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segunda-feira, 8 de setembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
POR: PEDRO ISRAEL NOVAES ALMEIDA - NATUREZA REBELDE
Pedro Israel Novaes de Almeida |
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
O texto foi encaminhado pelo sobramista Dr. William Harris e o autor é freqüentador eventual do MMCL.
NATUREZA REBELDE
Apesar dos avanços da ciência
e dos aparatos tecnológicos, a humanidade ainda é um amontoado de indivíduos,
submetido aos caprichos e rigores da natureza.
Não
evitamos os tsunamis, sequer conseguimos prever os terremotos, não entupimos
vulcões, não dissolvemos furacões e pouco influímos na distribuição das chuvas.
A tentativa de adaptar a natureza a nossas conveniências tem sido catastrófica.
Fizemos
dos rios depósitos de lixo e materiais poluentes, como se fossem garis naturais
que passam em nosso quintal. No mar, lançamos efluentes, com emissores que
passam desapercebidos a olhares distantes.
Na
agricultura e pecuária, tornamos monótona a paisagem e complicada a
sobrevivência de outros habitantes do planeta, com milhares e milhares de
hectares revestidos por uma única espécie vegetal. Estimulamos o surgimento de
pragas e doenças, cada vez mais vorazes, pois servimos o cardápio pouco
diversificado, sem concorrentes naturais com igual apetite.
Tornando
monótonas as paisagens, influímos no regime dos ventos, e das chuvas, para
depois reclamarmos, dizendo que a natureza endoidou. Maltratamos as nascentes,
e ficamos indignados quando uma pequena estiagem emagrece rios e seca
reservatórios.
Vivemos
importando plantas e animais estranhos, deixando que se espalhem ambiente
afora, como se a natureza não esboçasse qualquer reação, com os novos hóspedes.
Quando não importamos, cuidamos de cria-los, campeões de produtividade, como se
o constitucional Princípio da Precaução dissesse respeito a estudos e
acompanhamentos de poucas safras.
Ainda, e
por muito tempo, estaremos submetidos ao surgimento de pestes, doenças que
mataram milhões de pessoas, ao longo de nossa história. Vírus, bactérias e
fungos estão em permanente vigília, aguardando as condições para alarmar a
população e causar danos gigantescos.
Acenamos
com uma descoberta magnífica, quando descobrimos o valor nutritivo de cama de
frango, pomposo nome da mistura de palha com estrume, na alimentação
bovina. Ao ver o bovino ingerir bosta de
frango, a natureza blasfemou: - vaca louca !
Em nossa
intimidade com os animais, ultrapassamos a fronteira da amistosidade, e
repartimos com eles a Aids, a terrível doença dos pombos e tantas outras. Nas
redes sociais, cenas de animais domésticos, lambendo a boca de bebês, são tidas
como exemplos maravilhosos de carinho e respeito mútuo.
Quando da
grita mundial contra a poluição da atmosfera, nações poderosas postergam
medidas saneadoras, a pretexto de protegerem suas indústrias, livrando-as de
investimentos oneradores. Na zona urbana, aplaudimos o advento dos estudos de
impacto de vizinhança, e pouco percebemos que nossa maior vizinha, sempre
presente, é a própria natureza.
Criamos
uma sociedade onde as embalagens são mais importantes que os produtos, e
produtos são meros materiais transitórios, rumo ao descarte. Mudamos o
tradicional “nada se cria, tudo se copia”, pelo “nada se conserta, tudo se
descarta”. No rumo que tomamos, seremos, no futuro, exímios e desesperados
consumidores de insetos.
POR: ANTERO COELHO NETO - OS CONDICIONANTES DA VIDA LONGA COM QUALIDADE
Dr. Antero Coelho Neto - Médico e Membro da Sobrames-CE |
Amigas e Amigos de Nossa Rede:
Com a satisfação de sempre estamos enviando o nosso Artigo de Agosto publicado no Jornal O Povo.
