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sexta-feira, 10 de maio de 2013

POR: MÁRCIA ETELLI COELHO - EM VERSOS, SOBRAMES!



Dra. Márcia Etelli Coelho - Médica e Primeira Secretária da SOBRAMES-SP


EM VERSOS, SOBRAMES!


Somos o Sol que na flor oculta e bela

revela laços de um grande e eterno amor.

Somos a Lua de onde a musa sentinela

desperta casos à espera de um autor.



No dia a dia somos mestres e doutores.

Pela poesia, transpomos os umbrais.

Se doces contos inspiram trovadores

crônicas dores bendizem os haicais.



Somos abrigo que se não tem, inventa

mil e uma rimas acolhendo os heróis.

Somos o barco que se vestiu de tenda,

na travessia somos redes e anzóis.



Somos crianças, nossa alma inda é menina

e quando velhos brincamos de sonhar.

Somos os erros que indicam nova trilha,

também acertos, romance nesse olhar.



Somos arcanjos de ensaios incompletos,

por vezes perto, em alguns momentos sós.

Somos a pena que cura desafetos,

liberta o trema de um intranquilo algoz.



Somos SOBRAMES de prosas e de versos,

livros abertos, resenhas e faróis.

Somos amigos de estilos tão diversos,

enfim unidos cada um com sua voz.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

REUNIÃO ORDINÁRIA DA SOBRAMES-CE - 8 DE MAIO DE 2013

Hoje, dia 08/05/2013, quarta-feira, às 19h30, realizou-se mais uma reunião ordinária da SOBRAMES-CE,  na sede do Country Club, com a presença do presidente da SOBRAMES Nacional, Dr. Sérgio Pitaki. 
Na presença de vários sobramistas, o Dr. Sérgio discorreu sobre seus  projetos de viagens e sobre sua  administração frente à SOBRAMES.
















terça-feira, 7 de maio de 2013

POR: ROBERTO A. CARNEIRO -SONHAR É PRECISO...RAC 2013


 Dr. Roberto A. Carneiro - Médico, Membro da SOBRAMES de Curitiba e da Academia Nacional de Medicina.


SONHAR É PRECISO.....RAC    2013

ACORDAR DE UM SONHO
REMEMORAR AS NUANCES SONHADAS
APASCENTAR NOTAS E VIVENCIAS
REITERAR OS MOMENTOS SONHADOS.
SONHAR MESMO ACORDADO É PRECISO...
O SONHO É O IMAGINÁRIO CRÍVEL
PASSAGENS TURBULENTAS NUM SOMATORIO
CARREGANDO EMOÇÃO E MUTAÇÕES.
PEREGRINAR PELO ETÉREO MUNDO.
SONHAR É NECESSARIO PARA VIVER...
CAPITULAR FRENTE  A DEVANEIOS MIL
SECUNDAR O FEIXE DE PASSAGENS ESTREITAS
MATERIALIZAR O IMPOSSIVEL..
VIVER  MAIS UM DIA DE ALEGRIAS NO SONHAR
PENETRANDO FUNDO  NA ALMA DO MERO  SONHADOR.
IMPOSSIVEL DEIXAR DE SONHAR...
DEUS NOS DEU  NO SONHO A PRESENÇA DO INIMAGINAVEL.
EU SONHO TODOS OS SANTOS DIAS E DIAS SANTOS,
CARREGO  SEMPRE NA ALMA O DIVISOR DA IMAGINAÇÃO...

POR: VICENTE ALENCAR - FOLHA DE PAPEL

 
Vicente Alencar - Jornalista e Diretor de Cultura e Divulgação da SOBRAMES-CE
 
FOLHA DE PAPEL

A folha em branco
esperava apenas por mim, 
pelo meu estado de espírito.

Eu estaca tranquilo
e pensava em você.

Olhei as fotos
com muito amor.

Recordei todos os momentos
vividos a dois.

A folha em branco,
de repente, foi tocada.
Começava minha febril
atividade de escrever
para você.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

POR: SÉRGIO MACEDO - FALTAM METADES

 
Dr. Sérgio Macedo - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

FALTAM METADES

Faltam metades
Nesse carrossel trôpego.
Metades doces,
O verso em branco,
De alguma página mal escrita.
De algum beijo mal remunerado.

Faltam metades nesses abraços meio soltos,
Nesses sorrisos meio sem graça, de faz de conta.
Nessas vidas meio sem rumo, prumo.

Faltam metades nessas camas
fartas em lençóis e plumas, 
pobres em almas e espanto.

Faltam metades nesses dramas que,
sem solução, se arrastam
como o fel no altiplano.

Faltam metades nessas desculpas mal armadas,
Nessas promessas nunca cumpridas.
Faltam metades nos nossos encontros
A que sempre fui,
Nos desejos que sempre tive,
Nas mágoas que sempre desejei despejar 
no abismo.

