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sexta-feira, 26 de julho de 2013

POR: MARCELO GURGEL - RESENHA DO LIVRO "RISOS E LÁGRIMAS EM BETÂNIA"


Dr. Marcelo Gurgel - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
CONVITE LANÇAMENTO DO LIVRO "RISOS E LÁGRIMAS EM BETÂNIA"

RESENHA DO LIVRO "RISOS E LÁGRIMAS EM BETÂNIA"
 
 Publicado no Blog do Marcelo Gurgel, hoje, 26/07/2013.
 Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 9(72): 4, julho de 2013.

O Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, de julho de 2012, acolheu, em suas páginas, uma resenha do livro “MULHERES NA VIDA DE JESUS – A história das primeiras discípulas”, editado pela Paulus, escrito por Lúcia Furtado Arruda, religiosa da Congregação de Nossa Senhora do Retiro no Cenáculo.
Irmã Lúcia Arruda é cearense de Fortaleza, oriunda de uma família de longa tradição católica, cujo fervor religioso pode ser conferido por vários padres e freiras pertencentes ao clã dos Arruda; atualmente, ela reside em Belo Horizonte-MG, onde cumpre o seu labor missionário, dedicando-se à orientação de retiros espirituais.
A autora obteve a licenciatura em Letras, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Ceará, e a graduação em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte, qualificações essas que se juntam à sua afeição pela História, um atributo, por certo, absorvido de seu pai, o professor e historiador Miguel Edgy Távora Arruda.
Agora, à reboque do bem-sucedido feito editorial, em escala nacional, do livro acima aludido, Lúcia Arruda torna público mais uma novidade literária, sob o título “RISOS E LÁGRIMAS EM BETÂNIA, a amizade na vida de Jesus”,que tem tudo para seguir o exitoso percurso do seu precursor, tanto pela temática como por sua cuidadosa elaboração.
O livro reconta, sob a forma de romance, misturando realidade e ficção, o relato da amizade de Jesus com uma família de Betânia, cujo núcleo principal era composto pelos irmãos Marta, Maria e Lázaro. O lar desses irmãos, em Betânia, um povoado da Judéia situado na encosta oriental do Monte das Oliveiras, a 3 km de Jerusalém, seria, então, o lugar onde Jesus costumava albergar-se, ao ensejo de suas atividades missionárias em Jerusalém e em seus arrebaldes. Nele, o Messias se sentia intensa e afetuosamente recebido por amigos féis e de verdade.
Essas três figuras protagonistas da obra são bastante conhecidas nas passagens do Novo Testamento, porquanto a morte de Lázaro afetou profundamente a Jesus, de quem era um dileto amigo; o Filho do Homem, comovido diante das dores de Marta e de Maria, para as quais o seu irmão não teria morrido se o Mestre estivesse entre eles, opera a ressurreição de Lázaro, tido como um dos mais pujantes milagres de Cristo, em sua permanência no meio terreno.
Marta e Maria são as discípulas de Jesus, aparentemente opostas, citadas na Bíblia, pois, enquanto a primeira, Marta, cuidava dos afazeres da casa e anfitriona, com solicitude, o divino hóspede, conferindo um componente mais material, a segunda, Maria, permanecia absorta, sentada aos pés do enviado de Deus, ouvindo suas pregações e sorvendo a melhor parte, a espiritualidade cristã. Vale rememorar que esse suposto antagonismo fraterno, de Marta e Maria, serviu de mote a Viana Moog, para firmar, em sua obra prima, o confronto entre bandeirantes e pioneiros, no cotejo que fez dos rumos da colonização do Brasil e dos EUA.
A autora faz sua narrativa, como se fosse uma real observadora dos fatos, sem, contudo, utilizar-se de diálogos entre os personagens, mas recorrendo a passagens bíblicas, com destaque para as belíssimas citações do Livro dos Cânticos, encaixadas de modo preciso, e que funcionam como substitutas perfeitas das falas intencionalmente omitidas do texto.
Mesmo sendo um livro de ficção, sua fundamentação histórica é irretocável, ancorada em sólidas referências bibliográficas, o que concede valiosas informações contextuais sobre a Judeia, nas alvíssaras do cristianismo; no corpo do romance e em algumas das suas notas de rodapé, dá-se a perceber indicativos do legado de Flávio Josefo, o notável historiador judeu romanizado.
A obra, traçando um perfil do Rei dos reis profundamente humano, exposto a alegrias e tristezas, é de leitura fácil, e, sobretudo, agradável. Suas 120 páginas, dispostas em onze capítulos, podem ser saboreadas, com avidez, em poucas horas, deixando uma sensação de “quero mais”,um desejo a ser suprido pela versátil escritora, muito brevemente.
O novo livro em epígrafe será lançado em Fortaleza, na Livraria Paulus, à Rua Floriano Peixoto, nº 523, em 27 de julho de 2013, sábado, às 10 horas, com a presença da autora.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO, CELINA!


POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - ACONCHEGO

 
Dra Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE
 
ACONCHEGO

Uma lágrima furtiva estremeceu em meu rosto
E solitária, chorou de saudade
E desejo de te ver...
Tu surgiste na bruma da noite
Aconchegaste-me com ternura
Sonhamos juntos nosso lindo sonho 
E a lágrima foi embora
Por falta do que fazer...

POR: FÁTIMA AZEVÊDO - HUMANO DESEJO



 
Dra. Maria de Fátima Vitoriano de Azevêdo - Médica e Membro da SOBRAMES-CE

Publicado no O POVO - Jornal do Leitor, 17/07/2013

                                HUMANO DESEJO

Gostaria de reinventar o mundo. Ah se eu pudesse. Gostaria de começar do zero. Não que eu tenha a pretensão de ser Deus. Não quis dizer isso. Queria apenas um mundo mais humano, melhor, com menos maldade e mais bondade. Mais justo, com menos desigualdade. Um mundo aonde não tivéssemos medo de viver. Como já foi um dia. Um lugar aonde se pudesse sonhar e ver o sonho realizado. Um lugar para viver, aonde saíssemos de casa, sem o pavor e a incerteza arrepiante de não saber se voltaremos para ela. Um mundo onde todos pudessem ter acesso à educação de qualidade, ao invés da deseducação disseminada, de baixo custo ou até gratuita que hoje existe.
O sermão da missa de domingo, 14 de julho, na Catedral, foi lindo. Lindo e triste. Quem ouviu e prestou atenção sabe do que eu falo. O celebrante falou da misericórdia . Falou que o mundo está ficando insensível. Eu não discordo. E uma violência que deixa a turma de Al Capone como meros aprendizes da maldade.
Se o governo cuidar da educação e da saúde do povo e não cuidar ao mesmo tempo, da segurança, muito em breve irão sobrar escolas e leitos hospitalares, porque a população está sendo dizimada, não pela Dengue ou outras viroses, mas pela violência que tomou conta de nossa cidade, de nosso país. Que tristeza.

terça-feira, 23 de julho de 2013

WELLINGTON ALVES NO INSTITUTO HISTÓRICO DO CEARÁ

Dr. Wellington Alves - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

  
 


Ontem, dia 22 de julho de 2013, às 15h, no Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, o Dr.  Wellington Alves, médico e membro da SOBRAMES-CE, fez uma conferência com o seguinte tema: "PADRE CÍCERO - atuação histórica e permanência no imaginário popular". 
A mesa foi conduzida pelo Presidente Ednilo Soarez e o conferencista foi apresentado pelo Secretário Juarez Leitão. 
Com grande participação, o tema despertou um interessante debate, após a apresentação do conferencista.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

POR: VICENTE ALENCAR - MINHAS SAUDADES



 
Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e Divulgação da SOBRAMES-CE
MINHAS SAUDADES

Minhas saudades
são imensas.
Dia a dia
aumentam minhas tristezas.
Os momentos de ontem,
os encontros que se foram,
os dias que se encantaram
estão na minha retina,
na minha memória,
no meu sangue.

Minhas saudades 
são imensas.
Acompanham todas as minhas horas.
povoas os meus sonhos
e tua ausência
é presença constante
em minha vida.


Vicente Alencar
(Da Academia Camocinense de 
Ciências, Artes e Letras - ACCAL).

domingo, 21 de julho de 2013

POR: EDGARD STEFFEN - SALVE LAURO (SEM O JORGE)

 
Dr. Edgar Steffen - Médico Pediatra e Escritor

Salve Lauro (sem o Jorge)!

Tivemos grandes oportunidades de juntos chorarmos alegrias e vicissitudes em nossa longa existência. Choramos mais de alegria que das tristezas.

