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segunda-feira, 7 de abril de 2014

POR: KLÉVISSON VIANA - CORDEL PARA JOSÉ WILKER


Cordel para José Wilker

Nossa vida aqui na terra
Parece com a lamparina
Tem um pavio que é igual
A sua jornada ou sina
Mas o querosene dela
Ninguém sabe onde termina.

Também pode ser um filme
De longa ou média metragem
O roteiro é um mistério
Fotografia e montagem
Ou mais simples como um curta
Se for bem breve a viagem.

Eu estava de passagem
Na cidade de Natal
Onde fui apresentar
Para o público um recital
Quando alguém falou Zé Wilker
Partiu para o plano astral.

Nesse momento eu parei
Sem querer acreditar
Solicitei para um moço
Para melhor me informar
Ele ligando a TV
Pude logo confirmar.

Foi Zé Wilker apaixonado
Pela a arte que fazia
Amou diversas mulheres
Fez da vida uma poesia
Mas sua paixão mais forte
Foi sempre a dramaturgia.

O filho de Juazeiro
Que tanto nos orgulhou
Não vive mais nesse plano
Partiu mas aqui deixou
A sua arte que é viva
No público que cativou.

Padre Cícero era do Crato
Mas fundou o Juazeiro
José Wilker nasceu lá
E mostrou pra o mundo inteiro
Que Juazeiro não tem
Só penitente e romeiro.

Jô Soares falou dele
Bastante emocionado
O grande Lima Duarte
Também deu o seu recado
De respeito pelo astro
Sua arte e seu legado.

Partiu enquanto dormia
Aos 66 de idade
Para amigos e colegas
Seguiu deixando saudade
E a sua família chora
A triste realidade.

Ceará está de luto
Sofre o Brasil por inteiro
Com a partida tão súbita
Que não tava no roteiro
Do nosso ator José Wilker
O filho de Juazeiro."

domingo, 6 de abril de 2014

POR: SEBASTIÃO DIÓGENES - CAUSO DE CONSULTÓRIO - 1



 
Dr. Sebastião Diógenes - Médico e Tesoureiro da Sobrames-CE
                                               Causo de consultório - 1

                O Maranhão é o estado adotivo do cearense José Carneiro, o médico das crianças de Chapadinha, cidade de 74 mil habitantes e a 247 km de São Luís. Certo dia chega - lhe ao consultório uma senhora, visivelmente zangada, com o filho nos braços. A criança se encontrava assustada, em pranto.  
            - O que há com o menino, mãe? – perguntou o médico.
            - Levou umas boas palmadas – disse a mãe, cheia de razão, e completou:           – Peguei ele comendo barro no quintal de casa... Tem cabimento?
            - O vício dele só se resolve com ferro, minha senhora!
            - Ah, não doutor! Tem compaixão... Com ferro não tenho coragem de bater nele, não!
            - Refiro-me à anemia que ele tem por falta de ferro – explicou  dr. Carneiro. Em seguida perguntou:  – Ele bota algum verme?
            - Só se for distraído, doutor!
- Distraído? Como assim, o menino ou o verme? – interrogou o médico, tentando alcançar o significado contextual da palavra.
            - Claro que é o verme, doutor! O verme pode sair desonerado, com licença da palavra. O senhor não sabe disso?!
Sebastião Diógenes.
Fortaleza, 03 de março de 2014.

terça-feira, 1 de abril de 2014

JOSÉ WILSON DE SOUZA TOMA POSSE NA ACADEMIA QUIXADAENSE DE LETRAS

Dr. José Wilson de Souza e Dr. Sebastião Diógenes

O Dr. José Wilson de Souza tomou posse na Academia Quixadaense de Letras, no dia 29 de Março de 2014. 
Parabéns ao nosso colega sobramista por mais esta conquista em sua trajetória de vida. 
Ao seu lado, na foto, vemos o Dr. Sebastião Diógenes, Tesoureiro da Sobrames-CE e, também, membro da mesma academia.

