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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

REUNIÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA - 10/09/2014

Ontem, 10 de setembro de 2014, às 15h30min, no Auditório  de Pró-Reitoria de Extensão da UFC, em Fortaleza-CE, ocorreu mais uma sessão ordinária da Academia Cearense de Medicina. Na ocasião, o Dr. Domingos Gerson Saboia Amorim proferiu uma aula com o tema - «Desmistificando a Acupuntura». 
Após a reunião, houve um coquetel para homenagear o aniversariante do dia, o Acadêmico Vladimir Távora Fontoura Cruz. 
Parabéns ao Dr. Gerson que nos brindou com seus profundos conhecimentos de acupuntura e ao Dr. Vladimir pela passagem de seu natalício.



































































POR: FÁTIMA AZEVÊDO - ENCONTRO FURTIVO


Dra. Fátima Azevêdo - Médica e Membro da Sobrames-CE
Poesia lida pela autora na reunião da Sobrames-CE de 08/09/2014

ENCONTRO FURTIVO

Água
Pingo de chuva
no vão da escada.
Lareira acesa,
pernas sobre a mesa,
velas enfileiradas,
música na vitrola.
É madrugada.
Tremem de frio e paixão,
um caso sem solução.
Agora a água escorre,
inunda a sala,
invade a alma.
Apaga as manchas,
destrói as marcas.
Se salva apenas
a tatuagem.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

POR: ISAAC FURTADO - VISITA NO INTERIOR

Dr. Isaac Furtado - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

Aquarela - Isaac Furtado


VISITA NO INTERIOR 

Texto lido pelo autor, na reunião da Sobrames-CE de 08/09/2014

O ranger da velha porta de ferro anunciou minha visita. Lá atrás, o atento Veludo fez figura com o seu latido já rouco. Em cima do segundo degrau e já entrando sem cerimônia para fugir do Sol tinhoso, me apresentei com palmas.
-Ôh de casa! 

Levei alguns segundos até acomodar minhas pupilas, e vislumbrar as samambaias bem cuidadas no cantinho da sala. Ainda se via os pingos da última regada sobre os mosaicos vermelhos. Sentei-me na cadeira de balanço que pertenceu à tia Mundinha. No embalo incontrolável, fiquei observando a parede de reboco irregular muito bem preenchida. Onde percebia-se, dentre as clássicas imagens de Padre Cícero e Nossa Senhora da Conceição, diplomas e fotos desenhadas com muito primor. Pelo reflexo da robusta TV Telefunken, pude observar a cristaleira repleta de miudezas. 

Da cozinha partia um cheiro irresistível de café. Não daqueles industrializados, era um café coado no pano já marrom, com anos de experiência. O barulho de panelas e pratos batendo, dava sinal de que algo estava sendo cozinhado. Para mim, um cafezinho seria suficiente. A despeito do meio-dia impor o almoço e um refresco bem gelado. Veludo já se encontrava deitado na soleira da porta, observando o movimento exíguo de fora. Por volta do meio-dia, as coisas andam mais lentas no interior. O mormaço do sertão faz todos os viventes se abrigarem em alguma sombra. Inclusive eu!

O corredor longo da casa me anulava. Postei-me ali a balançar mais um pouco. Por detrás dos sons da cozinha pude escutar no quintal o Loro reclamando por comida e o radinho de pilha tocando Roberto em algum local bem distante. Além de um armador que rangia no quarto do meio, fazendo o compasso daquela sinfonia caseira. Olhei para cima, e vi pequenos orifícios nas telhas, principalmente naquelas bem escuras, ainda do telhado original. Pontos de luz por onde finos fachos ponteavam a poeira delicada que passava lentamente pela sala. Apreciando aquele espetáculo silencioso, cá comigo pensei: No inverno vai dá goteira! 

Os talheres tintilavam na mesa de jantar, preparando a digestão pelo ouvido e pelo cheiro. Talvez fosse um capote, ou um espinhaço de carneiro que estavam para serem servidos. E o cheiro forte de Piqui dominou o ar. Eu, ainda estava pensando no café, mas sem fome alguma. E como não apareceu ninguém, resolvi ir embora, quase na mesma hora em que o armador parou de ranger. Impercebido, me ergui, seguindo meus passos de volta. Cruzei por cima do Veludo, que apenas murchou as orelhas e desci os degraus silenciosamente. Sem tocar na grade e sem olhar para trás, fui embora. Da calçada, ainda ouvi Das Dores gritando: - Olha o almoço!

Isaac Furtado
Breve conto ilustrado

REUNIÃO DA SOBRAMES-CE 08/09/2014

Ontem, segunda-feira, 08/09/2014, às 19h30, no Espaço Cultural Dra. Nilza Saraiva, na Av. Rui Barbosa,1880, aconteceu mais uma reunião ordinária da SOBRAMES-CE.

A mesma foi presidida pela Dra. Celina Côrte Pinheiro. 


PAUTA DA REUNIÃO ORDINÁRIA- 08/09/2014
   
1 – Abertura da sessão

2 - Discussões da ata enviada por e-mail (anexo) – julho e agosto2014.

