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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

NOTA DE FALECIMENTO


   A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Ceará (Sobrames-CE) sente-se também enlutada pelo falecimento do estimado médico e professor Adônis Reis Lira de Carvalho, sobramista de Pernambuco e membro da Abrames.
               Nossos pêsames a toda família neste momento de dor e sinceros votos de conforto espiritual.
 
Celina Côrte Pinheiro
Presidente da Sobrames-CE





quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ELEIÇÃO NA SOBRAMES-CE

Prezado (a) Sobramista,
 
No dia 10/03/2014, realizaremos a ELEIÇÃO DA DIRETORIA E CONSELHO FISCAL de nossa associação, para o período 2014-2016.
 
Informamos que as chapas concorrentes deverão ser registradas junto à Comissão Eleitoral até 07 (sete) dias antes do pleito, mediante requerimento assinado pelo responsável e dirigido ao Presidente da referida Comissão, contendo os nomes dos candidatos aos cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal, com mais de 01(um) ano de filiação e em dia com as obrigações sociais.
 
Para maiores detalhes relativos ao Processo Eleitoral, sugerimos a consulta ao Estatuto da Sobrames-CE - 1º Aditivo - Artigos 25º a 30º.
 
Atenciosamente,
 
Celina Côrte Pinheiro
Presidente da Sobrames-CE

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

REUNIÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA - 12 DE FEVEREIRO DE 2014

Hoje, dia 12 de fevereiro de 2014, às 15h30min, no auditório da Pró-Reitoria de Extensão da UFC, em Fortaleza-CE, aconteceu a palestra do Dr. José Alves da Rocha Filho sobre "MITOLOGIA GREGA".

Parabéns ao Dr. José Alves, que é membro da Sobrames-CE, por sua apresentação na ACM, nos mostrando uma faceta de um tema tão fascinante.

 
Dr. José Alves da Rocha Filho










terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

CONVITE - NOITE DE AUTÓGRAFOS


REUNIÃO ORDINÁRIA DA SOBRAMES-CE - 10 DE FEVEREIRO DE 2014

Ontem, dia 10 de fevereiro de 2014, às 19h30min, realizou-se, na Avenida Rui Barbosa, nº 1880, mais uma reunião ordinária da Sobrames-CE. A mesma, que foi presidida pela Dra. Celina Côrte (Presidente),  contou com a presença de vários associados.
 
 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

POR: FÁTIMA AZEVÊDO - PARA DEZINHA COM AMOR


Dra. Fátima Azevêdo - Médica e Membro da Sobrames-CE


                                                  PARA DEZINHA COM AMOR
            Tenho uma tia bem velhinha, velhinha mesmo. Dessas que não têm mais músculos, só a pele enrugada lhe cobrindo os ossos que um dia já foram encobertos por uma pele viçosa e rosada e por músculos de amazona. Pois é, eu tenho uma tia com cabelinho ralo e liso mas ainda brilhante, no lugar das madeixas fartas e encaracoladas de outrora. No lugar dos lindos dentes de antigamente, duas próteses móveis, rosadas e que parecem querer pular do copo d’água ao cair da tarde para me dizer boa noite.
            Eu tenho uma tia bem velhinha, velhinha como as meinhas brancas das crianças do grupo escolar que só têm um par para usar o ano inteiro. Tão velhinha que mal pode andar sozinha. Tão velhinha e transparente que torna quase possível a visualização de seus órgãos assim como de sua mente e coração. E o que eu vejo... A mais jovem de todas as mentes que conheço e o mais generoso dos corações.
            Ela é a prova mais palpável do amor incondicional. Ela é a paz feito gente, o perdão e a conciliação. É a mais sábia das criaturas. É a última de uma geração em extinção. É o meu xodó maior. E ela sabe disso.
            Essa minha tia é tia-avó e mãe-avó ao mesmo tempo. Mãe porque ajudou a me maternar e avó porque leve, sem as angústias ou exageradas preocupações das mães. Fez do meu mundo infantil uma fantasia revisitada sempre que se faz necessário. Produzia brinquedos artesanais como ninguém. Desde casinhas de caixas vazias de remédios a soldadinhos de chumbo prateados de tampas de leite em pó. Todos perfeitamente enfileirados a marchar pelos tacos do quarto na casa do Tirol. Arrumava minha casinha de bonecas e quando a asma me atacava e eu faltava às aulas, não sabia o que era tédio. Lá estava ela pronta pra me levar ao mundo da fantasia enquanto minha mãe ia providenciar alimento, medicamentos, consultas médicas e o que mais fosse necessário. Além dos brinquedos artesanais, eu ainda era abençoada pela mãe-lua nas noites de lua cheia, quando Dezinha me levava para a calçada e me ensinava esse “mantra”: “a benção mãe-lua me dá pão com farinha pra eu dar pra minha galinha que está presa na cozinha”. E eu, menina de ontem, repetia com a mãozinha levantada, olhando pra lua em total sintonia. Repetia esse “mantra” com a cadência dos poetas, do amor e da inocência.

