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sexta-feira, 4 de março de 2022

POR RONALD TELES: Confortably numb

Dr. Ronald Teles 


Confortably numb.

O Rock and roll tem embalado várias gerações desde seu surgimento, originado na negritude americana do Mississipi, Alabama, no Soul e na música gospel animada por vozes potentes, unissonas e afinadas que ganharam o mundo, representando luta, rebeldia, ruptura e como não dizer, alegria e enlevo para milhões de jovens ao redor do mundo que abraçaram, esse ritmo como representante legítimo de suas gerações. Veio então um norte americano chamado Elvis Presley, com cútis branca mas com a malemolência da raça negra e a potência vocal idem, dotado de grande beleza física e carisma, foi logo eleito o "pai" do rock. No entanto os apreciadores do gênero sabem perfeitamente que o país das virtuoses do rock, se chama Reino Unido e lá em um bar de Liverpool, nasceu uma banda que reinou absoluta no mundo por 10 anos,  uma existência curta, mas extremamente rica e prolífica, nada mais que the Beatles. Quatro personalidades geniais que embalaram seu tempo e mesmo hoje inspiram gerações futuras até em teses de doutorado. Invariavelmente essas "great bands" sempre têm uma igualmente grande batalha de egos e John Lennon um dos principais compositores ao lado de Maccartney e Harrison, afirmou que eles seriam mais famosos que Jesus Cristo, coincidência ou não a banda dissolveu-se e ele foi  vitima de um atentado mortal à bala defronte de sua casa ao lado do Central park que hoje é local de turismo mórbido. Outra grande banda de letras densas e existenciais, foi o Pink Floyd, liderados por David Gilmour e Roger Waters, uma de suas obras de arte foi o álbum The Wall, e uma das músicas marcantes, como todas do grupo, que primava sempre por poesia e conteúdo substancial,foi Confortably Numb (tradução livre, confortavelmente entorpecido) Essa letra sempre me fascinou, falava de um jovem tomado por uma grave moléstia,sofrendo agonicamente, delirando, sendo submetido a injeções e picadas, com um interlocutor dizendo que ele melhoraria e logo estaria de pé, ele no entanto sentia seus membros dormentes como grandes balões e a agonia se arrastava em lástimas. Conheci a melodia em 1987. Em fevereiro de 2021, após 34 anos, eu havia saído de uma Uti Covid após 53 dias de internamento e me encontrava em um apartamento com todos os sintomas que a música assinalava. A diferença era que na  minha mente o refrão era uma vontade imensa de viver vertida de conformação e paz que só a fé pode trazer. Essa corrente de luz, cuidado e carinho ao meu redor fez com que hoje eu estivesse  aqui escrevendo verdades que imitaram a arte, pois não existe coincidência ou sorte, existe um plano maior para nossas vidas e nossos destinos, pois como diz o salmista: "Todos os cabelos de nossa cabeça estão contados, e não há uma só folha que caia ao chão, sem a permissão do Altíssimo".

13 comentários:

  1. Excelente texto. Parabéns Ronald!

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  2. 🙏🏻 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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  3. Linda construção e analogia!!
    👏👏👏👏👏👏👏

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  4. Parabéns, dr Ronald, sempre um prazer ler suas obras! Parabéns

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  5. Excelente texto. Parabéns , Ronald!
    Sebastião Diógenes

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  6. Muito bom o texto. Gosto do rock dessas músicas incríveis que na maioria das vezes nem sabemos o que dizem.Os caras são malucos. Bom conhecer essas histórias.

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  7. Belos tempos, belos dias. Curti muito e me encantou seu belo texto.

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