3 – Faltas justificadas
Luiz de Araújo Barbosa
Marcelo Gurgel - congresso
Renato Evando – atividades no CREMEC

4 – Comunicações:     
Antologia 2014 – atualização –  participantes, patrocínios, preço página
Lançamento Antologia
Necessidades: gravador, caixa de som  com microfone e ar condicionado
Anuidade  2014 –  inadimplência (26,6%) –  valor atual R$ 350,00 (c/ desc. de 12,5%)
XXV Congresso Sobrames em Recife – 8 a 11/10/2014
Anuidade Sobrames Nacional
Confraternização dos Sobramistas - 10/11 – Fac. Med. Christus ? Unimed?

5 – Aniversariantes do mês
06 - Antônio Carlos Pessoa Chaves
06 - Maria Nilza dos Reis Saraiva
10 - Vladimir Távora Fontoura Cruz
16 - André Luiz Nunes Albano de Menezes
24 - Isaac Rocha Furtado

6 – Palavra facultada

7 – Leitura de textos:
   Isaac Furtado – Visita no interior
   Fátima Azevêdo - poema

   Celina Côrte Pinheiro
Presidente da Sobrames-CE
Sentadas da esquerda pra direita. Ozanilde, Celina, Nilza, Ana Margarida e Fátima Azevêdo.
 Atrás da esquerda pra direita Sebastião Diógenes, Airton Ferro, Fernando Pinheiro, Flávio Leitão, Djacir Figueiredo e Isaac Furtado





sexta-feira, 29 de agosto de 2014

POR: PEDRO ISRAEL NOVAES ALMEIDA - NATUREZA REBELDE

Pedro Israel Novaes de Almeida
                                                     pedroinovaes@uol.com.br
                                O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

O texto foi encaminhado pelo sobramista  Dr. William Harris e o autor é freqüentador eventual do MMCL. 

                                           NATUREZA  REBELDE
                                                                   
Apesar dos avanços da ciência e dos aparatos tecnológicos, a humanidade ainda é um amontoado de indivíduos, submetido aos caprichos e rigores da natureza.
            Não evitamos os tsunamis, sequer conseguimos prever os terremotos, não entupimos vulcões, não dissolvemos furacões e pouco influímos na distribuição das chuvas. A tentativa de adaptar a natureza a nossas conveniências tem sido catastrófica.
            Fizemos dos rios depósitos de lixo e materiais poluentes, como se fossem garis naturais que passam em nosso quintal. No mar, lançamos efluentes, com emissores que passam desapercebidos a olhares distantes.
            Na agricultura e pecuária, tornamos monótona a paisagem e complicada a sobrevivência de outros habitantes do planeta, com milhares e milhares de hectares revestidos por uma única espécie vegetal. Estimulamos o surgimento de pragas e doenças, cada vez mais vorazes, pois servimos o cardápio pouco diversificado, sem concorrentes naturais com igual apetite.
            Tornando monótonas as paisagens, influímos no regime dos ventos, e das chuvas, para depois reclamarmos, dizendo que a natureza endoidou. Maltratamos as nascentes, e ficamos indignados quando uma pequena estiagem emagrece rios e seca reservatórios.
            Vivemos importando plantas e animais estranhos, deixando que se espalhem ambiente afora, como se a natureza não esboçasse qualquer reação, com os novos hóspedes. Quando não importamos, cuidamos de cria-los, campeões de produtividade, como se o constitucional Princípio da Precaução dissesse respeito a estudos e acompanhamentos de poucas safras.
            Ainda, e por muito tempo, estaremos submetidos ao surgimento de pestes, doenças que mataram milhões de pessoas, ao longo de nossa história. Vírus, bactérias e fungos estão em permanente vigília, aguardando as condições para alarmar a população e causar danos gigantescos.
            Acenamos com uma descoberta magnífica, quando descobrimos o valor nutritivo de cama de frango, pomposo nome da mistura de palha com estrume, na alimentação bovina.  Ao ver o bovino ingerir bosta de frango, a natureza blasfemou: - vaca louca !
            Em nossa intimidade com os animais, ultrapassamos a fronteira da amistosidade, e repartimos com eles a Aids, a terrível doença dos pombos e tantas outras. Nas redes sociais, cenas de animais domésticos, lambendo a boca de bebês, são tidas como exemplos maravilhosos de carinho e respeito mútuo.
            Quando da grita mundial contra a poluição da atmosfera, nações poderosas postergam medidas saneadoras, a pretexto de protegerem suas indústrias, livrando-as de investimentos oneradores. Na zona urbana, aplaudimos o advento dos estudos de impacto de vizinhança, e pouco percebemos que nossa maior vizinha, sempre presente, é a própria natureza.
            Criamos uma sociedade onde as embalagens são mais importantes que os produtos, e produtos são meros materiais transitórios, rumo ao descarte. Mudamos o tradicional “nada se cria, tudo se copia”, pelo “nada se conserta, tudo se descarta”. No rumo que tomamos, seremos, no futuro, exímios e desesperados consumidores de insetos.