            Até hoje guardo com carinho um par de tamancos comprados no mercado, daqueles tamancos bem baratinhos, que ela me deu quando eu tinha 1 ano. Tamanquinhos artesanais, adquiridos no Mercado São Sebastião no século passado. Não deixa de ser uma peça histórica em um mundo de plastificados. Estou pensando até em emoldurá-los pois para mim, são como um retrato doce de minha infância.
            A Dezinha, essa minha tia querida, não é caduca, muito pelo contrário, está por dentro de tudo o que acontece no mundo e ainda dá palpites. Essa minha tia nunca casou, nunca teve filhos, mas amou e amou muito. A tudo e a todos. Ainda hoje fala de seu grande amor. Muito moderna e independente para a sua época, não tinha perfil adequado para o casamento.
            Tenho uma tia bem velhinha, mais velhinha do que a mantilha de renda de minha bisavó. Sei que já cumpriu sua missão neste planeta e que mais dia menos dia será como uma poeira de luz feito estrela a iluminar o meu céu. Estará sempre no meu coração.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

POR: ANTERO COELHO NETO - O GESTO ADIADO

 
Dr. Antero Coelho Neto - Médico e Membro da Sobrames-CE


O GESTO ADIADO

Publicado no Jornal O POVO, hoje, 05/02/2014. 

Como sempre acontece, e aqui temos referido, no começo de um novo ano muito se fala, lê e escreve, sobre planos, sonhos e projetos futuros.

A época de renovações e anseios nos faz refletir no que se passou e no que há de vir. Pensamos, pesamos e comparamos as coisas boas que fizemos e outras tantas que deixamos de fazer, ou erramos ao tentar fazê-las.  Nem sempre é fácil.

Agora, na maturidade de tantos começos, sinto, mais forte, uma necessidade de avaliar o que deixei de fazer. E o por que deixei de fazer e, assim, adiar. Tenho certeza que muitos, jovens e idosos, sentem as mesmas coisas.

Não deliberadamente, mas sempre deixamos escapar tantas atitudes, tantas gentilezas, tantas provas de carinho, de afetos ou, simplesmente, de amizade, de gratidão.

E aí está a grande perda: o GESTO ADIADO. Ele passa, se esvai, parece fugir de nós e perder-se no tempo. Mas ele não sai de nossa lembrança e também de muitos a quem ficamos devendo. E destaco, mais uma vez, o valor de nossa Memória. Ao pensar nas causas desses efeitos tão importantes, lembramos as raízes primárias daquela educação repressora dos pais (sobretudo o pai) cuidadosos e vigilantes, traumatizando os filhos homens para que se tornem futuros “machos”.

Nós, pobres meninos, não deveríamos chorar, sorrir demais, vestir cores alegres, gostar de flores, de jardins. Éramos sérios, tímidos e até antipáticos. Meninos não podiam ser afetuosos, carinhosos, gentis. Éramos sisudos; os alegres e conversadores eram “incheridos”... Tínhamos de ser “machos”. E mais, tínhamos de ser forte, o provedor, o exemplo, o chefe. E isso não incluía as emoções, as lágrimas, a delicadeza, o afago, o carinho. 

Pois agora estamos em novo começar. Estamos adultos ou idosos. Vamos resgatar os gestos que adiamos? Sempre cabe um pedido de desculpas, um telefonema, uma gentileza, um tocar, um abraçar, um beijar, um afago, um obrigado!

Ainda é tempo. Vamos aprender e aplicar as lições que nos dão - de graça – as Mulheres. Aqui, já destaquei, muitas vezes, o tanto que aprendi com as mulheres. Maravilhosos seres que estão sempre à nossa volta, lindas, coloridas, álacres, risonhas e, tão encantadoramente conversadoras e prolixas. E por que são assim? Por que não carregam em seus lindos ombros – mesmo quando chefes de famílias - aquela  árdua e penosa missão de ser um MACHO.

E foi assim, com carinho e muito amor, que aprendi com minha mulher, alunas, amigas ou namoradas, esses ensinamentos que nos tirou da vida rotineira e melancólica que tinham reservado para muitos de nós homens. E o melhor Tempo passou a ter cada vez mais importância para a nossa vida futura e, conseqüentemente, para a nossa Memória.

Pensa nisso ao planejar tua vida para 2014. Minha mulher sempre disse que tenho de relembrar e confessar, publicamente, que Ela foi minha maior e melhor Professora. E ela sabe cobrar...

Antero Coelho Neto

Médico e Professor