* Poesia publicada em POLICROMIAS.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

POR: RAYMUNDO SILVEIRA - A POSSUÍDA


Dr. Raymundo Silveira - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
A POSSUÍDA (Conto)

 

“Não importa que não me acreditem, mas só digo a verdade – mesmo quando ela é inverossímil”.

Mário de Sá-Carneiro: A Confissão de Lúcio



 Era casada, a Possuída. Muito bem casada. E não sabia. Eu tampouco sabia que ela não sabia. Decerto a inconsciência da sua situação conjugal, levou-a a se envolver comigo. Paixão recíproca e avassaladora. De súbito, e sem qualquer motivo aparente, me ignorou como se jamais tivesse sequer me conhecido. Só ao comparar o seu comportamento atual com o anterior, e reler as cartas que me escreveu, descobri que estive apaixonado por uma pessoa que nunca existiu antes. Tratava-se de algo que também nem existe mais. Não passava de um clone avariado e desgarrado que se recuperou e reverteu à matriz.


Sentindo-me mais perplexo e curioso do que decepcionado e saudoso, decidi investigar tudo com máxima isenção emocional. Estudar uma doença desconhecida como um pesquisador, dela recém-curado. Fui aos livros. Primeiro, aos científicos. Não encontrando nada pertinente, recorri à literatura fantástica. Três obras me chamaram a atenção: “O Horla”, de Maupassant; “William Wilson”, de Poe; e “O Duplo”, de Dostoievski.


Concluí, em primeiro lugar, que a chamada “verdade” cartesiana não passa de mais uma ilusão; uma religião cuja deusa é uma duvidosa “razão”. Concluí também que a Possuída foi um ogro que devorou um naco apreciável dos meus sentimentos mais profundos, sem que eu e ela nos déssemos conta disso.


Ignoro a que se deve o ato falho que o inconsciente me impingiu ao nomeá-la “Possuída”. Pois em verdade foi ela quem me possuiu. Trago um computador de neurônios que é a minha perdição. Terrível e prodigiosa, a memória quase me destruiu.


Começou com um inocente louvor à sua beleza, ao qual ela reagiu com um sorriso maroto e convidativo. Foi o bastante para a represa arrebentar. Não esqueço um só detalhe. Das alucinantes carícias, à loucura de me vestir com o avesso das suas entranhas mais tenras, macias e aconchegantes, a ponto de imaginar que jamais me desnudaria. Das cavalgadas, ora em choutos, ora em galopes, sob o seu absoluto domínio, às estranhas e inéditas experiências a que me submetia. Como aquele furor de alternâncias entre dois abrigos vizinhos, embora me implorasse para chover no seu rosto. Das palavras divinamente sujas de fêmea inteligente e vadia, aos estremecimentos, quase sincopais, ao me deglutir e regurgitar em ritmo crescente, até me esvaziar literalmente de tudo.


Algumas das suas falas menos obscenas durante os atos de amor, ainda geram calafrios:


“Então, vem… chupa ela bem gostoso…”; “… Delicioso…”; “começa passando a língua, depois morde devagarinho o g…”;  “…assim… me segura pelo quadril, e me chupa até eu gozar na tua boca…”; “enquanto você me chupa, vou subindo e descendo a boca nesse c. tesudo… agora enfio ele até a garganta…”; “agora passa ele pela b. e pelo c. pra sentir tudo o que te espera…  me f. com a língua, vem…”… devagar, porra nenhuma…. tô com gana de você… Mesmo doendo, sentei pra valer… vou remexer tanto, que vai doer mais em você do que em mim…”


É o ponto extremo aonde me atrevo chegar, sem me tornar fescenino, ou correr o risco de desmaiar… Mesmo sabendo que ela não sabe que isto e muito mais coisas aconteceram. Pois Ela não é “Ela”. É uma esposa fiel, como, aliás, sempre foi. Quem fazia e falava aquilo era a metade de uma mulher sem consciência da sua outra metade. Então, me sinto na singularíssima condição de um dissoluto que prevaricava com um fantasma… Para evitar palavras mais contundentes e absurdas, tais como: um estuprador seduzido pela própria vítima que, por sua vez, nunca existiu. Este redemoinho de loucuras me trouxe a mais firme convicção de que o ser humano é uma cratera sem fundo aberta por um meteoro de carne na epiderme do universo.


Capítulo do livro “Contos de Alcova”.


Raymundo Silveira é médico e escritor. É membro da SOBRAMES (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores). Em 2010 ganhou o Prêmio Literário Para Autores Cearenses, com o livro de contos e crônicas: “Louca Uma Ova”. Em 2011 recebeu o Prêmio Nacional de Conto e Poesia “Correio das Artes 60 Anos”, promovido pelo governo da Paraíba, com o livro de contos “Lagartas-de-Vidro”. Foi um dos vencedores da Bolsa Funarte de Criação Literária – 2010, com o livro “Medicina Crônica”. E-mail: raysilveira@uol.com.br