Espero que o dito popular “água mole em pedra dura tanto bate até que fure” funcione mais uma vez com os amigos “teimosos”.
Até breve, amigos queridos.
Antero
OS CONDICIONANTES DA VIDA LONGA COM QUALIDADE
Publicado no jornal "O POVO", em 27/08/2014
Desde há alguns anos famosos pesquisadores, de importantes organizações do mundo civilizado, estudam e desenvolvem projetos sobre os elementos fundamentais e determinantes de uma vida longa com qualidade. Tenho já citado vários desses estudos em artigos anteriores.
Temos procurado simplificar e detalhar, para os nossos leitores, uma maneira mais prática de gravá-los e usá-los com a freqüência necessária. Para isso, temos denominado os mesmos de: Condicionantes. Durante esses passados anos, alguns indicadores ganharam mais relevo e importância pelos achados de pesquisas e prática efetiva. Assim sendo, creio que os selecionados por nós, também possam ser modificados e alterados com a passagem dos tempos.
Um leitor assíduo e amigo escreveu perguntando sobre quais são os condicionantes fundamentais, dos vários que temos destacado.
Amigo Ignácio, para nós, os Condicionantes Fundamentais, são: 1. ter uma alimentação saudável; 2. realizar atividade física constante; 3. manter um peso saudável; 4. planejar a vida do ano; 5. realizar medidas preventivas de saúde; 6. viver em um ambiente saudável; 7. evitar o estresse; 8. evitar o álcool; 9. não fumar e 10. não usar drogas que levem ao hábito.
Agora, os mais importantes pela nossa longevidade com qualidade (70% a 80%), são de nossa própria responsabilidade, e não é suficiente somente aceitar esta classificação, é necessária a sua utilização e mais, devemos também ensinar e agir para que a nossa família também pratique.
E, como na Promoção da Saúde, de uma maneira geral, o fundamental é a sua comunicação para a população. Que os nossos profissionais e especialistas nas diferentes áreas da saúde, comuniquem para os seus pacientes, amigos e familiares e que, também muito importante, pratiquem esses conhecimentos tão necessários para nossa vida.
Felizmente, nos últimos anos, temos visto uma completa mudança de comportamento de muitas pessoas e uma divulgação muito maior desses conhecimentos em revistas, jornais, rádio, televisão e outros órgãos de comunicação. Como exemplo, os nossos Programas de Rádio: Novas Dimensões (Rádio AM do Povo), Novas Idades e Novas Dimensões (Rádio FM- Universitária), durante 15 anos, têm comunicado com destaque e ajuda dos seus componentes e muitos especialistas convidados, o valor desses Condicionantes. E que eles possam ser utilizados como verdadeiros responsáveis de uma vida longa com saúde e qualidade. Que possam até ser chamados de “Mandamentos”.
E, mais ainda, que os nossos leitores os aceitem e pratiquem, numa grande Campanha para a Vida Longa e Saudável, pois assim tem que ser, numa igualdade desejada para com as crianças, jovens e adultos, de uma maneira em geral. Que os nossos políticos e gestores, neste momento tão importante de nossa vida, também saibam disso, pratiquem e ajudem à população brasileira a viver mais, de uma maneira sadia com qualidade.
Não vai ser fácil, sabemos disso, mas podemos chegar lá.
Antero Coelho Neto
Médico e Professor
domingo, 24 de agosto de 2014
POR: PEDRO ISRAEL NOVAES DE ALMEIDA - ROLETA RUSSA
Pedro
Israel Novaes de Almeida
engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
pedroinovaes@uol.com.br
engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
pedroinovaes@uol.com.br
O texto foi encaminhado por Dr. William Harris e o autor é freqüentador eventual do MMCL.
ROLETA RUSSA
As já
costumeiras manchetes de alimentos impróprios para o consumo intranquilizam a
população.
