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sexta-feira, 29 de março de 2013

POR: CELINA CÔRTE E FRANCISCO PESSOA - PEDIDO DE RECEITA E RECEITA DE POETA


Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE
      

       PEDIDO DE RECEITA (Celina Côrte Pinheiro)

Pessoa, grande poeta! 
Como é que se escreve um poema?
É preciso estar apaixonado
Ou então desesperado?
Me ensine, poeta
A versejar meus ais
A parir minhas lembranças
Sem nunca falar demais
Me ensine, poeta...
Quem sabe um dia
Até eu consiga
Criar um poema
Que diga
O quanto deixei de dizer...



Dr. Francisco José Pessoa - Médico e Membro da SOBRAMES-CE
RECEITA DE POETA (Francisco José Pessoa)
Seguindo a nuvem apressada
que baila no céu, flutua,
e sendo a noite de lua
acompanha-a, mais nada....
Se tu estás apaixonada
ou ainda em desespero
conversas com todo esmero
contigo, pois tens candura
inteligência e cultura
a rima é só o tempero.

quinta-feira, 28 de março de 2013

POR: JOÃO BRAINER ANDRADE - A DÉCADA QUE LEVOU AO MÁXIMO

 
João Brainer Clares de Andrade - Concludente de Medicina e Membro da SOBRAMES-CE 

 A DÉCADA QUE LEVOU AO MÁXIMO

 Artigo publicado no Jornal O Povo, Opinião, de 21/03/2013. p.6.

O curso médico da Uece completa 10 anos. Foram conquistas importantes desde a primeira aula, em março de 2003; e o último feito atesta a qualidade dos médicos egressos já conhecida nas unidades hospitalares de Fortaleza: a nota máxima no Enade-MEC, posicionando o curso de Medicina da Uece no 1º lugar do Ceará e no 13º do Brasil, em meio a 177 cursos de Medicina avaliados.
Tomou forma uma década de conquistas que se renovam a cada ano com a graduação exitosa de médicos de perfil ampliado e amplamente vocacionados às políticas de saúde do Ceará. Como uma mãe zelosa, a Uece, artesanalmente, moldou hoje quase 300 novos médicos que já ocupam posição de destaque, dentro e fora do Ceará.
Foram negociações e projetos que avançaram madrugadas por vários anos. Depois de criado, veio a tarefa da consolidação: era preciso marcar terreno, estampar uma marca, mostrar à sociedade que os princípios eram firmes e que nos sobrava competência. Não desistimos, não demos trégua! Com sinais verdes, amarelos e até vermelhos sendo postos ao meio do entrave, o anseio da universidade foi além: um projeto robusto, como pouco se via em outras escolas médicas pelo País, foi consagrado, incorporando tendências vanguardistas e alinhando com as políticas públicas de saúde, além de estratégias que pouco onerassem os já parcos recursos... Nascia, pois, um curso de Medicina que formaria médicos para o povo cearense, genuinamente com a cara do Ceará!
Resgatar o passado do curso de Medicina da Uece é oferecer substrato ao crescimento da formação superior pública do Estado, fazendo jus aos esforços de professores e alunos em torno de um projeto robusto afinado com a realidade do Ceará. É, assim, uma franca acepção do princípio da Universidade Estadual do Ceará em “iluminar os caminhos”, agora, voltando ao passado, retratando o presente, e sonhando com um futuro ainda mais iluminado!

quarta-feira, 27 de março de 2013

POR: FRANCISCO JOSÉ PESSOA - PALHAÇO



 
Dr. Francisco José Pessoa - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

PALHAÇO

A vida se nos faz meros palhaços...
                            sorriso solto num choro prendido,
querer que é dado nunca agradecido
saltar ao vento sem pisar os passos.
Tragar o fumo dos prazeres baços
embebedar-se tanto pra esquecer,
sentir-se ser alguém mesmo sem ser,
no picadeiro, o aplauso, a falsa glória,
imagem tão real quanto ilusória
pranto da morte rindo pra viver!

terça-feira, 26 de março de 2013

POR: JOSÉ WILSON DE SOUZA - GRITOS DE LIBERDADE



 Dr. José Wilson de Souza - Médico e Membro da SOBRAMES-CE

GRITOS DE LIBERDADE 
                                                                      

Quero correr pelos campos
e te encontrar na beira do  rio,
cair em teus braços
e dizer que estou livre. 
Quero a liberdade das águas
 que banham o teu corpo.
Quero te encontrar com uma flor no cabelo
correndo ao meu encontro, vindo dos campos
e  também te dizer que também estou livre
como as águas do rio.
Lá deitaremos na relva
e nos abraçaremos.
E na vastidão das campinas,
ecoarão dois gritos
que não ouviremos

segunda-feira, 25 de março de 2013

POR: CELINA CÔRTE - MEU PAI


Dra. Celina Côrte Pinheiro - Médica e Presidente da SOBRAMES-CE

       
 MEU PAI

Nasci de pai e mãe, acontecimento comum no passado. Tive-os presentes, perto de mim, acontecimento já não tão comum assim...
De minha mãe, aprendi boas noções de gastronomia e cuidados com as lides do lar. De meu pai, mistura de advogado, engenheiro, comerciante, atleta, aprendi as coisas da vida. Aprendi também a conciliar trabalho e lazer, sem culpa. Sempre o admirei por seus diferentes saberes não adquiridos através da educação formal, mas de sua inteligência e autodidatismo. Era um homem bom e cultivava valores como a honestidade, a pontualidade, a sinceridade e a promessa realizada. Não era religioso, mas cioso de seus deveres para com os outros. Um cristão, na verdadeira acepção da palavra.
Dinâmico, apressado, correto, engraçado, esportista, profissional comprometido e competente, era querido e respeitado em Ribeirão Preto, cidade que adotou na vida adulta. Aos 18 anos, saíra de uma cidadezinha escondida no mapa, para seu primeiro emprego na megalópole São Paulo. Foi o único entre 12 irmãos a ter a coragem de enfrentar novos e inquietantes desafios. E venceu! Ensinou-me também a ter essa coragem.
O tempo se encarregou de lhe impor alguns limites. Não se preparara para isto (quem o faz?) e  reagia contra sua incapacidade. Obrigado a desenvolver a paciência e a aceitação de si mesmo, diante das limitações de seu próprio corpo, sentia agora a vida como uma sobrecarga insuportável, sem a independência de outrora.
Na madrugada de um dia, acordou, sentou-se à borda do leito, pediu água, bebeu-a e se calou. Realizou sua última queda livre na própria cama. Minha mãe pensou tratar-se de mais uma de suas brincadeiras. Não era... Desligou-se do fio da vida com a mesma pressa de sempre. Não se prendeu ao leito, nem deu trabalho aos familiares. Fez-se pássaro e voou célere para outra dimensão.