domingo, 30 de março de 2014

POR: CELINA CÔRTE PINHEIRO - CONVIVÊNCIA NO TRÂNSITO

Dra. Celina Côrte - Presidente da SOBRAMES-CE

 

Convivência no trânsito

Publicado no DN
23.03.2014

Andando-se a pé, mesmo em horário de pouco movimento no trânsito, observam-se infrações que identificam a falta de educação e o desprezo dos guiadores pela segurança dos pedestres.
Na travessia da rua, apesar do sinal verde para pedestres, quase fui colhida por um ciclista que trafegava na contramão na ciclovia.
Pouco antes, eu atravessara na faixa de pedestres desviando-me de uma motocicleta e um automóvel que ali se postavam de modo inadequado.
Demonstração cabal de comportamento ansioso e desrespeitoso!
Nas esquinas, motoristas afoitos dobram a esquina em alta velocidade, sem se dar conta de que um pedestre pode, naquele momento, estar atravessando a rua. Total indiferença aos princípios da direção defensiva. Os pedestres que se cuidem e sejam bastante ágeis para se defenderem de atropelamento.
O motorista nem notou quando optei prudentemente por interromper a travessia, já no meio da rua, para que ele pudesse passar. Se eu insistisse, seria fatalmente atropelada ou, no mínimo, xingada por não ter respeitado a autoridade do automóvel. Estes fatos, observados em alguns minutos de caminhada, denotam a insegurança dos pedestres nas ruas de Fortaleza.
Reconheço que alguns destes sequer sabem se portar diante da sinalização de trânsito. Acreditam que esta deva ser obedecida apenas pelos motorizados. Não é assim!
Os sinais de trânsito foram criados para regulamentar a movimentação de todos que se encontram nas ruas, motorizados ou não, de modo a assegurar uma saudável convivência. A questão do trânsito não permite exceções.
Todos têm responsabilidades. Contudo, nesta relação entre os diferentes personagens nas ruas, o pedestre é, sem dúvida, o mais vulnerável, devendo ser priorizado.
Infelizmente, ainda vige o sentimento de que o direito pessoal é soberano. Enquanto as pessoas não se dispuserem a respeitar os demais e a contribuir na redução da violência no trânsito, este será, a cada dia, mais agressivo.
O nível de conscientização de cada um tem ritmo próprio, todavia a educação continuada da população, no que se refere à mobilidade urbana, é imperativa, assim como a evolução dos meios de controle e punição dos faltosos.
Celina Côrte Pinheiro

quarta-feira, 26 de março de 2014

REUNIÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA - PALESTRA DR. RONALDO MONT'ALVERNE


Hoje, 26 de março de 2014, às 15h30min, no Auditório  de Pró-Reitoria de Extensão da UFC, em Fortaleza-CE, aconteceu a palestra do acadêmico  Ronaldo Mont'Alverne cujo o tema foi: UNIDADES CORONARIANAS. Parabéns ao Dr. Ronaldo que nos encantou com sua maneira singular de transmitir seus amplos conhecimentos.


















segunda-feira, 24 de março de 2014

segunda-feira, 17 de março de 2014

POR: EDGARD STEFFEN - NÃO JOGUE A CRIANÇA FORA

Dr. Edgard Steffen

Não jogue a criança fora...

No Brasil, somos perdulários. Tomamos um ou mais banhos por dia. Cabral já notara que os primitivos habitantes de Pindorama banhavam-se muitas vezes nas águas dos rios e lagoas

"Don"t throw the baby out with the bath water"
(Não jogue fora o bebê junto com a água do banho)

* Edgard Steffen
A expressão idiomática inglesa serve para alertar apressadinhos: ações precipitadas podem resultar em besteira. Teria nascido com o costume medieval dos banhos familiares tomados em única tina. Ao chefe da família, o privilégio de ser o primeiro entrar na água quente. Depois, na mesma água, vinham os homens da casa, por ordem de idade; a seguir, também por ordem cronológica, as mulheres; por último, as crianças. A esta altura, a água estaria tão suja que se poderia "perder" um bebê dentro da tina.