Vez ou
outra, são descobertas fraudes envolvendo determinadas marcas de leite, que
comercializam produtos com adição de água ou mágicas para evitar ou retardar a
deterioração. A adição de água é hábito antigo, de produtores e indústrias, e
representa a fraude de menor dano potencial à saúde humana.
Adições e
adulterações são velhas conhecidas das fiscalizações, em todos as instâncias do
país. Contudo, a perda da qualidade do produto pode ser consequência da
administração de medicamentos, aos animais, e o uso inadequado de
desinfetantes, que deixam rastros no alimento.
O leite
clandestino, vendido de porta em porta, que dá a impressão de ser igual ao que
alimentou o bezerro, é uma temeridade, e sequer passou por qualquer análise ou
controle, mesmo deficitário. Tal leite consegue dar a impressão de integridade,
mesmo quando recebe a adição de água.
A maneira
mais segura de ingerir o produto é consumi-lo em pó ou nascer bezerro. É
incrível a quantidade de água, natural ou adicionada, que segue transportada
diariamente, gastando energia e ocupando espaços valiosos.
O maior
risco à saúde humana, contudo, reside nos vegetais colocados à venda. O uso
inadequado de defensivos agrícolas não é percebido pelo consumidor, e pode liquidá-lo.
Existe
uma injusta e generalizada repulsa à utilização de defensivos, mas todos eles
possuem indicações e prazos testados e aprovados, podendo haver uso seguro de
tais produtos. No Brasil, não existem, ainda, estruturas e rotinas que garantam
a sanidade dos vegetais ofertados à população.
Resta ao
consumidor deixar de lado a preferência por vegetais maravilhosos, sem marcas,
manchas ou qualquer imperfeição aparente. A natureza não costuma produzir tais
espécimes.
Um
furinho no pepino é o suficiente para o consumidor descartar o produto. Ocorre
que o tal furinho é um atestado de que, se a lagarta sobreviveu, o mesmo
acontecerá com o consumidor.
A
agricultura orgânica, profissional, ainda pouco praticada, e seus produtos
ainda possuem maiores preços. É uma garantia adicional ao consumidor, que tende
a agregar mais e mais produtores, principalmente médios e pequenos.
Culturas
de pequena expressão econômica são pouco experimentadas, e possuem raras
indicações de uso seguro de defensivos agrícolas comerciais. Aqui, é
imprescindível a pesquisa oficial, para sucesso dos produtores e tranquilidade
dos consumidores.
O Brasil,
em mais um tema, relega a plano secundário a saúde pública, pouco estruturando
carreiras e menos ainda implantando rotinas de acompanhamento e monitoração dos
produtos de origem vegetal. Não existem estatísticas seguras das ocorrências de
mortes e mutilações devidas à ingestão de alimentos impróprios ao consumo.
Sequer os ingredientes da merenda escolar sofrem a necessária análise e
acompanhamento.
Ir ao
supermercado ou feira, em tal contexto, é como comprar um bilhete de loteria,
onde o prêmio pode ser a morte, mutilação ou um simples incômodo. Boa sorte !
POR: WILLIAM MOFFITT HARRIS - LEMBRANDO E HOMENAGEANDO COM SAUDADES
William
Moffitt Harris, médico pediatra sanitarista aposentado
sobramista do
Ceará residente em Campinas -SP
|
Lembrando e homenageando com saudades
Profa Dra GESSILDA PORTO ALEGRE FALCÃO (R.I.P.) 1
LÁGRIMAS 2
Gessilda Porto
Alegre Falcão
Há lágrimas que não vêm à
flor dos olhos;
são gotas que resvalam nas
colinas,
doloridas, sinceras,
cristalinas;
da alma que encontrou na
vida abrolhos;
e tendo o sabor acre das
salinas,
trazem calma pra seguir
entre os escolhos,
sem tropeçar, caminhando
sobre os molhes
na esperança de encontrar
praias divinas.
Estou prestes a deixar os
dissabores,
esperando encontrar em praia
linda
aqueles que me deram só
amores.
