no entanto, advertências
quanto aos livros expostos nas mais variadas livrarias; a leitura é
praticamente livre.
Devemos,
pois advertir aos desconhecedores disto e escrevermos com atenção para
respeitarmos o público, evitando palavrões, imoralidades e termos pornográficos
que enfeiam a leitura com obscenidades, que muitas vezes se tornam vulgares,
tentando contra a moral e os costumes e que influem muito naqueles que estão em
formação da personalidade e do caráter e tiram a beleza da literatura e da arte
da escrita. Algumas revistas advertem quanto à censura; já o livro ainda não.
Ainda bem que as crianças e os jovens por intuição olham, folheiam e leem
assuntos condizentes com a sua idade e interesse. Devemos, por conseguinte,
escrever para os mais diversos grupos etários. Muitas das vezes, o título, a
capa e as figuras já nos dizem alguma coisa. Devemos saber procurar o que
queremos e o que visamos para a vida, dando uma olhadela nas orelhas do livro,
sabermos quem é o autor, olharmos o rosto do livro e, se possível, olhar ou ler
de relance algo do miolo, para nos conscientizarmos do seu conteúdo.
Temos na
História livros que influenciaram uma ou várias gerações, ora para o bem, ora
para o mal, como por exemplo:”Os Sofrimentos de Werther”, de Göethe, que levou
muitos jovens ao suicídio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm artigo que dá margem à ampla discussão sobre o tema. Parabéns.
ResponderExcluirParabéns! Belo tema e belo artigo. abraço. anamargarida
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