Em alguns países da Europa, costume semelhante persiste até nossos dias. Jovem sorocabana foi para a Alemanha em programa de intercâmbio cultural. Na tarde em chegou ao lar hospedeiro, ofereceram-lhe banheira cheia de água tépida. Para combater o cansaço, consequente à longa viagem, tomou banho prolongado; como de hábito, retirou o tampão e esgotou a água. Ao sair sentiu certo ar de desaprovação; atribuiu as caras feias ao fato de haver demorado no banho. Somente entendeu o porquê no dia seguinte, quando o chefe da família iniciou a fila do banho, seguido pela esposa, pela filha; por último, sem esgotar a água, a banheira foi liberada para a hóspede..

No Brasil, somos perdulários. Tomamos um ou mais banhos por dia. Cabral já notara que os primitivos habitantes de Pindorama banhavam-se muitas vezes nas águas dos rios e lagoas. Cabral pode ter descoberto, mas, quem inventou o Brasil foi D. João VI. A ele devemos nossa identidade e existência como nação continental, sem a fragmentação da América Espanhola. Elevou-nos à condição de Reino (unido a Portugal e Algarves). Com a corte, trouxe artistas e naturalistas, criou o Banco do Brasil, a Imprensa Nacional, a Escola de Medicina, a Escola de Belas Artes, o Jardim Botânico e assinou o Alvará de Emancipação Industrial (antes desse documento, qualquer indústria era proibida na Colônia) e outras tantas coisas que a História registra. O que a História não registra é algum banho tomado pelo monarca, em toda sua estadia abaixo da linha do Equador. Consta que, em toda vida, nunca tomou um banho sequer de corpo inteiro.

No fim do século XIX e primeira metade do XX, com a imigração europeia, alguns hábitos dos países frios foram importados e absorvidos pela comunidade local. Quem veio para cá, substituir a mão de obra escrava ou fugir do desemprego europeu, era gente pobre oriunda de locais pouco favorecidos por saneamento e habitação. Essa deve ter sido a origem do banho semanal que vigorou até o fim dos anos 30. Sábado era dia de limpeza geral do corpo. Nos outros dias da semana, lavava-se o rosto pela manhã, e os pés antes de ir para a cama. Velho sanitarista estudou em badalado colégio interno privilégio dos ricos nos idos de 1923 a 27. No internato, o banho semanal era às quartas-feiras, às 6h30 da manhã, antes da missa obrigatória. A capital de São Paulo ainda era gélida e úmida terra da garoa. Não havia aquecimento central nem chuveiro elétrico. O banho era com água gelada. Alguns discípulos de "dãojoãovi" molhavam apenas os pés, os cabelos e saiam dos boxes enxugando-se para enganar os padres vigilantes.

Nas cortes europeias, no pós Idade Média, a higiene também não era lá essas coisas. O suntuoso Palácio de Versalhes com seus magníficos jardins, salões e salas não possuía coisa parecida com o que hoje chamamos toalete ou banheiro. Os dejetos, quando não depositados nos jardins, eram colhidos em vasos ou tinas e lançados em superfície nos arredores. As saias rodadas e sobrepostas das nobres damas não eram somente exigências da moda. Serviam para bloquear os odores das partes íntimas. A maioria dos casamentos era realizada em junho (início do verão) talvez para aproveitar o alívio proporcionado pelo primeiro banho do ano, tomado no mês de maio. O buquê das noivas teria nascido para disfarçar o odor.
Sempre pensei que lacaios abanando nobres, tal como se vê em filmes, fossem usados para espantar insetos. A razão maior da abanação era dissipar exalações de corpos que viam água muito de vez em quando.

* Edgard Steffen é médico pediatra e escreve semanalmente aos sábados neste espaço - edgard.steffen@gmail.com
Notícia publicada na edição de 28/09/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 2 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.