Dizendo-me e cobrindo-me de
flores,
aproxima-te, vem e sê
bem-vinda,
aqui neste lugar, não há
mais dores.
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
1
– Dra. Gessilda era natural de Rio Grande – RS; faleceu, bastante idosa, em
Santos-SP no dia 22 de junho de 2009. Foi musicista, grande pianista e
violoncelista, cantora, pintora de natureza morta e retratista, poetisa,
declamadora e escritora. Seus últimos anos foram vividos em Santos onde
participou ativamente de diversos grupos literários, incluindo a Academia
Santista de Letras, a Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos,
o Instituto Histórico, Geográfico e Heráldico de Santos e o Movimento Médico
Paulista do Cafezinho Literário-MMCL. Durante muitos anos foi coordenadora do
Coral da Basílica Menor de Santo Antonio do Embaré e coordenadora dos Cantos
Pastorais quando encenou a personagem “Verônica” na Semana Santa de 1981. O
MMCL dedicou seu Terceiro Congresso Paulista Comunitário de Letras ocorrido na
Associação dos Médicos de Santos (14 a 16 de maio de 2010) em memória e
homenagem a esta ilustre Madrinha do MMCL.
“Rio Grande e Pelotas no Rio Grande do Sul, Santos e Águas de Lindóia em
São Paulo foram palcos de atuação da Dra. Gessilda nas mais diversas
atividades. Em todas as áreas tem sido sua presença constante e marcante.”,
como bem disse a Profa Maria Araújo Barros de Sá e Silva, Presidente da
Academia Santista de Letras no seu panegírico durante o velório e mais tarde
publicado nos Anais do Congresso
supracitado do MMCL sob o título Homenagem
Póstuma à Escritora Gessilda Porto Alegre Falcão de onde colhi boa parte
dos dados desta mini-homenagem da saudosa amiga. A querida amiga de todos que
tiveram a ventura de conhecê-la durante a vida usufruíram privilegiadamente de
uma pessoa tranquila, modesta, inteligente, simpática, solícita, hospitaleira e
muito bonita desde a infância até o fim de sua vida. A poesia transcrita no caput do presente foi-me dado
pessoalmente por ela numa das visitas que fiz em companhia de outra amiga do
MMCL, quando a convidamos formalmente para ser a Presidente de Honra do Primeiro
Congresso, também na Associação dos Médicos de Santos (2 a 4 de maio de 2008). Fiquei
impressionado com a modéstia dela ao nos consultar se valeria à pena ela levar
este soneto para o evento. William M. Harris
2
– O soneto Lágrimas foi apresentado
pela Dra. Gessilda no Primeiro Congresso
Paulista Comunitário de Letras em 2008 na cidade de Santos-SP.
POR: FÁTIMA AZEVEDO - A PONTE DE IGAPÓ
Dra. Fátima Azevêdo - Médica e Membro da Sobrames-CE |
A PONTE DE IGAPÓ
Ai meu Deus que tremedeira
passar por aquela ponte
quando eu tinha sete anos.
Meu medo, maior que ela.
Uma ponte toda em ferro
com ferrugem e maresia
barulhenta que rangia
que quase se desmanchava
com o peso da Rural.
A "Pickup" amarela
confiante e cuidadosa
seguia lenta nos trilhos
com o Potengi amado
lá embaixo a espiar
prontinho para nos aparar
caso a ponte se partisse
e o carro despencasse
caindo no rio mar.
Ai que medo que me dava
ai que frio na barriga
e eu mal que respirava.
T’aí pesadelo ruim
quando meu pai decidia
nos levar para a Redinha
em um dia de domingo.
Queria sim passear
mas quando eu me via na ponte
ai se eu pudesse planar
pra fazer esse trajeto
sem tanto me agoniar.
Agora a ponte é moderna
as crianças de hoje em dia
nunca irão acreditar
no pavor que me invadia
atravessando Igapó.
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