Notícia publicada na edição de 08/06/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno A



E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não
haverá mais morte nem pranto...(Apocalipse. 21:4)

** Edgard Steffen


Escrevo porque virei sorocabano graças a você. Escrevo porque, quando me pediram que o saudasse, recusei. Não tinha direito de fazê-lo, mas recusei. Temi que a emoção embaralhasse o raciocínio e lágrimas me turvassem a vista.

Tivemos grandes oportunidades de juntos chorarmos alegrias e vicissitudes em nossa longa existência. Choramos mais de alegria que das tristezas. Ríamos quando arreliávamos mamãe fingindo querer ela definisse qual de nós era o filho predileto. Eu, o caçula, ou você, o pseudofrágil? Sabiamente Dona Augusta esboçava um riso e nada dizia. Lembra-se? Nossa brincadeira repetiu-se sempre que nos encontrávamos naqueles saborosos ágapes na Indaiatuba de todos nós. Éramos quatro irmãos em meio a sete mulheres.

Mamãe chorou muito quando você foi para o Exército. Não se conformava com o filho doentio (a visão materna enxerga coisas que não existem) enfrentando a friagem nas madrugadas da gurita sentinela. Gilberto, primogênito forte e aventureiro, foi herói na Revolução de 32. Mas não era tão organizado nem se vestia tão bem quanto você. Oscar, compleição robusta, atleta campeão do regimento, era mais alto, mas não dançava o tango tão bem quanto você. Quando você se apresentou ao Regimento Deodoro, o físico longilíneo astênico decepcionou oficiais que esperavam novo campeão. O magro recruta sequer sabia nadar. Acabou campeão. Em vez da força, usou da inteligência e, rapidamente, tornou-se instrutor dos cálculos de artilharia.

Essa inteligência o fez bem sucedido nas finanças. Era adolescente quase imberbe, quando papai lhe deu cinco mil reis e o colocou num trem. Fosse ganhar a própria vida. Honestidade e inteligência o fizeram galgar posições, a partir de modestos empregos. Andou por agências bancárias do interior do Estado. Em Jaú, encontrou Marília, sua bela companheira. Ali nasceriam a primogênita professora Zilda Maria, e a caçula odontóloga Maria "Bia" Elvira. Em Sorocaba aonde viera como sub-contador da recém-criada agência do Banco do Estado nasceria Ana Célia, bioquímica pesquisadora aposentada do IAL.

Coragem e honestidade o ajudaram a alcançar a chefia do departamento de crédito de um dos maiores bancos do País. Levou tempo, mas você chegou lá. Falo em coragem porque, numa das cidades, foi ameaçado por "autoridades" políticas que pleiteavam financiamento em desacordo com as garantias exigidas pelo Banco. Chegaram a detê-lo, mas você não cedeu. O dever de zelar pelo bem público foi maior que a pressão daqueles que o queriam utilizar para avançar sobre ele.

Na fria e chuvosa manhã de maio, seu coração estava quase parando (43 bat/min). Sua voz, pouco inteligível, recusou chamassem médico. Pedia minha presença. Corri a São Paulo. Até pareceu milagre encontrei-o recuperado. Pudemos conversar e choramos feito bezerros desmamados ao lembrar emoções vividas e curtidas. Lembramos que durante muitos anos eu escrevia cartas endereçadas a Lauro Jorge Steffen. O nome correto era simplesmente Lauro.*

Contou nosso chororô a todos que cuidavam ou visitavam você. Quando voltei a revê-lo, nenhuma interação. Quando a cuidadora saudou-o com o efusivo "Seu Lauro, bom-dia!" não mais ouviu a indefectível resposta "Como vai sua tia!". Percebeu que você havia piorado. Pois é, mano Lauro (sem o Jorge), você não mais chorará conosco. Lúcia, Dolores e eu choraremos sozinhos. Segundo promessa transcrita no Apocalipse de João, você terá enxugadas suas lágrimas.

Lauro Steffen (1917-2013)
Requiescat in pace

(*) Luteranos antigos costumavam acrescentar, ao prenome, o nome do padrinho. O padrinho era nosso tio-avô Jorge.


** Edgard Steffen é médico pediatra e escreve aos sábados neste espaço - edgard.steffen@gmail.com