Dra. Celina Côrte - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE |
DESRESPEITO ÀS
VAGAS
Publicado no Jornal DN (14/07/2013, domingo, pag.3, primeiro caderno)
Tanto nas ruas, quanto em
diversas empresas, há estacionamentos providos de vagas reservadas a um público
específico. São exigências sociais em respeito às necessidades e direitos dos
cidadãos. Há vagas para idosos face às naturais limitações, para os deficientes
físicos que conquistaram o direito à acessibilidade e, em alguns locais, para gestantes,
tendo em vista as dificuldades inerentes a este grupo, embora provisórias.
Infelizmente, algumas pessoas insistem em utilizar tais vagas a seu bel-prazer,
embora não se enquadrem em nenhum dos grupos citados. E o fazem com tal
desfaçatez que ninguém ousa contrariá-las.
Um dia desses, em um supermercado desta cidade,
o estacionamento praticamente lotado. Sol escaldante e uma tentadora vaga livre
para gestantes, mas não seria correto ocupá-la. Estacionei em outra mais
distante. Nesse ínterim, sem relutar, um jovem ocupou aquela vaga. Saiu
indiferente e entrou no estabelecimento. O mesmo jovem, ao terminar as compras,
dirigiu-se ao caixa destinado a atendimento preferencial, colocou suas compras
rapidamente na esteira, sem me dar tempo de esboçar reação. A moça do caixa
quedou-se calada e eu optei pelo silêncio cordial. Mais seguro e menos
desgastante. O mesmo jovem infrator encontrado duas vezes no período de meia
hora!! Refleti sobre grande parte dos cidadãos que, da mesma forma que aquele
jovem saudável, insistem na velha prática de levar vantagem em tudo e fazer o que
lhes é mais conveniente e prático. Não pensam nos demais e estacionam em vagas ou
entram em filas destinadas a um público específico. Estas não são um favor social, mas a
conquista do direito de acessibilidade aos que convivem com algum tipo de
limitação. É importante a fiscalização eficiente, aliada à conscientização da
sociedade quanto à obediência das normas para uma convivência harmônica e
salutar.
Somos frequentemente instados a sorrir, por
estarmos sendo filmados. Procuremos, da mesma forma, ser educados, pois estamos
sendo observados! Segundo Robert
Wong, “raramente você tem uma segunda chance de
causar uma boa primeira impressão”.
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